Quando era mais novinha, eu costumava usar chapéus, boinas de pala e de pintor, gorros e tudo quanto enfeitasse a cabeça. Quando fui para a faculdade, larguei parte da mania e passei a usar o acessório em causa muito esporadicamente. Fui deixando cada vez mais de lado a ideia e abandonei-a de vez. Há anos que não uso chapéu (salvo, obviamente, na praia e um impermeável nos dias de chuva miudinha). Ora, estava eu a passear com o meu G. pelas ruas de Firenze e topo de frente com uma loja com tudo quanto era chapéu. De noite, lá pelas tantas do escuro, a dita estava fechada. Isto aconteceu no dia da nossa chegada e nós ficaríamos cerca de uma semana. Desde esse momento, não mais R. Maria se calou que queria ir àquela loja e comprar um chapéu. G., rapaz amigo e dado à boa paz, fez-me a vontade como se já não pudesse mais ouvir-me. E fomos. Comprei umas luvas. São moschino... não são umas luvas quaisquer. E porquê? Porque G., desabituado que está de ver-me de outro jeito que não seja com o cabelo a dar espectáculo, teve a lata de me dizer que nenhum dos mil em exposição me ficava a matar. Perante o meu olhar entre a ternura pela sinceridade e a raiva pela... sinceridade, ele disse que um dia, quem sabe, em Portugal, talvez até em Coimbra, eu encontrasse "o meu chapéu". Eu disse-lhe que a coisa se ia dar antes do que ele pensava e que este Inverno o habituaria à força a ver-me gira com aquele adereço. Pois bem... o rapaz não se fiou e avançou com a aposta. Se eu usar chapéu durante dois terços do tempo invernoso desta época, paga-me um jantar onde me apetecer. Convém referir que quero ir jantar a casa dele e já combinei tudo com a mulher, que achou boa ideia (as meninas conversam e ele paga-me a aposta... com jeito ainda se aliciam mais uns amigos e o que era uma dívida passa a ser uma festa). Acontece que G. tem-me perguntado pelo chapéu. E eu, inteligente que é uma coisa nunca vista, tenho-lhe dito que ainda está calor e a aposta não era com coisas em palha. Todavia, abeiram-se as brisas menos amenas e o tempo começa a ser escasso. Esta semana hei-de, finalmente, procurar e encontrar o meu chapéu. Estou indecisa entre preto, cinzento e vermelho.
Preto ou cinzento, é mais sóbrio... :)
ResponderEliminarTalvez me fique pelo preto, na ilusão de que dá com tudo e porque quem me conhece sabe que, na dúvida, opto sempre por preto...
ResponderEliminarO vermelho ficaria a matar com o alfinete que tens da árvore de natal...olha que está quase aí...
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