terça-feira, 30 de novembro de 2010

:)

E tu, estás apaixonado(a)?!


Tem gosto de vertigem. Seca a boca. Acelera o batimento cardíaco. Às vezes, suspende-o. Pendura-o numa nuvem ou numa linha fugidia do horizonte. Aconchega a alma e prescinde das apresentações. Sorrateira, entra sem pedir licença e abanca. É cor quente em espaço de abandono ou com cheiro a tinta de restauro. Admite as primeiras negações fugazes, porque sabe da conquista certa em pouco tempo. A paixão, seja lá isso o que for, é caleidoscópio virado para o mundo, é piano de cauda, é cheiro de mar e terra molhada, é viagem. Apesar dos pesares todos que às vezes a arredam, gosto de estar apaixonada. Acordo mais bem disposta, sonho mais, suspiro mais longa e profundamente, inspiro até formar no peito um campo de ar livre. Estar apaixonada projecta-me para diante, amacia-me as dúvidas. Estar apaixonada reclama de mim atenções que os dias sem ela ignoram. Há, no tempo de estar apaixonado, uma dimensão nova, como uma audácia e perspicácia inventivas de bem estar. E, no entanto, um dia, isso acaba. Não assim de repente. Vai cedendo, como vigas que sustentam o peso de uma casa em ruínas. A bolha esvasia devagar. O balão deixa de voar. É mudo o alento. Não é sequer uma fase triste. É apenas um choque de realidade, um banho de mundo a sério. Não é um drama. É um desfecho insípido.

Perco-me

por meias de dormir/andar por casa/aquecer os pés a qualquer custo da calzedónia. Estas que calcei hoje para corrigir exames têm corações e nuvens.

Bem que podia ser assim


a minha cozinha numa qualquer casa de traça antiga, recuperada num largo da capital. Sim, gosto das linhas direitas, mas ainda mais destas misturadas.

Nicolinas

Estou a receber actualização constante das Nicolinas. O G. foi ao Pinheiro. Mais uma vez, não pude ir (aulas...). Sendo assim, manda fotos a cada dez minutos: G. e o bombo, G. de barrete, G. e o povo, luzes das Nicolinas...

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Está frio!

Voltei aos vestidos de malha da Zara, aos botins, às meias opacas com algodão, aos cachecóis, aos chapéus de lã e às luvas. Inaugurei a época do baton de cieiro, das carteiras à tiracolo para poder meter as mãos nos bolsos, dos casacos compridos apertados, dos chás ao meio da tarde para aquecer as mãos, dos quadradinhos de chocolate, do roupão com carapuço, dos lençóis de flanela, do aquecedor ligado dez minutos antes do banho e do perfume mais quente. Está frio.

Ti

O meu Ti V. está doente. Muito. E pediu à minha mãe que eu não passasse de sábado sem o ir ver. E que levasse o casaco comprido preto e o cabelo solto com caracóis.

Custa-me tanto separar das minhas pessoas. Tanto. E o meu Ti V. está doente. Muito.

Gosto desta!

domingo, 28 de novembro de 2010

Desculpai-me o palavreado... mas é que...

Vou ali

e já venho.

Do que mete medo ao susto - XVI

Adultos que se desamigam no facebook.

A psicologia terá explicação para isto. Uma, com um nome pomposo, na certa. Eu só acho infantil. E parvo, vá.

Verdades e assim assim

Lembrei-me que muita coisa faz sentido se aceitarmos que a vida não tem picotados de tempos a tempos para que possamos prosseguir sem o que está para trás.

Dai-me paciência, por esmola!

Pequena R. avisou que era importante referirem-se à legitimidade activa e passiva quando falassem das acções de divórcio. Eles fazem o que eu sugiro. Mas não, nada justifica o:

Nos casamentos que estão para acabar há uma parte activa e uma parte passiva. A parte activa diz "não quero" e a parte passiva como que diz "vamos tentar só mais um tempo".

Eu não mereço...

Wishlist

Gostei tanto...

Da neve, da chuva e da frase "we think too much and we feel too little".

O CAE estava cheio... e ainda bem... porque, para quem não deu, mesmo a sério, não sabe o que perdeu!

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Lisbon

Lisboa fica, cada vez mais, na rota das minhas cidades. Durante muito tempo, achei que não seria capaz de viver lá, mas agora tenho momentos em que acredito que talvez fosse possível. Quando há bocadinho demorámos uma hora para chegar do Oriente a Alverca, praguejei que me dava uma coisa má se tivesse de fazer aquilo todos os dias... mas viver mesmo no centro, numa qualquer casa recuperada na zona do castelo, no Chiado ou nos arrabaldes da Avenida da Liberdade seria um projecto de vida a não excluir liminarmente. Lisboa tem coisas agradáveis. Apesar das sete colinas, gosto muito de andar a pé lá. Mais que em Coimbra. Sempre que podemos fazemos uma caminhada jeitosa. Combinamos com os amigos e vamos a pé até onde dá para ir, vemos os estátua da Rua Augusta, deciframos a plataforma do Elevador, apreciamos uma fragata estacionada aos pés do Terreiro do Paço, enfim. A vista dos quartos era maravilhosa. Principalmente à noite, quando o breu engole as obras e deixa apenas os pontos de luz da ponte e alguns salpicos no casario. Eu fiquei no quarto Alfama, o G. no quarto Chiado. Segundo ele, porque eu sou trigueira e ele é aristocrata. Não se negue. Trigueira. Há muitos anos que não me chamavam isso. Trigueira. Mas sim, sou. Voltemos a Lisboa. Sabe-me bem este trabalho. Tanto que nem dá para medir. Fico ali a aprender, a ouvir, a discutir, a discordar e a dizer porquê. Este grupo, então, de uma capacidade de discussão séria, empenhada, aberta, absolutamente admirável. Gosto muito quando as pessoas não sentem necessidade de atacar para se defender. Prova elevação. E eu gosto disso. Este grupo, de facto, fez destes dois dias dias muito bons. A somar a isso, revi o meu Billly e tive oportunidade, finalmente, de lhe dar o abraço de "parabéns pápá" que me andava aqui a formigar nas palmas das mãos desde que soube da boa notícia. Conheci mais gente e isso faz sempre bem. Obriguei os meninos a empurrarem um carro que avariou em plena Avenida da Liberdade, porque estava com pena do senhor, mas não resultou. Conheci um sítio bem bom para jantaradas, com um fusili de legumes com um cheirinho a Itália. Relembrei o erasmus com o I. e confirmei que sim, é verdade, coboiei com o tipo da casa famosa da 4. Segundo a malta, aos domingos devia começar a votar para o moço ficar, até por uma questão de solidariedade, mas não sei se já me convenceram. Muita controvérsia depois (e eu não sei por que cargas de água é que esta gente se lembra deste tipo de votação, mas talvez uns sapatos com lantejoulas a formarem um coração ajude), sou informada de que sou uma coquete. Perante o ar de "Oi?!" que lhes lancei, fiquei a saber que a dúvida estava entre mimada, queque, coimbrinha e coquete. Agradeço terem optado por coquete. Além disso, segundo a descrição, coquete é uma tipa que não anda em manada, que tem um estilo muito seu e que dá ares de parisiense. Confesso que a parte do parisiense, acredito mesmo, já não veio das cabeças deles, mas das imperiais que já falavam por eles. Mas pronto, é bem. Parisiense é à frente. Podiam achar-me com ar de coisa pior. Depois deixámos a pré-mãmã em casa e seguimos para um mini prolongamento, muito mini, que havia pessoas com julgamentos às nove. Pequena R. e os três mosqueteiros, com recomendações várias de que estava uma menina no grupo e nada de conversas obscenas ou abordagens manhosas, que não queria ficar falada na capital. Brincadeiras à parte, conversinha da boa. Última noite no quarto de janela para o mundo das luzinhas e a promessa, embora o sono possa ser causa de justificação para isso, de em Dezembro me levar à émoi e não me chatear se eu demorar a decidir que carteira quero. Hoje almoçámos num dos meus sítios, onde o Tejo é a companhia e o teatro o pretexto. Se na quarta fizemos a viagem noite dentro e a ponderar as pancas fortes dos gajos de trinta, hoje voltámos ao velho registo do "conta-me lá tudo da tua vida, principalmente aquilo que não contas a mais ninguém e sempre achaste que nem a mim contarias". Isto das amizades sem tamanho tem destas coisas. Destas e doutras, como as gargalhadas pelas private jokes que mais ninguénzinho alcança. Neste momento, no topo, está uma voz de menina que sei fazer muito bem (modéstia à parte) a perguntar, com ar de mimo, "E não me citas, não?!" seguida de uma quase prece "Cita-me lá...". Gosto de Lisboa. Muito. E não posso voltar a esquecer-me da máquina fotográfica em casa.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

E levava-me ao altar #9

Um tipo que apreciasse, genuinamente, os vestígios de lua que perduram nos amanheceres.

O mais que eu podia dizer,

ela já disse!

Sintomático

Ligo ao melhor amigo e ele atende o telefone dizendo "Vejo que sobreviveste aos teus últimos dois dias e meio. Mas... ainda consegues articular um discurso e dar dois passos seguidos ou já nem por isso?"

Se há jogo de que eu gosto...

é de rally paper. Cresci a fazê-los. Desde quando era miúda e ia atrás, na carrinha da L., para ganhar chapéus de chuva de chocolate, até quando participei no mais louco de todos, com o J., e chorei tanto por termos perdido que ele decidiu oferecer-me uma réplica do primeiro prémio... até àqueles em que se recebiam medalhas feitas com rolhas de cortiça... Pintei carros, estudei temas para o hino das equipas, escrevi canções, vesti-me em paragens de autocarro, tomei banho de lavadouro, lavei roupa de desconhecidos, fiz e recebi declarações de amor que normalmente rimavam com estupor, andei ao pé coxinho, entrei pela casa dentro a uma professora do liceu porque era quem estava ali mais à mão e só nos faltava o preservativo para termos todos os objectos exigidos na lista, bebi sumo de limão sem açucar, cantei uma serenata aos tropas do comboio, alinhei em trilhos que metiam medo ao susto, desgracei um par de sapatilhas a tentar apanhar amoras no meio das silvas, fiz quilómetros em círculo porque não dava com a placa que assinalava Pombal, telefonei a gente, fiz contas, reinventei grande parte da história de Portugal, mas contava desenrascar... enfim. Adoro um rally paper. Adoro. Simplesmente. Adoro. E não participo em nenhum há já um tempo demasiado longo... Se houver por aí uma iniciativa destas, moi même alinha. O que mais gosto de ser é pendura. Mas também não faço arrenúncias a condutora ou companhia do banco traseiro. Gosto tanto, pá.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Sei ser um bocadinho mete nojo... se puxarem muito por mim!

Sei que, de facto, os meus critérios devem estar muito bem feitinhos quando uma aluna me envia um e-mail, histérica por ter chumbado, e, logo na primeira frase, escreve mal o nome da cadeira.

Sou perita em parlapié com ares de "eu não tenho a mania, eu sou mesmo boa", portanto, deixo espaço à vossa imaginação para tentarem aproximar-se do conteúdo da minha resposta.

O discurso do privilégio

cansa-me a beleza!

A coisa do "porque vocês agora têm tudo" e "antigamente uma pessoa andava com os mesmos sapatos todo o ano" e "casávamos mais cedo, tínhamos filhos mais cedo" e "a responsabilidade era outra... uma pessoa ainda novita já com o encargo de uma família às costas"... Fico cansada!

Explico.

Está tudo muito certo, é tudo muito lindo, nós temos tudo e mais alguma coisa, usamos internet para falar com as pessoas, viajamos mais e sem ser a salto, passamos a vida (dizem) em concertos e festas e jantaradas e teatros e musicais e massagens e compras e cinema... Ok. E temos carro. E vamos morar sozinhos, armados ao pingarelho. Não precisamos cá de anilhas para governar a vida. Vamos para todo o lado sozinhos. Abraçamos os amigos do sexo oposto com descaramento atroz. Tudo certo. A nossa vida é a pura da loucura. Somos uns felizardos. A grande maioria não soube nunca o que foi passar fome, frio, enfim. Continuo a acenar que sim com a cabeça, acreditem. Temos, muito mais que antigamente, a mania de estudar ou, pelo menos, de fazer que estudamos. Sob o pretexto de uma carreira em construção, adiamos a vida pessoal e já olhamos um bocado de lado quem casa aos dezasseis e aos vinte já tem uma ninhada de filhos. Compramos batatas no supermercado e, pior que isso, às vezes compramos comida pré-feita no supermercado. Vemos pouca televisão, ligamos nada a novelas. Diz quem sabe que só gostamos e queremos o que é bom. Tudo certo. Uns privilegiados. Tudo certo. Menos uma coisinha, um pormenor, uma nuance, uma nica.

Estabilidade.

Estabilidade no emprego é uma miragem para a nossa geração. Ninguém está seguro em carreiras até ao fim da vida. Ninguém nos garante reforma. Estudar não é sinónimo de muito mais que isso: estudar. Pagamos um preço caro por uma vida melhorzinha. É uma corrida e uma atracção fatal por tudo o que nos garanta que se podem esticar as 24h do dia. Portanto, não me chaguem a cabeça. Não, não me apetece o antigamente. Mas isto também não é o fim do mundo em cuecas de facilidade, compreendem?! Vergamos a mola, damos o litro, não nos acomodamos quando entramos no "quadro da empresa", temos casa com lareira e um carro que anda. Capito?! Não somos uns bandalhos a viver à sombra da bananeira, uns preguiçosos, uns manientos cheios de tescarias, não temos todos uma puta de uma panca na cabeça que só queremos é copos. A malta trabalha. E até tenta equilibrar isso com uma vida pessoal. Mas, de facto, não, não vai aos bailes ao domingo à tarde, nem desespera se não a pedem em casamento antes da maioridade.

Verdades e assim assim

Um comentário meu num blog deu origem a um post. Estou a ficar importante na blogosfera, pessoas.

Afinal, vou!

Estamos bem...

Talvez um dos grandes males fosse dever muito tempo à cama.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

É a vida!

Sentindo-se cada vez pior, mesmo mal, muito mal, pára o carro no primeiro sítio que encontra, sem reparar que é para os táxis, atravessa a rua, pede, a desfalecer, que lhe meçam a tensão e a deixem sentar. Piii... piii... piii... Anunciam que vão chamar o Inem. Diz que não vale a pena, já passa, respira fundo, baixa a cabeça, despe o casaco, levanta-se a custo, agradece, senta-se no carro, conduz devagarinho, dá duas horas de aulas, bebe um chá de camomila e põe o melhor amigo de pré-aviso, dá mais duas horas de aulas, conversa um bocadinho para desanuviar, dá mais duas horas de aulas, pega na tralha, conduz até casa, muda os livros da mala, aquece e come um prato de sopa, deita-se dez minutos às escuras, respira devagarinho, sai de casa, conduz devagar, olha a lua e pede calma, dá mais duas horas de aulas, tira dúvidas durante mais meia hora porque amanhã têm exame, conduz devagarinho, chega a casa, despe-se, veste o pijama, lava os dentes, ata o cabelo, deita-se no sofá, liga o portátil, escreve um post piegas, mas está que não dá para aturar a precisar de mimos, fecha o computador e corrige 33 casos práticos porque amanhã tem de lançar as notas pela fresca. Conta dormir e acordar pronta para outro dia. Este já está.

Tenho pena, mesmo,

de não ir!

Vocês, pessoas, se puderem, não percam. É no CAE, sábado, com a Cláudia Martins e com o Rafael Carriço. A causa é nobre. Tudo do melhor. Bolas, tenho mesmo pena de não conseguir ir...

Anjinhos de Natal

Conto aderir novamente a esta iniciativa. E conto que adiram também.

Tem-me, ainda assim e a propósito, vindo à mente a vergonha deste episódio.

Gosto desta!

A lei do desenrasca

Maioria do material comprado para a segurança na cimeira da NATO ainda não chegou


É a lei do desenrasca. Pode ser que passe. A sorte é escapar. Dos que estão não falta nenhum. É o tuga no seu melhor. Adoro ser latina. Tudo tratadinho a tempo e horas deve ser um tédio, de facto.

G. e a crise da metade da meia idade

Linda...
Sim.
Estou deprimido.
Porquê?
Faço 30 anos quarta feira.
Eu sei.
Eu sei que tu sabes. Por falar nisso, alta party, canita. Estamos sozinhos, vamos jantar e vou tentar não levar computador.
Sim, sim... acredito mesmo.
Estou a dizer.
A ver vamos, meu bom rapaz.
Olha.
Diz.
Mas estou deprimido.
Porquê?
Por causa daquela gajo de Roma que aos 23 anos já tinha conquistado meio mundo e eu tenho 30 e ainda estou como se vê.
Tolo. Tu conquistaste um mundo inteiro: o da tua mulher. E muito bem conquistado, que não sei como é que ela te atura.
Estão feitas, vocês.
Não... só te conhecemos demasiado bem. Mas és bom mocinho... quando queres.
Vou levar alegações para leres no restaurante.
Vou pensar no teu caso.

Pequena R. repetitiva que dói

Verdades e assim assim

Uma loja de tempo era negócio bom até nos tempos de crise.

domingo, 21 de novembro de 2010

Porreiro, pá!


Entre nós, sei de quem podia adoptar o slogan:

Vote no meu partido e o país estará fod#$%!
Quer dizer, lixado!

sábado, 20 de novembro de 2010

Ainda assim,

quando levantei os olhos da revista das fofocas e me vi novamente com o velho look cabelo lambido deixei escapar um "Talvez esteja na altura de comprar um alisador de cabelo. Chega de pregar sustos às pessoas." Então a minha C. puxa-me para a vida do dia a dia e remata o assunto com um "Se metade das vezes não põe sequer uma espuma, se aposto que só borrifa as pontas com o spray de brilho quando o Rei faz anos, se, nem quero pensar nisso, mas sei bem que continua a deitar-se com o cabelo molhado de for preciso, acha mesmo que depois da primeira vez voltaria a ter tempo para alisar o cabelo antes de sair de casa?!" Baixei os olhos em sinal de "Oh, que Bambi sou!" e disse apenas "Tem razão. E os caracóis fazem-me mai nova!".

Óóólhááá dica!

Só visto (literalmente)

No salão da minha cabeleireira, hoje à tarde, o assunto era a depilação definitiva. Mas precisavam muito de ver se resultava. Podiam, é certo, bastar-se com uma explicação do fenómeno, mas não. Ver para crer, quase tocar para sentir. Quem? Em quem? Que criatura pode ser apanhada assim nas teias da curiosidade de um bando de gajas? Ó puxem lá pela cabeça... Ó pensem lá bem... Isso mesmo: EU!

E não, não se bastam com um sítio para tirar amostra para os outros. De costas para a porta, saia levantada e meias puxadas ligeiramente para baixo, pensava para comigo "Não estavas a precisar assim tanto de cortar o cabelo, pequena R.. Podias, de facto, ter passado bem melhor o final de tarde se tivesses continuado a corrigir exames."

Verdades e assim assim

Tenho tanto sono que, há pedacito, estava aqui ao computador, enquanto a minha mãe me ditava uma coisa que precisava que eu lhe fizesse, quando a ouço perguntar "Por que é que estás a piscar o olho ao computador?", ao que respondi, com uma voz de profundezas "Estou a passar pelas brasas com o outro!".

Factos

1) Ainda estou acordada.

2) Entretanto, tive de ir ver se conhecia ou não o tipo da casa da TVI. Já me tinha esquecido que tinha prometido ir ver hoje. E sim, tenho uma vaga ideia. Mas foi há 7 anos, era Siena, altura de Natal, coração rodeadinho de luzes intermitentes em tons pastel... o sonho... sei lá. Mas sim, acho que sim, que me lembro dele. Que ganhe, pronto. Ou ele, ou o gajo que estava a falar quando liguei no programa e estava a dizer "A minha pessoa tem de ser uma mulher na rua e uma menina em casa. Sair e trabalhar e mandar muita bem no que faz, mas depois chegar e eu sentir que quer beijos e mimos e só de mim. É do mais lindo que há. Fo#$-se, pá!" AMEI. Não conheço, mas olha, amor para ti, sim, foffiii?! Sê feliz!

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Lá terá de ser...

Acho que vou dormir. Assim sendo, fico com dia e meio para corrigir 50 exames que faltam, organizar 3 arguições e preparar 6 horas de aulas. Mas como diz a minha empregada (dos meus pais, mais exactamente) ir dormir agora é uma questão de "amor à saúde. E com a saudinha não se brinca".

Wishlist

Lanidor

Há que tempos que não ouvia chamar assim as coisas pelos nomes...

Pirâmide de Maslow

Gajas do meu país,

camisolas que parecem redes de pesca de malha larga não são fashion, são só pirosas, tá?!

Não me apetece

falar da Cimeira da Nato. Tenham lá paciência, mas não me apetece. E o blog é meu. Chamem-me fútil, se vos der para aí. Não fugirão muito à verdade. Mas é que não me apetece. Mesmo.

Ohhh...

JURA!!!

Eu bem sabia...


Vergonha?! Pouca! Se for, é pouca vergonha. É a crise da vergonha. Pouca, a vergonha, é o que é. Pouca vergonha!

Rendida!

Notas breves ao dia de hoje

- Tenho sempre de me controlar muito para não passar pelas brasas nas aberturas solenes.
- Adoro os seminários para não juristas. Amo. Sobretudo se o público for diversificado. O de hoje era.
- Ser a primeira do painel é fixe, mas acho que nunca mais me deixam ficar com o lugar. Tinha 20 minutos e falei 45.
- Gosto de responder às perguntas que não têm resposta, tipo "O que é o superior interesse da criança?" ou "O que são vínculos próprios da filiação?". Divirto-me a procurar mostrar que há coisas que não podem vir com definições de três linhas nos livros.
- Fiz uma estrada tão bonita, tão bonita, que é impossível esquecê-la. De manhã, ia a passar e pensei para comigo, enquanto ouvia, em berros, a Diana Ross, "Bolas, eu já passei por aqui...". Depois de muito puxar por esta linda cabeça aos caracóis, lembrei-me: "Ah... Foi neste dia... Não me ocorreu logo porque dessa vez ia de pendura e, digamos que, mais concentrada no condutor!"
- A oferta aos oradores foram frasquinhos pequeninos de doces e compotas feitos pelos miúdos da instituição.
- Adorei a intervenção de um senhor e no fim fui procurá-lo para o felicitar. Então reparo que ele está a vir ter comigo e começa assim "Estamos a organizar um congresso em tal e tal e gostávamos muito de poder contar consigo!". Portanto, estou apalavrada para mais uma andança pela Serra.
- O interior tem uma dinâmica de trabalho muito diferente da do litoral, definitivamente.
- Amo conduzir sozinha.
- Por favor, só não me façam conhecer mais miúdos. Para isso, bem, para isso é que continuo a não estar preparada.
- Adoro este trabalho. Amo este tema. Senhores que mandam, a sério, pensem bem antes de mandar tudo às urtigas. É que eu gosto mesmo. Sou feliz, estão a ver?! E o Estado tem a obrigação de promover a felicidade dos cidadãos.
- Já pus roupa a lavar, tirei o verniz que lascou e vou voltar aos exames.
- Se eu podia ter um emprego igual todos os dias, das 9 às 5? Podia. Mas não era a mesma coisa.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Um blog dá-nos pessoas



Um blog dá-nos pessoas. Pode dar-nos pessoas, pronto. O meu já me deu algumas. E que ficam. Para sempre. Um chá marcado para as cinco, começado às sete, prolongado até depois das onze; o pretexto de um mimo para matar as saudades a sério; conversa tão boa como só se pode ter com as nossas pessoas; a descontração da roupa de casa e das pantufas; umas bolachinhas de chocolate; muita história partilhada; a piada do "para chegares à casa de banho é subir as escadas e depois na quarta porta à esquerda (sendo que a minha casa tem, ao todo, quatro portas interiores... é um mundo, portanto); a vida; o tempo sem pesar; os afazeres todos a um canto do sofá, depois no chão; um milhão de gargalhadas; a certeza de que é mesmo para repetir, daqui a uma semana, a um mês, a um ano; quase um ano de "gosto de ti" e um punhado de vezes assim pertinho; a segurança do conselho sempre atento do outro lado, dos parabéns, dos ralhetes, das palavras todas essenciais. Saiu daqui agora uma das minhas pessoas. E eu abri-lhe a porta. Para que volte. Sempre. Aaaaahhh... ADOREI!

Amo


estrelinhas. Adoro esta imagem. Tem cara de pequena R.. Tanto.

Reza a lenda

que me prometi quintas de cinema em casa.


Acho que me falho já hoje.

Vida dupla

Ele: À tarde?
Eu: Dou aulas em xyz.
Ele: À noite?
Eu: Dou aulas em tal e tal.
Ele: Ui. Tu andas com uma vida dupla...
Eu: Sim, mas o part time não é na Fernão de Magalhães.

risos

Sobre mim

Só gosto de corrigir exames a lápis. O lápis tem de estar afiado. Detesto parar a correcção de um exame para afiar o lápis. Antes de um dia de correcções, afio os lápis todos que andam cá por casa e, a cada intervalo para esticar as pernas, vou verificando o estado das pontas. Cada tolo com sua mania.

Humor negro*


É o chamado momento da revelação!

*Às manchas, vá.

Coisas importantes

Acabo de encomendar um presépio à Ana!

Fica a faltar-me a árvore, a grinalda com flocos de neve e a coroa da porta.

Há lá maneira melhor de começar o dia?!

E de o continuar?!

P.S. Não fiquem invejosos. Retomei hoje as lides das pilhas de exames para corrigir!

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Presente


Recebi este presente do CPS e A-D-O-R-E-I!!!

Má como as cobras

Deve ser a minha fama mais recente. Pus a aluna a chorar. Foi sem querer. Mas pus. Essa é que é essa. Alguém tinha de lhe dizer que, tcharam, não, não era aquilo que se esperava e, tcharam, copiar dos livros é bué fácil... mas para isso não se ia à faculdade... Tal e coisa, tinha mesmo de tirar a limpo se percebia as palavras difíceis que tinha escrito e... infelizmente... nop. Irrito-me com isto. Muito. Ditados e cópias vão bem até à segunda classe. Depois, são só disparatados. Pus a aluna a chorar. Sozinha. Com esta linda cara que Deus me deu. Não foi um momento lindo. Não me orgulho. Mas era inevitável.

My home first christmas #12

História de uma flor delicada

Fui fazer as primeiras compras de Natal. Ao chegar a casa, cortei-me num dos sacos de papel. Fim.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Verdades e assim assim

Isto só visto!

Pequena R. a ler mais um trabalho que precisa arguir. Momento alto de concentração. O telemóvel dá sinal de sms. O coração de Pequena R. quase lhe salta do peito para sair pela boca. Pequena R. faz uma breve oração enquanto se levanta do sofá e se dirige à estante. Pega no telemóvel. SMS: A perfumaria Mars informa que até 8 de Dezembro tem desconto adicional de 20% nos vernizes Chanel. Pequena R. tem um ataque de riso que mais não é que um sinal de descompressão. Volta a pegar no trabalho e antes de recomeçar as leituras escreve um post para assinalar o episódio.


Porque não, este post não é agendado!

Não percebi!

Os ministros ingleses, quando ficam contentes, batem nas mesas, é?! Então mas isso não é para os noivos darem beijos?! E com talheres, até se partir a louça?! Nada de mãos, que ficam cansadas. Se bem que diz que a moda agora é palmas. Eu continuo a achar que a malta deve beijar quando lhe apetece, que nem deve saber ao mesmo sob pressão e com aquela chinfrineira de fundo. De qualquer modo, e para o que interessa, ministros da terra de sua majestade, estou confundida...

Mais informações aqui.

Wishlist

Paz, sossego, verde, sono, brisa, juízo na cabeça e alegria no coração.

Este

É o poema de quem rasga os versos
porque os sentiu demais para os dizer
e os ouve nas ondas tão dispersos
como os sonhos que teve e viu morrer

António Patrício

Casa das teses

Esta noite, sonhei que a TVI organizava um concurso, tipo Big Brother e o actual Casa dos Segredos, mas para gente que tinha uma tese de doutoramento para fazer. Enfiava uns quantos mânfios numa casa durante uns meses e ganhava o que avançasse mais com a tese e não desse, nesse meio tempo, nenhum tiro na veneranda têmpora. Ora bem, toda a gente sabe que os meus sonhos costumam roçar a loucura, mas este até me parece ter perninhas para se pôr ao caminho. A bem dizer, há todo um fenómeno de exasperação que atinge níveis nunca vistos nas fases agudas das teses; uma alminha com uma tese em mãos põe a vida num parênteses, pelo que é pessoa para coboiar sem limites quando, fechado dentro de um sítio, coboiar seja a única maneira de continuar a ter a loja desamparada para continuar a trabalhar; finalmente, temos tendência para um humor negro ou então para uma falta de humor capazes de fazerem concorrência às fitas do Hitchcock. Tenho para mim que o programa seria um sucesso. Toda a malta lutaria por se manter na casa, antevendo a saga de voltar aos dias de trabalhos e afazeres profissionais outros que a impedissem de se dedicar, como eles dizem, 24 sobre 24, à tese. Só não contes com paixões avassaladoras, que nessas fases é mais comer e andar. De qualquer modo, TVI, se me estás a ouvir, pega na ideia que eu deixo. E ainda participo. A mamã e o papá dizem que fico impossível de aturar, pelo que posso ser uma candidata à vitória. Quanto mais ranhosos formos, mais o povo apreciará a nossa prestação. Segundo uma amiga, pelos vistos, há um elemento deste novo concurso que alimenta a frase "a vida é dura para quem é mole". Nós somos os melhores a ser duros. Puxando um bocadinho por nós, podem até esperar pontapés, como o do outro. Ou exposições orais demoradas, em que, a cada três palavras, quatro são asneiras. Se colaborarem com computadores que empanquem e nos fizerem chegar mensagens de pressão dos orientadores, facilmente chegam ao top do ranking televisivo com ameaças em directo de que cortamos os pulsos logo ali. Vão por mim. Sonhei um fenómeno.

Explicação

Eu: As pessoas com mais de sessenta anos estão obrigadas a um regime de bens no caso de casarem: o da separação de bens. Foi a forma que o legislador encontrou de proteger, em tempos, os senhores crescidos que se perdiam pelos decotes e mini-saias das alpinistas sociais.

Turma: Ah ah ah ah ah

Eu: Vocês divertem-se nestas aulas, não divertem?!

Turma: Muito!

Eu: :)

E levava-me ao altar #8

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Mimos


By Vera, hoje à tarde.

Pelos caminhos de Portugal, eu vou...

Boto faladura esta semana. No fim da semana. Tudo certo. Boto faladura num sítio onde não conheço vivalma. Tudo certo. Vou sozinhinha de todo enfrentar os caminhos do Portugal profundo para chegar ao destino. Tudo não certo. O destino está com máximas previstas de 5 graus e alertas de todas as cores garridas. Já disse que vou sozinha?! Eu e a minha viatura, tão amiguinhas. Vou partir cedinho, não saiam à rua intempéries para me receber em braços. Por isso e porque falo às 9.30 (What?! Eu sou de longe, gente!). Acabo de saber o horário. Ainda estou a recuperar.

Cevada

Desde que a minha diastólica decidiu brincar aos sprints com a minha médica de família que estou retirada dos médicos relativamente ao café. Custou um bocadinho. A seguir ao almoço, então, andei aí feita zombie durante umas semanas. Depois descobri o efeito placebo da cevada e posso quase admitir que o café não era assim uma coisa tão insubstituível na minha vida. No dia em que me tirarem o chá, bem, nesse dia sou gaja para ter um ataque dos nérvios. Já me bastam as restrições ao preto e ao verde. Adios gorreana del corazón.

Assim de repente...





e para começar a babar pela wishlist... a émoi apresenta novos modelos. Ide lá espreitar. Cada uma mais "cara de pequena R." que a outra. De paixão, mesmo, amo as desejo, êxtase, ousadia e alegria. Estou tãããooo indecisa... Dá para ser uma de cada?! Dá?! Até sou boa mocinha! Dá?! Siiiiimmm??? Sim?! Vááááá lááááá... (ar de pequena sereia e dois olhos a piscarem...)

Gosto tanto...

Coisas do Bob

Amo a liberdade, por isso, todas as coisas que amo deixo-as livres. Se voltarem é porque as conquistei. Se não voltarem é porque nunca as possuí.
Bob Marley

A frase é bonita, pois sim senhores. Mas...
1) Mas a liberdade, aprende-se desde cedo, não pode caminhar sozinha. A liberdade e a segurança são as melhores amigas. Há ali aquilo a que se chama o ponto óptimo de equilíbrio do seu protagonismo que tem de ser descoberto. É que, mesmo que seja difícil, a virtude não está na proporção tudo para nada.
2) Mas as pessoas não são coisas. E as pessoas podem voltar ou não independentemente de as termos deixado livres. A bem dizer, as pessoas só não voltam quando não querem. E ponto. Ficam quando querem muito. Lutam por isso. Não arredam pé. Quem vai e não regressa, nem na volta do correio, sempre iria. Só antecipa a viagem.
3) Mas percebo pouco disto e se calhar o Bob até pensou em tudo e foi aí que lhe saiu a pérola. Não será nunca a minha frase preferida dele, mas só porque a eleita dificilmente desce do trono. É perfeita.

domingo, 14 de novembro de 2010

Natal

Da última vez que me perguntaram o que queria para o Natal, respondi "Nada que se compre. Pior, nada que me possas dar."

Vamos ter de rever esta wishlist, pequena R., ai vamos, vamos. É que é Natal, é último aniversário antes dos intas, é Reis, é muita coisa. Vá... começa lá a pensar mas é em futilidades e coisas e... cenas e cala os lirismos por uns tempos.

Minha música essencial #14

Clic off

Passar-lhe pela cabeça que peluches podem ser um presente a ponderar.

Não tenho muito a dizer sobre isto. Só que já não tenho 3 anos... Acho que talvez seja suficiente. Não é mau, é inqualificável. Pior, só mesmo gostar.

Adoro

o contraste do mar zangado diante dos olhos com a calma de um chá quentinho nas mãos. Amo praia no inverno.

Verdades e assim assim

Já tinha saudades de jogar matraquilhos.

Private joke

Se fosse mesmo bom, era ouro. Mas se nem prata é, menina...

ahahahahahahahahah


P.S. A quem perceber: se disserem que eu chorei a rir com isto, eu nego até à morte :)

Quando a conversa descamba!

Vieste a pé porque precisavas levar com vento e chuva para desanuviar por ter passado toda a tarde a estudar introdução?! Não percebo. Introdução costuma desanuviar. A mim, pelo menos, poucas coisas me desanuviam mais que introdução!!!

sábado, 13 de novembro de 2010

Vamulá


O Natal é quando o homem quiser. Pelos vistos, St. Martin também. É hoje. Converseta animada, colinho de amigos, janta bem frugal, prevendo, por certo, as castanhas e a jerupiga da sobremesa. Já voltaste ao corante das unhas. Estás no bom caminho. Agora é um dia. Depois outro. Ele avisou-te. Tu não quiseste saber. És crescida, tens as vacinas em dia, podes jurar que vai passar. Agora ou depois, mas vai. Fica a lição: nunca ignores o que um desconhecido te diz. Vamulá para o mundo, que o caminho faz-se andando... para a frente!

London eye*


A distância, a distância... a distância é que...
É a distância que muda a forma como vemos as coisas.

*Vista (Agosto de 2009)

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

...

Histórias com gente dentro

Que programa mais especial!

Verdades e assim assim

Some quotes are golden!

S: You're a very strange person.
H: That maybe true, but you're here.

S: You ever not want a new day to start?
H: Why do you think we're facing in this direction?

S: I've done so many things that at some point I did for the last time and I wasn't paying attention. And then I met you and I got to laugh and make love and fall in love all for the last time... but this time I paid attention.

Ódio de estimação XIX

Objectos com borboletas.

Nunca percebi a razão para se dar tamanho destaque às borboletas. Percebo que a lua, as estrelas, o coração, a forma de um laço, and so on, inspirem os estilistas, os designers, sei lá. Mas as borboletas... Não alcanço. As borboletas são animais. E têm tido muito mais honras que qualquer dos seus outros amigos animais. Detestando aves, gosto de algumas coisas em que as representam. Entendo a piada dos aventais com vaquinhas, porquinhos, patinhos e assim. Não estão no topo das minhas preferências, mas até acho graça. Ursos para bébés, a mesma coisa. Sapos como alusão a príncipes, também. Mas nenhuma destas manifestações públicas de "olha, sou um animal e há quem se inspire em mim" chega aos calcanhares do enjoo de ver borboletas por tudo quanto é sítio. Ganchos para cabelo de gente grande, anéis, pendurezas de orelhas ou para colares, estampados de roupa, velas, carteiras, sapatos, objectos decorativos vários para o lar, todo um mundo de atoalhados e roupas de cama, cortinas então nem vale a pena falar, autocolantes para cadernos escolares, nem sei. Já vi noivas com borboletas coladas no bouquet. Oh pá, poupem-me. Ai que é liberdade. É tudo muito lindo, pois sim, mas o que é demais... Enfim... O fenómeno pode equiparar-se ao que sentimos quando estragam uma música belíssima passando-a de dois em dois minutos na rádio. Um dia, é um ódio de estimação. Cansa. Tamanha façanha contagiou outros motivos decorativos: Hello Kitty à cabeça. Ainda a bicha mal era falada, recebi, de presente da mamã, um roupão e uns chinelos. É de miúda. Tu adoras estas coisas. E adorei. Até começar a ver tudo quanto é cachopa com outfits completos com o desenho da gata. Cansei. Visto o roupão e calço os chinelos. Estão bem conservados e fui habituada a não torcer o nariz nestas coisas. Mas estão longe da minha preferência. Não vieram para Coimbra, por exemplo. É que, de animais, só mesmo a Pantera Cor de Rosa para não cansar, o Mickey, o Donald, a Margarida, a Miniie e esses assim. Tenho dito. Abaixo a febre da borboleta.

Pronto, vá,

abdicava de corrigir exames, de semanas inteiras de provas orais (só assim um dia por outro, para matar saudades), de tardes/noites de oito horas de aulas (gosto muito, mas podia ficar com menos horas que gostava na mesma), de algum trabalho quase administrativo. Podia ficar no trabalho que gosto mais, mas com uma perninha de aulas um ou dois dias por semana. Assim, meus amores, ficava mesmo uma coisa de valor!!! Do melhor!

À pergunta "Se não fosses isto o que serias?" sempre respondi actriz. Bem que os psicotécnicos avisaram. Eu é que não lhes dei ouvidos. Depois, em segundo lugar, assistente social ou jornalista. Mas continuo a achar que, enfim, esqueçam lá isso, não vamos mexer demais, que podemos até estragar.

E não deixavas de trabalhar?!

Perante esta pergunta, cheguei à conclusão que nada da minha vida profissional, ou muito pouco, mudaria se eu fosse rica. Porque o que eu não gosto é apenas um caminho para chegar ao que quero. Se fosse rica, bem, compraria ainda mais livros, possivelmente, mas, enfim, já não tenho tempo para ler nem os que compro não sendo... Pensando bem, não há nada de relevante que ser rica pudesse mudar na minha vida, pelo menos profissional. Vejamos. Dos três trabalhos que tenho, não conseguiria abdicar de nenhum, portanto, enfim... O que me leva mais tempo, o que talvez me realize mais, corre o risco de acabar, mas não era por eu ser rica que poderia alterar isso. É um projecto com uma dimensão social que me parece ter muito sentido se houver investimento público. Em suma, não acho que um Observatório particular fosse a solução. É, de longe, das coisas que mais gosto de fazer. Custa-me muito pensar num fim anunciado. Vou sofrer muito se tiver de me retirar desta vida. Acho que pouca gente percebeu a importância disto. Mas a importância, sem preço, vê-se nas reuniões de discussão de vidas pequeninas, vê-se nas formações, vê-se nos arrepiar de alguns caminhos pouco ponderados que às vezes tinham começado a ser trilhados. Depois, os outros dois trabalhos são aulas. E toda a gente sabe que eu adoro ser professora. Não teria provavelmente paciência para outro nível de ensino, mas aqui, bem, adoro discutir. Há dias em que a coisa corre melhor, há dias em que corre pior. Não consigo decidir-me por nenhuma de duas áreas de eleição. E tenho a sorte de uma já me estar destinada num dos sítios. E de ter uma turma pós laboral que me fez redescobrir o gosto de uma boa aula. Amo. Ganho aí energia para ir levando o sacrifício (é mesmo) de ter de penar durante uns tempos numa área de que não gosto, não gosto, não gosto, no outro sítio. Mas, mesmo aqui, enfim, estou em casa. Tem coisas más, péssimas, mas ando por lá desde os 17 anos. E tenho esperança de um dia, não sei quando, me deixarem fazer o caminho que eu ambiciono e não o caminho que precisam que eu faça. Tirando isto, faço a chamada advocacia caseira, que me dá um prazer mais que sabido, adoro dar aulas para públicos diferentes, formações para gente que não seja da área jurídica, e rendo-me, babo, literalmente, quando recebo um convite para uma conferência. Portanto, faço o que gosto. Sobra a bendita tese de doutoramento. Aqui, bem, aqui a conversa é outra. Gosto de aprender, mas não gosto de deadlines. Gosto de investigar, mas não aprecio pressões. Gosto de escrever, mas não me animo muito com regimes forçados e demasiado longos de clausura. Faço uma tese (tento) porque é a única maneira de me garantir, dentro do possível, manter naqueles trabalhos de que gosto. Nunca neguei que há coisas muito melhores para ocupar os dias do que estar enfiada em casa a ler desalmadamente literatura jurídica. Enfim... Mas é preciso. Tem de ser. E o que tem de ser tem muita força. Por isso, tentemos tornar a coisa o mais prazenteira possível (?!). Se eu fosse rica, bem, viajava mais, viajava muito, corria mundo, falava com gente, cheirava lugares, olhava pores do sol e amanheceres em muitas paisagens, mas não, não deixava de trabalhar. E, nos próximos quatro anos, tinha de refrear um bocadinho os ímpetos... porque não podia deixar de parir uma tese de doutoramento. De resto, comprava uma casa. Ajudava muita gente que precisa e que não está longe de mim e remodelava o conceito de institucionalização em Portugal. Pagava ao Primeiro para me deixar mandar nisso, só nisso. Era assim, se eu fosse rica. Acho eu. Mas também me podia subir o dinheiro à cabeça e dar para estúpida. Às vezes, acontece!

Ah ah ah

Ele: Linda, tenho de te contar uma coisa.
Eu: Diz.
Ele: Sabes aquilo que me dizes sempre, de eu ter de parar para pensar o que quero ser na vida, o que quero fazer, o que gostava que ocupasse os meus dias, porque só assim é que posso achar que trabalhar não é uma cruz?!
Eu: Sim.
Ele: É sobre isso que tenho uma coisa para te contar.
Eu: Mas eu não digo só que tens de decidir. Já discutimos muito isso. Em todos os trabalhos, em todas as profissões, em todas as vidas há coisas de que gostamos mais, coisas de que gostamos menos e coisas de que não gostamos. Mas pronto, o objectivo é tentar encontrar alguma coisa de que se goste mais do que menos.
Ele: Eu sei. E já descobri o que quero para mim.
Eu: Então?!
Ele: Quero ser rico!
Eu: Ah... E o que é que vais fazer até chegares a rico?
Ele: Só coisas de que não gosto, mas não tenho outra hipótese.
Eu: Estou a ver... És tão tótó!
Ele: Não gozes. Estou a falar mesmo a sério.

Adoooro!

My home first christmas #11

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

E foi assim

que hoje descobri um dos filmes da minha vida.

Porque sou uma romântica incorrigível, gosto de romantismos, acredito no amor e que ele é o que mais vale a pena nesta vida. Porque ando cansada. Porque sim. Porque nunca é tarde. Porque há, efectivamente, coisas pelas quais não vale a pena deixar de viver. Porque ela gostava de natal. Porque começou incompreensível. Porque foi feito mais pelo que calou do que pelo que disse. Porque... Um dia conto-vos o filme que vi hoje.

Cinema

Não me portei mal. Trabalhei. Podia ter rendido mais, mas esta cabeça já não é o que era. De qualquer modo, hoje é o dia de parar a horas decentes. E apetece-me voar. Entrar numa dimensão diferente. Isso faz-se lendo ou ouvindo música ou vendo um filme (ou viajando... mas essa hipótese, para o caso, não conta). Bem sei que anunciei como luxo a conjugação das duas primeiras coisas bem boas da vida, mas agora o que me apetece é um filme. Sim, podia vestir-me, pentear decentemente o cabelo, calçar-me, pegar no carro e ir ao cinema. Mas já estou de pijama, o cabelo hoje não tem solução possível e pensar em substituir as meias de lã por o que quer que seja soa-me mal. Rodar a chave de casa e pôr o nariz na rua, então, ainda pior. Tenho vontade de ver um filme, mas não me peçam uma revolução. Assim sendo, já aqui tenho de companhia um chá noite tranquila e o comando do Meo, prontinho a zarpar para o videoclube. Um romance ou uma comédia. A ver vamos. Mereço. Não me portei mal. Trabalhei. E de vez em quando, muito, muito de vez em quando, posso tentar ter uma noite como as pessoas normais. É isso.

Melancolias do fim da tarde

É verdade, é!

Às vezes temos uma coisa tão, tão, mas tão importante para dizer e ninguém para a ouvir... Ficamos ali, a pensar em cada palavrinha, à espera...
É verdade, é! São coisas. Acontecem.

Céu

Está um céu maravilhoso de fim de tarde de Outono. Cinza escuro, com abertas de azul celeste e um rosa alaranjado. Um céu de frio e, ao mesmo tempo, um céu confortável de se ver. Está maravilhoso.

Qualidade de vida

Meia hora por dia para ficar deitada no sofá, embrulhadinha numa manta quente, com um instrumental baixinho e um bom livro no regaço.


Uma vaga para a Tranquility até sábado também era bom.

My home first christmas #10


O apagador de velas é o que trouxe de Londres no ano passado.

Verdades e assim assim

Com sorte, depois de mais de dois meses de adiamentos sucessivos, pode ser que até domingo à noite consiga tirar pelo menos uma manhã ou uma tarde para voltar a pegar em qualquer coisa que se aproveite para o doutoramento. Lembro-me vagamente que já tinha escolhido tema... e pouco mais. Esta coisa das teses nas horas vagas não dá com nada, está visto.

É dia de São Martinho!

Verdades e assim assim

Acabo de falar contigo, meu amigo. E é isso mesmo. Acabo de falar contigo. Meu amigo. Se há uns meses me dissessem que escreveria um post assim, duvidaria. Mas a verdade é que acabo de falar contigo. E és meu amigo. Ponto.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Wishlist

Favorzinho

Ide lá ler este texto da Vera.

Já disse quase tudo o que penso a propósito no comentário.
Acrescento apenas este poema do António Ramos Rosa, que diz muito mais do que algum dia conseguiria explicar aqui.

Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob as montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas

Não posso adiar este abraço
que é uma arma de dois gumes amor e ódio

Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação

Não posso adiar o coração.

Sei que já não sou propriamente uma pita nisto quando

hoje chego para arguir o primeiro trabalho e a orientadora da pessoa me cumprimenta com um "Olá professora, está boa?!". Oi?! Sorry?! Pequena R., estudares inventário até às duas da manhã e levantares-te às sete pôs-te a bater mal, miúda. Vá, o sol ainda agora nasceu, respira, tu chegas lá. Viva! Como está?! Sou péssima fisionomista, não estou a conseguir ver de onde nos conhecemos. "Ah, pois, é natural, éramos muitos. Fez-me oral em 2006. Foi muito querida. Eu estava nervosa e disse-me assim "Mas acha que eu tenho cara de quem faz mal a alguém?!"" Confere. É a minha frase amuleto para quem tem as lágrimas ali prestes a rebentarem, treme das mãos e depois de cada palavra está cinco segundos a dizer "ããããã". Bolas. Estou a ficar velha.

Ódio de estimação XVIII

Sopa fria.

Gosto muito de sopa. Mas quente, fumegante.

Antes que a pessoa se vá

Falar é completamente fácil
quando se têm palavras em mente
que expressem sua opinião.

Difícil é expressar por gestos e atitudes
o que realmente queremos dizer,
o quanto queremos dizer,
antes que a pessoa se vá.

Carlos Drummond de Andrade

E... assim se passam os dias...

Do essencial

No fim tu hás-de ver que as coisas mais leves são as únicas
que o vento não conseguiu levar:
um estribilho antigo
um carinho no momento preciso
o folhear de um livro de poemas
o cheiro que tinha um dia o próprio vento...

Mário Quintana

My home first christmas #9

O meu quebra nozes mais especial de todos!