sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

5h27m

Vou dormir. Tenho de me levantar daqui a duas horas e trinta e três minutos. E botar faladura.

Zzzzz

Juro que ia dormir. Agora. Já. Mas ainda falta ler tanto. E escrever tanto. 

Há dias (noites?!) em que me pergunto se já não tinha idade para ter juízo e dedicar-me, de vez, ao meu aparente talento para a manicure.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Já repousava as vistas, já!

E pronto. Acabaram os exames para corrigir (não se animem, terça feira chega cá a casa outra batelada deles...). Agora podia descansar as vistas. Sei lá, estendê-las janela fora ou ver um bocadinho de televisão ou até ir fazer cenas... Mas não, vou preparar uma conferência para... tacharam... a-m-a-n-h-ã... d-e m-a-n-h-ã!!! 

Ontem, ao jantar, parecíamos os dois uns zombies. Deixávamos frases a meio, parávamos o olhar por instantes, suspirávamos com suspiros arrancados lá do fundo e só conseguíamos responder com acenos de cabeça à perguntinha básica "Os Drs. hoje estão cansados, não estão?!". 

E é isto.

Sejamos umas para as outras...

Juristas


Eram 23h46m e nós ainda estávamos, ambos de pijama, sentados no sofá, a discutir coisas da tese. Eram 08h23m e nós já estávamos, enquanto tomávamos o café quente e comíamos uma fatia de bolo, a discutir coisas da tese.

Estou na fase em que já sonho com ela. Em que tenho pesadelos com ela, mais exactamente. Não escrevo, não abro o documento daqui a pouco há um mês, mas todos os dias, várias vezes por dia, me ponho em causa por causa dela. Definitivamente, ou este ano acabo com isto ou em breve isto acaba comigo... e o meu homem começa a maldizer a sua sorte de namorar com uma jurista.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Fácil, mais fácil não há



Bolo de iogurte:

2 iogurtes de morango
2 copos de iogurte de açúcar (só usei 1...)
3 ovos
1/2 copo de iogurte de óleo
4 copos de iogurte de farinha
1 colher de chá de fermento

Batem bem os iogurtes, o açúcar e os ovos. Juntam o óleo e a farinha e continuam a bater até obterem uma massa homogénea. Adicionam o fermento e envolvem-no na massa.

Levam ao forno, pré aquecido a 200º, 30 minutos, numa forma untada com manteiga e polvilhada com farinha. 

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Gosto muito!

Este país não tem a noção do longo prazo... e nem do médio, vá!

Estou aqui engasgada com isto. Já escrevi e já apaguei umas dez vezes um comentário no facebook. Já pensei ligar pelo menos ao meu homem ou a um amigo só para desabafar. Já me esforcei por continuar a corrigir exames, que é a minha vida por estes dias, e esquecer o assunto. Mas não consigo. E o blog, enfim, leva por tabela. Preciso deitar cá para fora, mas tenho muito que medir as palavras e seleccionar os receptores da informação. Por isso, o blog é perfeito. Quase ninguém me conhece, metade das pessoas que me conhecem não vão perceber nada do que eu vou dizer e a minoria que vai entender gosta demasiado de mim para não perceber que não se trata de nenhum sentimento mesquinho ou de me sentir injustiçada enquanto R., mas de uma profunda incompreensão pelas políticas dos sucessivos governos deste país. Eu não sei nada de praticamente tudo. Salvo uma honrosa excepção de uma ínfima parte do conhecimento jurídico em que, por acaso, se cruza o penal com a família, eu sou uma profunda analfabeta. Não sou especialmente boa em nada. Nem a matemática, nem a inglês, nem em música, nem em maquilhagem, nem em culinária, nem em arranjos florais, nem em economia, nem em biologia, nem em nada. N-a-d-a. Naquele minúsculo espaço do direito, porém, eu sou um bocadinho melhor que nódoa. Por isso, às vezes escrevo sobre ele, às vezes falo sobre ele, às vezes estudo sobre ele, uma vez fiz uma tese de mestrado sobre ele, hoje tento acabar uma de doutoramento sobre ele e, espantem-se, em 2006, um professor com o qual nunca mais tinha falado na vida desde a oral em que me deu boa nota, convidou-me para trabalhar num grupo que tratava o tema. Como vêem, só acho que sei um bocadinho daquilo porque já houve gente esperta a dizer que eu sabia e até há gente que paga para me ouvir falar ou para ler o que eu penso daquilo. Aquele grupo de que falo ali em cima, porém, é(ra) composto por muita gente, e muita dessa gente, indiscutivelmente, é mesmo, mas mesmo, mas mesmo boa naquilo. Há lá gente com idade para ser minha avó. Gente que, pronto, passou uma vida inteira a pensar no assunto, não sei se estão a ver o género. O grupo, uns mais outros menos, mas enfim, isso é como tudo, trabalhou. Mostrou serviço. Levantei-me muitas vezes muito cedo para falar com pessoas, fiz algumas directas a escrever relatórios para o Governo e devo estar a dever alguns destes meus cabelos brancos às histórias que fui ouvindo. Um dia, o Governo mudou e o grupo foi literal e esmagadoramente esquecido. Por carolice, ainda fomos fazendo umas coisas e a verdade é que ainda hoje, volta meia volta nos reunimos e pensamos nuns assuntos (Ontem, por exemplo, a malta esteve junta. Eu, por acaso, não estive. Não por falta de vontade, mas porque este meu mês de Janeiro está a ser demasiado atípico e porque, a somar a tudo, ainda tive o homem da Bosch cá em casa a arranjar-me a máquina de lavar louça durante a tarde.). Hoje, qual não é o meu espanto quando reparo numa curiosa iniciativa deste Governo para estudo do assunto. Criando grupos. Assim, ignorando estoicamente que já há um grupo formado. Esquecendo, nas gavetas com buracos que eu aposto que há em Lisboa, os milhares de páginas em documentos que ao longo dos últimos anos fomos enviando. Aposto que as conclusões daqueles grupos, vendidas a preço de novas daqui a uns meses, me hão-de, na grande maioria dos casos, cheirar a mofo, porque já cansei a beleza a escrevê-las e a explicá-las... para o boneco. As pessoas até agora indicadas para os grupos estão, notem bem, acima de qualquer suspeita. E olhem que não falo de cor. Conheço-as. Já trabalhei com elas. Sei que são boas. Mesmo boas. Mas, porra pá, vão repetir serviço?! Vão mesmo?! Num país a queixar-se repetidamente da falta de fundos, vão mesmo pagar às pessoas para fazer o que já foi feito?! Ou, pelo menos, muito do que já foi feito?! Não entendo... Parece que moro num Portugal a brincar.

Da praxe... por partes

Tenho andado a adiar escrever sobre isto. O tempo não abunda e achei que, mais cedo ou mais tarde, o assunto seria direccionado para o que interessa e eu escusava de gastar o meu latim. Mas já passou demasiado tempo e a confusão mental perdura e então, pronto, lá me decidi. Tenho este defeito grande de me custar ficar calada. Perco mais do que o que ganho, mas está-me na massa do sangue. Há quinze anos, quando entrei na faculdade, também eu fui praxada. E nos anos que se seguiram, bem, nos anos que se seguiram, também eu praxei. E olhem que praxei muito. Praxei muito com cantigas, com teatros de rua, com brincadeiras na Baixa, com reclamações se as declarações de amor não fossem feitas a preceito, se a saia andasse demasiado curta ou se decidissem levar gaiolas nas orelhas para a Serenata, ignorando a regra de deverem ser discretas. Ninguém morreu. Ninguém adoeceu. Ninguém endoideceu. Ponto. Isto é a praxe. Há um Código da Praxe que, sim, como li alguém comentar esta semana, tem mais artigos que a Constituição. Não me parece mal.  Alguns livros da MRP têm mais páginas que "A trança de Inês", da Rosa Lobato Faria, e ninguém acha estranho. Honestamente, o Código é um livro como os outros, que li com a pressa de quem quer aprender tudo sobre uma tradição saudável que marca, também, uma mudança na sua vida. A praxe serve mesmo para integrar. É pela praxe que os mais velhos encontram os mais novos, lhes ensinam onde podem tirar cópias, almoçar mais baratinho ou sair à noite sem perigos. É pela praxe que pessoas de diferentes anos de um curso se tornam amigas para a vida, alternam as casas de realização das jantaradas e aprendem a seleccionar a melhor bibliografia de cada cadeira. Pela praxe é que se sabe que há uma Cecopi, mas que, regra geral, os apontamentos não são de fiar, que a professora x dá aulas melhores que a y e que o Relatório é o pesadelo da 2.ª turma de Família. Isto é a praxe. Matar pessoas é homicídio. Bater nelas é ofensa à integridade física. Chamar-lhes puta é injúria. Obrigá-las a fazer o que não querem é coacção. Deixá-las por aí ao Deus dará, das duas uma, mas pode ser sequestro, pode ser exposição ou abandono, pode ser omissão de auxílio... And so on. Resumindo: nada disto é praxe. O problema da tragédia do Meco, portanto, começa numa absurda confusão de conceitos. Nada daquilo é praxe. E não é porque aqueles alunos que eu ouvi na televisão dizem que aquilo é praxe que aquilo passa a ser praxe. Porque se eu disser que o amarelo é verde, não é por isso que o amarelo passa a ser verde. Mais grave, porém, é pegar-se na confusão de conceitos e, partindo dela, tentar resolver o problema do caso concreto com soluções alegadamente gerais e abstractas. O maior disparate que ouvi nos últimos tempos, a seguir à aprovação do referendo da coadopção, foi sobre a necessidade de criminalização da praxe. A sério. Por quem lá têm, importam-se de deixar o direito penal em paz?! Só desta vez. Pleeease. Já vamos na vigésima nona alteração a um código penal com pouco mais de trinta anos. Isto não vos diz nada?! Um dia destes tenho de começar a dizer aos meus alunos que o direito penal é prius e não ultima ratio na resolução do conflito de interesses. Isto não é praxe. Isto é crime. E os crimes nada têm a ver com a praxe. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Não é possível praticar um crime no âmbito da praxe. Se se pratica um crime, antes de mais, tem de se identificar a impropriedade do uso do termo praxe. Tenho muita pena dos jovens que morreram no Meco. Eram, indiscutivelmente, pessoas demasiado desinformadas. Só isso justifica que tenham achado que assinarem um termo de responsabilidade tinha algum tipo de valor de justificação penal quando dispunham da integridade física e da vida. É essa impreparação que me permite desculpar também os que, confusos, trapalhões da língua, continuam a dizer que o problema é das praxes. Enfim. Tenho dito.

Rui Pedro


Na altura em que o Rui Pedro desapareceu, o meu irmão tinha quatro anos. Muito por causa do desaparecimento do Rui Pedro, o meu irmão foi, conscientemente, educado de uma maneira radicalmente diferente da minha. Não foi porque os tempos fossem outros, muito distintos. Foi porque a minha mãe passou a temer, com todas as suas forças, sofrer um dia esta dor aguda que os olhos da mãe Filomena gritam de cada vez que a vemos. O meu irmão nunca foi, nem pré adolescente, sozinho para a escola, nunca foi de bicicleta para a música, para a catequese, para a piscina, para o futebol, para casa de um primo ou dos avós. O meu irmão nunca foi de comboio para o inglês, nunca esperou mais do que dois minutos que alguém o fosse apanhar à porta da escola, nunca foi numa viagem sem adultos. Passei tardes inteiras dentro do carro, a estudar para os exames ou a ler ou a ouvir música, à porta da escola de música, do British Council, da capela ou do Centro onde tinha Jazz. Se os meus pais não pudessem, se não fosse demasiado pesado para mim e pudesse aliviar-lhes as tarefas numa ou outra semana, cabia-me a mim fazê-lo. Nunca me lembro de deixar o meu irmão à porta do colégio e de não esperar que entrasse. Precisava de o ver passar o portão, cumprimentar o segurança e seguir, muros adentro, de mochila às costas. O meu irmão, amor imenso em forma de gente que a vida me deu, é, para mim, meio irmão, meio filho. Talvez por isso, os olhos da Filomena também me agridam a paz possível a que o esquecimento deste episódio pode dar guarida se não virmos esta mãe durante algum tempo. O meu irfilho não brincou na rua, não foi sozinho procurar amoras nas silvas junto à fonte e nem jogou às escondidas em casas abandonadas há décadas. Eu fiz isso tudo. Sempre acompanhada apenas do meu primo Pedro. Isso e muito mais coisas, como tomar banho no rio, correr atrás dos autocarros, descer ladeiras de bicicleta sem mãos e sem pés (felizmente, nunca sem dentes). O meu irmão, não. O meu irmão viu muitos filmes, jogou muita playstation, muito bilhar, muito futebol, mas tudo em casa. O meu irmão passou muitas tardes com amigos, mas sempre sob a supervisão de adultos. E isso, necessariamente, há-de ter-nos feito pessoas diferentes. Eu fiz Erasmus sozinha, decidi que queria fazer um curso de inglês fora aos dezasseis anos e nada temi particularmente na noite em que atravessei a Sereia. O meu irmão gosta muito de dizer que é aventureiro e mimimi, mas nunca aceitou sequer a hipótese de ir estudar para muito longe de casa. Hoje é um homem. Provavelmente, mais corajoso e destemido até que eu. Mas foi vigiado muito mais e até muito mais tarde. A minha noção de liberdade é, indiscutivelmente, muito mais ampla (bem, não há-de também ser indiferente eu ter vivido até aos 18 anos sem telemóvel...). Mas enfim, tudo isto para dizer que o Rui Pedro é uma memória demasiado presente na minha vida. O Rui Pedro e a Filomena são pessoas com as quais me identifico, sofrem dores a que nunca fui sequer um bocadinho indiferente. E é por isso que hoje, ao encontrar este apelo, mais uma vez, se reacendeu a minha esperança em milagres. Não me perguntem porquê, mas acredito que, se houver justiça no Mundo, esta mãe não morre sem saber o que aconteceu ao seu filho.

Doses generosas de amor fazem bem à saúde!

No domingo à noite, inesperadamente, adoeci. Nada grave, mas comecei a sentir-me mal, mesmo mal, cada vez pior. O meu homem, cheio de paciência, levantou-se as vezes que foram precisas, fez-me chá, aqueceu-me uma botija de água quente, "obrigou-me" a comer uma bolachinha e ainda, de bónus, se pôs, sentado na beira da cama, do meu lado, a contar piadas e a fazer disparates. Depois adormeci com festinhas no cabelo. E juro, acredito que, tudo junto, foi, pelo menos, meia cura. 

A preto e branco


Não encontro em mim capacidade suficiente para descrever racionalmente o que sinto ao olhar para esta imagem. Por mais que me esforce, e esforço, por ser uma rapariga das evidências e dos resultados apurados cientificamente, a verdade é que mora em mim um lado todo muito sensível aos sinais. E um como este, que vem do céu, não me tem deixado serenar o coração. Para onde, afinal, caminhas tu, Mundo?!

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Cinema em casa... ou o oásis na maratona

Hoje é noite de cinema em casa. Bem, hoje é noite de jantar de amigos e de cinema em casa, com amigos. Hoje é o oásis das nossas semanas corridas, demasiado entaladas entre papéis e livros e reuniões e mails e telefonemas e prazos e tribunais e julgamentos. Às vezes, no rebuliço dessa vida a cento e muito à hora, convém parar, dar uso aos freios, olhar à volta, ganhar balanço e voltar a correr só que com mais vontade. Hoje é noite de cinema em casa. Está a fazer-me falta. Preciso dos amigos por perto, como pão para a boca. Tenho cada vez mais a sensata certeza de que os amigos, os amigos amigos, são raros. E, também por isso, demasiado preciosos. E se à família tenho conseguido, a preceito, manter pertinho, os amigos, a fazerem as suas vidas, com dias destes minúsculos e que não passam das vinte e quatro horas, deixam saudades volta meia volta. Hoje dou uma cajadada nas saudades, rio até me doer a barriga enquanto janto um petisco temperado a private jokes só nossas e descalço-me e estico-me no sofá dos amigos a ver um filme e a beber chá. Logo mais, deito-me nos braços do meu rapaz e, pensando bem, o fim de semana não podia começar de uma maneira melhor. Amanhã até trabalho com mais vontade, caracinhas. É que tem de ser. E o que tem de ser, sabem-no bem, tem muita força.

Se eu podia namorar com outra pessoa?!

Podia. Mas não era a mesma coisa. Gostamos ambos disto. Muito. Tanto. Para a vida.








E... mais não digo.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

A minha vida há um ano

Quando penso na minha vida, no que era a minha vida há um ano, descubro que o B. é a mais natural escolha que alguma vez o destino me apresentou. Nada na minha vida se comprimiu com sacrifício para que ele ocupasse, sempre, cada vez mais, todos os dias, um lugar de uma importância tamanha como só podem ocupar as pessoas que amamos com todas as forças. 

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

As fotografias, a botija de água quente e o suporte para as malas

O meu dia de hoje está bem para o mês que estou a passar: louco, perfeitamente de doidos. Se tivesse dias de 48 horas e cinco assistentes pessoais ainda dava para dizer que não se podia andar à boa vida este Janeiro. Normalmente, não se pode andar à boa vida, mas este Janeiro está a ser particularmente chato de aturar. Pois que então hoje me levantei cedo e dei aulas até à uma da tarde, sendo que, no fim, passei meia hora a tirar fotografias de todos os estilos e feitios com cada aluno. Os alunos brasileiros fazem uma pessoa sentir-se a última coca cola do deserto. Sempre. Hoje a aula até correu muito bem. Não é costume dizer que uma coisa correu bem, portanto, se digo, é porque acho mesmo que correu, mas mesmo que não tivesse corrido, eles sempre bateriam muitas palmas e nos pediriam muitas fotos. Está-lhes no sangue. Entretanto, corri para o supermercado, engoli um almoço rápido e sentei-me a responder aos mails que nascem na minha caixa de correio como cogumelos, antes de me dedicar a voltar a corrigir exames. Nesse meio tempo, recebi um telefonema do meu rapaz. Como sempre, como em qualquer mês, por mais louco que seja, são os detalhes que me fazem ver (quase) sempre que há um maravilhoso bright side da coisa. Ora pensem comigo se não é a coisa mais fofa este homem lembrar-se de me comprar uma botija de "água" quente que se liga à corrente e se pode levar para todo o lado?! É. Às vezes, juro-vos, não sei como raio é que pude viver 31 anos sem esta pessoa na minha vida... É um mistério. Preparava-me já para fechar isto e pegar nos exames, até sem me lembrar de cá vir dizer-vos nada, quando recebo uma mensagem que me deixou a rir uns dez minutos sem parar. "Amiga, explica-me como funciona o anti stress que me deste no Natal!" Puxei o mais que pude pela cabeça e não me lembrava de ter dado nenhum anti stress, muito menos a ela. Puxei outra vez pelo meu tico e pelo meu teco e fez-se luz: o que eu lhe dei foi um suporte para a carteira. Daqueles que evitam que uma mulher a ponha no chão por exemplo quando vai ao restaurante, ou que tenha de ocupar mais uma cadeira com ela. A minha amiga olhou para aquilo e achou que era um anti stress. Eu ainda me estou a rir só de pensar nas hipóteses possíveis para dizer que aquilo tirava o stress às pessoas. E é isto. Vou trabalhar. 

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Eu volto

quando corrigir os exames todos;
quando der as aulas todas e preparar a conferência que me anda a moer;
quando puder enviar alguma coisa do artigo em atraso;
quando tiver voltado a abrir o documento da tese, nem que seja para ver se lhe mudo uma vírgula. 

Eu volto!

Ajuda se deixar de ganir noite e dia com dores menstruais, essas grandes cabras que volta meia volta decidem tentar levar-me à loucura. 

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Os privilégios de trabalhar em casa

É verdade que não há horários, é verdade que se paga cara alguma moleza que apareça, é verdade que às vezes era preciso mudar de ares, ver outra parede, ter a sala mais arrumada e não adormecer na cama com livros espalhados em cima da barriga, o computador no tapete e os óculos na cara. É verdade que às vezes sinto falta de uma rotina que me obrigue a sair da minha caixa, é verdade que até estou animada pelo espartilho de poder, daqui a uns dias, ganhar um espaço onde me determine a só trabalhar na tese, nem que a vaca tussa, pelo menos uns dois dias por semana, inteirinhos. É  verdade. Mas saber que, enquanto aqueci a sopa, juntei em alquimia deliciosa os ingredientes e enquanto engoli o almoço, quase acabei de cozer a minha tarte de requeijão preferida... não tem preço. Há sobremesa boa mais logo, com um chá de cereja dos deuses. Mnham.

A receita:

1 requeijão de Seia
250 gr de açúcar (eu pus só 150 gr e só não usei amarelo porque já não tinha cá em casa)
1 colher de sopa rasa de margarina
4 colheres de sopa bem cheias de farinha
4 ovos

Com o batedor manual, junta-se o requeijão, esfarelado com a mão, com o açúcar e a margarina derretida até formar uma massa homogénea. Adicionam-se a farinha e os ovos e bate-se bem, até a massa formar bolhinhas de ar (sempre com o batedor manual) e leva-se ao forno, a 170º, cerca de 30m.

Vamos lá falar de coadopção

É notícia de última hora no Público. Publicada às 12h17m de hoje, a notícia dá conta da aprovação do referendo sobre a coadopção, com os votos a favor do PSD e a abstenção do CDS. Basicamente, com a conivência dos partidos do Governo. Ora vamos lá por partes. Já disse muitas vezes, aqui e noutros sítios, que, se quisermos, juridicamente, levar a questão às últimas consequências, acho que, neste momento, não é constitucional vedar sequer a adopção por casais homossexuais. Não vou maçar-vos com argumentos sobre isso, porque não é isso que está, por enquanto, em causa, mas fica a dica. O que está, neste momento, aprovado referendar é, porém, uma coisa diferente. E eu acho que convém esclarecer as pessoas, todas, porque são as pessoas, todas, que me parecem um bocado desinformadas, que vão ser chamadas a votar no referendo peregrino. Ora bem, a coadopção distingue-se da adopção sobretudo pelo facto de a criança JÁ ESTAR a conviver com os dois pais ou as duas mães. Ahhhhh. Espantemo-nos todos. Querem lá ver que já há disto e ninguém sabia?! Pessoas do meu coração, o que mais há para aí são crianças a viver com dois pais ou duas mães, embora, juridicamente, a sua situação não espelhe a sua realidade de facto. A adopção singular é possível para homossexuais. Os homossexuais adoptam. Ora, não há lei nenhuma (nem podia haver, não se ponham com ideias tristes...) que proíba os homossexuais que adoptaram de, depois disso, se unirem de facto ou até casarem. Vai daí, e porque ser homossexual não é ser mau (estamos entendidos), estas pessoas não escolhem casar e deitar fora o filho. Não. Estas pessoas integram no seu agregado um elemento novo sem, contudo, bem é de ver, se "desfazerem" do que já lá estava. E assim passam todos a viver em família, alegres e contentes uns dias e ruins de aturar nos outros, como qualquer outra família. Pode também acontecer que determinada pessoa seja homossexual e tenha um filho biológico e que seja este filho, já não adoptado, mas biológico (só seu, naturalmente), a estar naquela situação, ou seja, a viver, todos os dias, com o seu pai, ou a sua mãe, e com a mulher/companheira ou o marido/companheiro daquela/e. O que a coadopção permite é dar estatuto jurídico a uma relação que de facto já está consolidada. No fundo, a coadopção não vai descobrir a alternativa à roda ou oferecer qualquer novidade desconhecida até agora da sociedade. Não é nada disso. A coadopção vai, por miúdos, pôr no papel o que está aí a acontecer na vida das pessoas. Dá para entender?! É preciso um desenho?! Pronto... Então, expliquem-me, como se eu fosse muito burra, que há dias em que até acho que sou, mas hoje, por acaso, até estou a achar que escapo à qualificação, para que é que é preciso e que sentido tem este referendo?! Quem não sabe decidir não pode saber mandar, de facto. Eles não sabem mandar. Há muito que devíamos desconfiar que também não deviam saber decidir. É uma tristeza, honestamente. 

Foi ainda agora

Descobrimos, quando menos esperávamos, a razão pela qual eu falo tanto. Devo ter-me engasgado vezes sem fim em miúda e palrado em língua de bébé desde demasiado cedo. Deve ter muita gente, com boa vontade, repetido ad nauseam a célebre deixa "Santa Clara te dê fala!". Santa Clara atendeu-os a todos, sem critério de racionalização ou sequer espírito de controlo de sobreposições peticionais. Fiquei a falar demais. Mas está explicado.

Desempenho's report

Done!

Digo eu, com os nervos. Que isto, enfim, nunca se sabe quando não tinha de preencher mais não sei o quê ou submeter não sei que documento.

Something new about me

Talvez por já ter ficado em Lisboa com trinta cêntimos na conta à ordem, nunca ter sabido o meu código do cartão de crédito e por andar sempre sem dinheiro na carteira, a contar com o cartão de débito, é engraçado que aos 32 anos o meu pai ainda não consegue falar comigo ao telefone, vez nenhuma, sem me perguntar "Filha, tens dinheiro?!". Sei que nas horas de maior aflição, está lá. Estão lá. Estamos lá, sempre. Mas não deixa de ter piada.

Ainda o desempenho

Deixei de lado a avaliação de desempenho. Achei que tinha mais que fazer neste meu mês de Janeiro que preencher campos sem fim para na hora de lacrar aquilo me dar sempre erro. Era muita perda de tempo para uma pessoa só. Vai daí, agora tenho a caixa de mails a receber sucessivamente avisos que ainda tenho a tarefa em falta, que mimimi o desempenho, que tréu téu téu a avaliação. E assim de repente tinha tanta coisa mais importante para fazer, mas acho que hoje volto mesmo a inspirar devagarinho, a expirar sem pressa e a tentar, outra vez, preencher a avaliação de desempenho. Fingers  crossed, minha gente.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Planos de poupança

Ontem comprei os presentes para dar na Páscoa. Sim. Na Páscoa. Naquela que, ao que parece, vai ser em Abril. Lá para o fim. Mas estão todos comprados. A metade do preço. Numa loja só de coisas giras, mas em regra caras comórraio. Por isso, enfim, aproveitei os saldos e aviei o recado. Já vamos em sete afilhados (ganhei um no fim de semana) e não se pode brincar com o orçamento.

Só ainda não comprei os presentes de Natal de 2014 porque... enfim... achei demasiado cedo.

Verdades e assim assim

Há comentários que merecem ser posts...


E uma pessoa fica para aqui de lágrimas nos olhos... a contar as horas até logo à noite, quando puder dar-lhe um abracinho e dizer-lhe obrigada.

Em dia!

Não vos disse que o meu look preferido dos Globos de Ouro foi o da Emma Watson e os piores de todos os tempos foram o da Zoe Saldana,  da Lena Dunham e da Joanna Newsom (alguém as leve ao doutor...), não vos disse que mais que do Ronaldo, da Irina e do Pelé, na cerimónia da Bola de Ouro, do que eu gostei mesmo foi da D. Dolores, não vos disse que também me choca saber que a Cristina Ferreira anda a chorar em entrevistas íntimas à Judite de Sousa, nem que não sei como raio alguém se interessa pelo Hollande ou onde foram buscar a ideia de julgar crimes sexuais como crimes de estado, mas digo-vos que hoje na AR se discute, novamente, a co-adopção por casais homossexuais.

O meu coração


Este foi O presente. Intemporal, arrebatador, clássico e contemporâneo, delicado e forte, capaz de me emocionar de cada vez que o uso. Deu-me o seu coração. Outra vez. Mais uma vez. Todos os dias. Em troca do meu.

5 anos, pessoas, 5 anos...

E eu... esqueci-me. Estava ali a cortar os legumes para a sopa quando me lembrei "Eh lá... já hoje é 15 e eu nem disse nada sobre o meu pequenino que já fez os 5 anos... que está quase a ir para a escola dos grandes, o fofinho de sua mãe..."

O blog fez 5 anos no dia 11, ou seja, no sábado. O sábado foi um dia bom e isso permite-me aceitar calmamente o facto de me ter passado vir cá dizer-vos que já contamos tantos dias juntos. No sábado acordei nos braços do homem que amo, mole pelo despertar morninho de uma manhã preguiçosa. Tomei o pequeno almoço com a minha cidade aos pés e calcorreei um bocadinho dela durante a tarde. Fui ao cinema, adiei o trabalho, mas investi em livros para a tese e noutros (nunca consigo comprar só livros para a tese... preciso de me equilibrar com companheiros mais sedutores, capazes de me acabar com alguma insónia matreira ou de me embalar naquela última meia hora antes de fechar a luz, me virar de bruços e destinar-me a dormir um sono justo). 

Este blog fez cinco anos. Tem sido um amigo fiel, repositório fidedigno dos meus altos e dos meus baixos, diário a céu aberto de uma vida como as outras e extraordinariamente diferente delas todas porque é a minha. 

Obrigada a quem tem estado desse lado. Aos que, devagarinho, se têm apresentado em pessoa real e me têm cativado como amigos sabedores do que me vai na alma. Obrigada. E que venham mais cinco, ou dez, ou vinte... ou os todos que nos forem fazendo felizes.

domingo, 12 de janeiro de 2014

Ser feliz é

acordar ao lado do homem que se ama e ouvi-lo, num sussurro, enquanto nos aconchega uma mecha de cabelo atrás da orelha, dizer "Descansa mais um pouco, meu amor!"

Niagara Falls


As cataratas do Niágara estão geladas, como estalactite imensa e a descoberto. Deve ser um cenário com tanto de extraordinariamente belo como assustador. Estive em Niagara Falls no Verão de 1999. Fazia um calor imenso e a humidade permanente do ar era compensada pelos salpicos fresquinhos de quando nos aproximávamos do fosso imenso que são as cataratas. É um espectáculo absolutamente irrepetível, um dos mais impressionantes que alguma vez vi. Hei-de voltar, talvez num inverno. 

O lobo de Wall Street


Ontem, finalmente, fomos ao cinema. Vemos muitos filmes em casa (ele vê mais que eu, uma vez que é raro eu não adormecer a meio), mas, por muitas razões, a ida ao cinema vinha sendo adiada há meses. Nem era tarde, nem era cedo, quando, ontem, ao fim da manhã, nos decidimos. A escolha recaiu sobre o mais recente filme de Scorsese e do seu novo "muso", como diz a Visão desta semana, Di Caprio: O lobo de Wall Street. A primeira parte do filme é muito boa e uma pessoa ri-se muito. Trata-se da história de um corretor de bolsa que tira aos pobres para dar a si e aos seus. Não é propriamente um homem mau, mas é alguém cuja ambição não conhece a palavra limites. A interpretação de Di Caprio destaca-se pela consistência e é verdade que o filme nos prende ao ecrã sem esforço. Mas... demora mais de três horas. Sim... mais de três horas. E, talvez por isso, a dada altura, na segunda parte, quando já percebemos a moral da história, começamos a achar uma ou outra cena redundante. O fim, enfim, podia ser melhor. Não vos vou contar qual é, mas não esperem nada de muito inusitado porque... não vão ser atendidos. De qualquer maneira, foi uma bela forma de pôr o cinema em dia. Tão depressa não nos queixamos de não estarmos sentados numa sala de cinema, de mãos dadas ou a comer pipocas. Foi um fartote. 

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Com três letrinhas apenas se escreve a palavra NÃO

NÃO é a palavra que mais tenho dificuldade em dizer. Ou não digo NÃO porque ai não posso que gosto tanto da pessoa que pede, ou não digo NÃO porque ai que até pode ser engraçado / útil para a tese / bom para o curriculum / importante no futuro / etc, ou não digo NÃO porque na altura nem pensei e agora já não posso voltar com a palavra atrás, ou não digo NÃO porque até pensava que não me ia roubar assim tanto tempo, mas rouba, azarucho, ou não digo NÃO porque, porque, porque, sei lá porquê. Não digo NÃO. Não sei, não consigo. E isto de não dizer NÃO, como devem imaginar, também não ajuda nada. 

Das pequenas tão grandes coisas

Voltamos ao ritmo devagar e a medo... Se é verdade que queremos muito acreditar que vai correr tudo bem, não deixa também de ser verdade que olhamos para tudo o que há a fazer e nos perguntamos como é possível encaixar as horas e a serenidade suficientes para a tese. Sabem bem que aquilo me consome e há dias em que penso que podia bem viver sem esta consumição. Podia dedicar-me a fazer tudo o mais que tenho a fazer sem este peso constante nos ombros e esta responsabilidade a mais na mente e ainda assim não poderia dizer-se que fosse propriamente uma tipa desocupada. Há mil e um projectos em mãos... alguns com os quais acredito que podia deliciar-me a valer e que vão ficando para baixo, para o fim, na pilha imensa de tarefas pendentes. Às vezes, a dormir, sinto-me afogar em papéis e sair de lá tolinha ou então espantada comigo mesma por ter decidido virar a mesa e mandar tudo às urtigas, dedicando-me a uma casa de chá, a fazer bolos para fora, a bordar ponto cruz ou a ser mãe. Só. Tanto. Depois, de repente, penso no tudo que já andei para aqui chegar, nas vezes em que, ávidos, grávidos de esperança, os meus depositaram em mim expectativas tão grandes, e volto a sentar-me, a pegar no computador, no livro mais ao pé, e a arrumar o pensamento. É o caminho escolhido. Nunca fiz um caminho imposto. E isso há-de valer de alguma coisa. Tenho um medo irracional de falhar, um pânico que se agiganta no meu peito e me sussurra que não vou ser capaz, uma mão má a parar-me o raciocínio de cada vez que me passa pela lembrança desistir, acomodar-me a esta gestação constante de incapacidade de fazer tudo o que esperam de mim. Ao fim do dia, proponho-me sempre fazer mais a seguir, ser melhor no dia por vir. E nunca faço. E nunca sou. Há momentos em que acho que exijo demasiado de mim e em que concluo que sou, de facto, a minha pior inimiga. Há outros em que... tenho a certeza. E, não sei porquê, é nesses, precisamente, que vou ganhando forças para ir adiante, pé ante pé, à espera para ver se consigo não desiludir ninguém e, de uma vez para sempre, convencer-me que não sou uma fraude.

;)

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Avaliação de desempenho

É a terceira noite que passo a inserir informação na plataforma, gasto o tempo que não tenho e enervo-me para lá da conta. Tudo, para chegar ao momento final, tentar lacrar e aquilo dar erro. Das duas uma, ou ninguém está interessado em saber do meu desempenho entre 2011 e 2013 ou o meu desempenho foi tão extraordinário que até baralha o sistema. Estou capaz de desistir de mostrar que até trabalhei. 

King

Morreu o Eusébio. Paz à sua alma e mimimi. Sou benfiquista e tal, mas também não acho que seja isto a deixar-nos órfãos.

Sabes que encontraste o homem da tua vida quando

ele te manda mensagens a dizer "côca" e só te apetece dar-lhe abracinhos.

Eureka

As minhas alunas são russas. Hoje andavam de manga curta e calções com meias de mousse. E repeti cada informação cerca de cinco vezes até que atinassem com regras tão difíceis como "Não podem conversar" e "Não podem copiar" durante os exames. Não estava fácil. Ainda por cima porque estava frio comórraio.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Yoga


Esta semana, voltamos! Oh yeah!

Let's start... again!

É hoje que voltamos a animar aqui o estaminé. Ainda não é agora, porque ando a tirar as decorações de Natal. Mas gostava só de dizer que, para bem ser, devia ficar a água e folhas de alface pelo menos até Agosto... Para que conste.