terça-feira, 31 de dezembro de 2013

What if everyday i date a prince?!


Feliz 2014, pessoas!

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

O balanço

2013 foi um ano bom. Quando, no final do ano passado, decidi que não havia balanços ou desejos que chegassem para deitar tudo cá para fora, estava muito longe de imaginar que este 2013 quereria tantas coisas boas para mim. Em 2013 voltei a ter ataques de pânico e vi morrer o Ti V.. São os espinhos do meu ano. Duros. Sofridos. Mas não é hora de falar deles... 
Em 2013,
Escrevi um artigo a meias com o melhor melhor amigo.
Recebi uma encomenda directamente de S. Miguel.
Fui a um concerto da Ana Moura.
Estive sozinha em Espanha a trabalhar na tese. 
Ganhei um sobrinho.
Acabei o primeiro ano do alemão com 16.
Fui ao casamento do meu primeiro amor e passei o tempo todo muito feliz por ele.
Apareci na televisão mais do que uma vez.
Fiz amigos. Conservei amigos. Aceitei que há amizades que se transformam numa coisa menos preciosa e pela qual não vale a pena sofrer em demasia.
Tive um bolo de chocolate na última aula do ano lectivo (só quem sabe onde trabalho, percebe a importância do evento!).
Dei mais entrevistas por telefone que em qualquer outro ano. Estou pro.
Aperfeiçoei-me muito na arte de fazer ovos moles.
Fiz muito yoga.
Pus quadros em casa.
Ganhei "um Van Gogh".
Botei taaaaantaaaaa faladura.
Recebi três jóias cheias de significado: um colar de pérolas, uma glória e um coração de filigrana.
Festejei um aniversário a cinco... e depois a dois.
Li alguma coisa.
Recebi um presente de ex alunos.
Tive amigos muito presentes, sobretudo em Maio, altura em que voltei a dar as últimas e se repetiram os ataques de pânico, esses maus.
Recebi em casa.
Comprei flores e livros.
Voltei a Madrid... e a Pavia.
Voltei ao Mónaco, a Génova e a Milão.
Andei pelo norte de Espanha, pelo sul de França e pelo norte de Itália, de mão dada.
Assisti ao inesquecível concerto do Camané, na Casa da Música.
Fui muito filha e muito mana. Sabe muito bem.
Pensei muito no doutoramento e trabalhei nele alguma coisa (e ainda não perdi a esperança de o acabar a tempo).

Ah... é verdade... e também...
comecei a constuir um amor, devagarinho, com um príncipe real que, tirando amuar, não tem assim defeitos que se lhe achem com facilidade. Comecei, sem pressa, a fazer planos a dois, e lançar dados ao futuro, pedindo-lhe que nos aconchegue os sonhos. Começámos um namoro sereno, pintalgado do perfume inebriante de quem descobre novas maravilhas no Mundo, mas sereno, maduro, crescido... e recortado com a paciência e a dedicação que, dizem-nos, o podem fazer durar para sempre. Assim seja.

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Se eu pudesse,

"almofadava" o Mundo para que nada te magoasse.

Forever and always...

Vila Viçosa

Se um dia passarem por Vila Viçosa, não se esqueçam, mesmo, de visitar o Paço Ducal. Numa visita de cerca de uma hora, guiada a preceito, ficam a saber que o edifício tem 2000 portas, 50 lareiras e uma janela por cada dia do ano. E podem ver o quarto de D. Carlos e o quarto de D. Amélia tal como os deixaram, ou apreciar os menus escritos pelo punho do Rei e ficar a conhecer a razão pela qual a Rainha sempre apareceu sentada ou muito atrás do Rei.

Pequena R. sugere ao leitor




Alentejo Marmòris Hotel & Spa.

Além Tejo

Se a perfeição não existe, este fim de semana foi uma miragem. Podia ter acabado no sofá, com um filme visto a dois, enroscadinhos numa manta, mas como melhor que lamentar o que não foi, é não esquecer o bom que pôde ser, cá vai. 
Na quinta feira à noite, pouco antes das doze badaladas, rodei a chave de casa e tinha, inesperadamente, luzes acesas e malas à porta. Recebi a meia noite nos braços do amor, com um beijo de parabéns, e esse foi o melhor de todos os presentes. Depois tive direito a um colar lindo de morrer, à jóia mais bonita que já vi, cheia de todos os significados que nós cá sabemos. Um dia destes, mostro-a aqui. Ainda bebi um chá com o mano e dormi descansada uma noite bem feliz. Sexta almocei com os meus e rumei ao Alentejo pela mão do príncipe que 2013 me apresentou. Vila Viçosa é maravilhosa e o facto de estarmos pertinho de Espanha permitiu também ir além fronteiras. Descansei, dormi, comi maravilhosamente, namorei muito e fui tão feliz que vim com o coração cheio de vontade de voltar em breve e preenchido de certezas que este é um momento bom da minha vida. Os 32 começaram tão bem que os reveses todos hão-de passar. Com amor e paciência, compreensão e ajustes do sentido da nossa família.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Épi bartedei


tu mi!

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

32

Primeiro a cinco. Depois a dois. Com os sentidos a colher imensidão alentejana e as mãos dadas firmes a um príncipe vindo do norte. Ah... feliz idade, estes 31 a acabar. Prenúncio do melhor do mundo, a vida toda por chegar. Que a paz do coração, as empreitadas conquistadas em lutas da razão e o perfume bom dos meus por perto me permitam sempre a boa nova de começar o dia com vontade de viver esta vida. É amanhã. É daqui a pouco. Faço anos. E que bom que isso é.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Anthrop

Tenho um destes


e também tenho um destes


e sou a vaidosa dona destes :)


Tudo com o alto patrocínio dos ex alunos mais queridos do mundo. 

Coisas lindas de morrer, como sempre, aqui.

Às vezes, esqueço-me de dar às coisas só a importância que elas têm... Tenho pena. Vou tentar melhorar.

A FCT é uma instituição que zela pela capacidade de resistência emocional das pessoas com as quais contacta. Tenho o privilégio de ser uma delas. No dia em que me renovarem a Bolsa sem me obrigarem a ficar acordada até às duas da manhã a fundamentar as minha JUSTAS pretensões e a explicar, outra vez, que alterações unilaterais não são legítimas e que lhes fica mal todos os anos inventarem mais qualquer coisa para nos atrapalhar a vida, na expectativa que desapareçamos da sua vida, cabisbaixos, tristes e conformados, faço uma festa. Enfim. Mais uma moedinha, mais uma volta. Já me enervei, já respirei fundo, já me arrependi muito de me enervar por causa de coisas assim quando me rodeiam coisas tão maiores e já me recompus, encantada pela paciência dos meus. Infinita. Sempre. 

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Breve história de um nó no cérebro

O meu homem anda empenhado em dar-me um nó no cérebro. E calhou-me em sorte arranjar um homem esperto comórraio, o que dificulta ainda mais as coisas. Além disso, tratando-se de um nó no cérebro motivado pelo tema "presentes de aniversário e de Natal", reconheço, há grande facilidade em engrupir a minha pessoa, que basicamente passa, durante um mês, a ter a capacidade de discernimento de uma criança de cinco anos. Fico um bocado às aranhas, porque teimo em acreditar que vou descobrir os presentes que me vão dar, antes de as pessoas sonharem em dar-me as coisas. Tenho um problema sério, a merecer intervenção especializada, concedo. Aos trinta e um anos, a minha mãe continua a ter de me esconder as coisas, FORA DE CASA, para não acontecer de eu não me espantar com nada, por já saber exactamente o que vem em cada embrulho. Reparem: o problema que me assiste não é ser interesseira e querer receber coisas por aí além. Não. O que me consome é não saber o que é, nem que seja um pano da loiça. Porque enfim, gosto de receber seja o que for. É prenda, faz a minha alegria. Por essas e por outras é que às vezes penso que podia era pensar em criar um blog da moda, para ver se as marcas começavam a mandar-me coisas. Podia ser tralha. O que conta é a emoção de abrir o embrulho. Depois tomo a medicação e passa-me (just kidding). Sou fã de Dezembro, anotem aí, certamente também por ser o mês das prendas. Salvo honrosas excepções, é neste mês que recebo todos os presentes, porque é neste mês que faço anos e que é Natal. E escusam de me vir cá com as manias que as prendas são só para as crianças. Ofereçam-me uma mola da roupa, que seja, mas oh pá, ofereçam-me qualquer coisa, que eu fico logo bem mais contente. O meu homem (já disse que é um gajo esperto, não já?!), aprendeu a aproveitar-se disto para me pôr o coração em palpitações aceleradas, mesmo quando está lá na vida dele e eu aqui na minha. Já estive para receber de tudo o que podem imaginar, já me consumi a explicar-lhe que não quero que fique a pedir por me comprar um presente e acho que ele já entendeu. O problema é que agora está a fazer exactamente o que deve para me deixar feliz na hora h, mas tudo aquilo que me enerva toda até lá: diz que eu vou ter várias prendas, dá-me pistas baralhadas, chama para a conversa nomes pomposos de lojas lá da terra dele e de que eu nunca ouvi falar e é capaz de estar a conseguir dar ao cérebro de sua namorada um nó cego. No sábado, tivemos o primeiro jantar de Natal, o dos amigos. Vai daí, houve troca de presentes e acabei até por já receber alguns dos mimos do aniversário. O homem chegou a casa, pôs-se à vontade e sentou-se no sofá a descansar a cabeça enquanto via televisão. Eu?! Bem, agora que me pus a pensar nisso, lembro-me de andar ainda de botas e cachecol às duas da manhã, a correr pela casa, enquanto lhe repetia, insistentemente, "Eu tenho uma mala da ANITA!!!".

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Teletransporte

Vou ser fã disso. Ficam a saber. Ontem cheguei da porta de casa, em Coimbra, ao centro de Aveiro em 24 minutos. E senti que nunca mais era sábado quando ia na auto-estrada. Não vai voltar a acontecer, que eu, pronto, gosto de viver e tal e tal. Mas ontem teve de ser. E tinha-me dado mesmo jeito pensar em estar lá e pumbas, já estar. Enquanto não é possível, às vezes faço asneiras destas. 

Eu não sou má... eu sou educada!

Há coisas que os meus alunos não fazem e a que, por via disso, não me habituei. Os meus alunos não comem nas aulas. Pronto. Não comem. Comem nos intervalos, mas por acaso não vão manducar sandes de courato para a sala de aula. Os meus alunos também não cochicham durante as aulas. Falam quando têm dúvidas, quando são interpelados e quando os divido em grupos para pensarem num caso prático ou numa questão de fundo, mas, de resto, estão calados. Faço um aviso na primeira aula. Costumo dizer que sou como o padre da minha freguesia e que se há coisa que não consigo fazer é falar quando mais gente está a falar. Aquilo incomoda-me. Muito. Vou ameaçando a malta que posso ficar ruim de aturar se não me fizerem essa vontadinha de estarem calados... e eles vão cumprindo. Em regra, ou me sento e me calo ou os envergonho diante dos colegas todos, perguntando se a mensagem que estão a enviar é para tirar o pai da forca ou se o assunto que não podem adiar dizer ao colega do lado é uma confissão amorosa. Tem resultado. Os meus alunos não saem da aula para fumar ou esticar as pernas. Vai daí, quando me pedem para dar aulas de mestrado a médicos e enfermeiros e o diabo a sete, parto do princípio que, pelo menos, se hão-de comportar como os meus alunos da licenciatura. Mas não. Ele é vê-los beber iogurtes, ele é vê-los desembrulhar pães, ele é ouvi-los roer maçãs, ele é ter de, de cinco em cinco minutos, perguntar se há dúvidas lá atrás, ali do lado da janela ou naquele grupo da senhora de cor de laranja ou do senhor de fato castanho. Fui enchendo meu saco, como diria uma amiga brasileira. Enchi-o até cima, cheia de maneiras. Mas as alarvidades não paravam. Por isso, enfim, investida de todos os meus conhecimentos de filha de professora primária e de toda a minha experiência de irmã mais velha, mandei-lhes um berro. Foi um senhor berro. E foi remédio santo. Agora vão fazer queixas ao pai, se quiserem. Arre... 

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Por cá

Embora tenha acabado a conferência de ontem com um camadão de febre em cima, tomei um comprimido e ainda consegui ir à Baixa da cidade procurar uma coisa. Não encontrei o que procurava, mas acabei por descobrir uma série de lojas giras. Há muito tempo que não ia à Baixa... definitivamente. Aquilo começa a ganhar alguns sinais cosy que não me deixam desacreditar de vez na minha cidade. Pessoas, sendo assim, se ainda não compraram os vossos presentes de Natal, ficam as dicas. 

- Loja sem nome, de artesanato urbano, quase em frente à Loja das Meias. Tem lá umas carteiras com estampagens dos livros da Anita (os meus preferidos de todos os tempos), que até me emocionaram de tão bonitas que são. É tudo lindo de morrer...

- Loja A de Amor, mesmo ao lado da primeira. Já aqui falei uma vez da marca A de Amor. Desconhecia que agora tinham uma loja em Coimbra. Tem coisas bem giras, sobretudo em bijuterias. Mas pronto, o meu coração não conseguiu apreciar bem quase nada porque ainda suspirava pelas malas da Anita...

- Coimbra Concept Store (não é bem na Baixa, é na Praça), mas tem coisas muito giras e em conta que podem dar presentes de Natal perfeitos. Também tem coisas caras comórraio, mas os tempos não estão para isso.

Se andarem pela Baixa e quiserem, a par das compras, comer qualquer coisinha:

- Não vão à Brasileira. O atendimento parece tirado de um filme de terror. Uma pessoa perde a juventude lá sentada. Entrei para beber um copo de leite quente e tive de esperar pela iguaria uns bons vinte minutos. As miúdas só devem ter duas velocidades: aquela e outra ainda mais lenta. E isso enerva-me.
- Vão a uma coisa chamada Nata, quase em frente ao Arco de Almedina. Não deve vender só natas e tem um ar mesmo bom. Não fui, mas hei-de ir.
- Pensem em ficar para jantar e explorem um sítio novo, com uma pinta mesmo engraçada, por trás do Tribunal.  Chama-se Tasca ou Taberna Moderna ou coisa que o valha. Vão e depois contem-me tudo.

É isto. Não precisam de agradecer. Eu sei que me adoram e mimimi. Me too.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Cinema

Manoel de Oliveira faz hoje 105 anos. Há muito que não me rendo aos filmes do realizador português, mas não consigo deixar de lhe homenagear o talento quando me lembro que é seu um dos meus filmes preferidos de entre os clássicos portugueses: Aniki Bóbó. Vi-o vezes sem conta...

É uma espécie de balanço do ano que está a acabar... e uma espécie de mantra para a vida que está por viver...

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Presentes de Natal - a lista

Faltam cinco. O da mãe, o do pai, o do mano, o da namorada do mano e o da minha melhor metade. Cinco. Estão comprados trinta e oito. 


Está o homem muito compenetrado a trabalhar, chego eu armada com esta varinha de condão e, enquanto a rodopio, profiro, solene, as palavrinhas mágicas:

"Declaro que és um príncipe e acabas de ser nomeado a coisa mais foffi da sua namorada!"

Somos adultos. E responsáveis. Embora possam, legitimamente, ter dúvidas.

Amar é muito isto!

Diz-me uma coisa mimentita...
És uma pequenina Tufão.
Não sou não. Eu não ladro.

Diz que Portugal saiu da recessão...

Acho inacreditável virem-nos com esta conversa numa altura como o Natal... Pior, só darem-me camisolas interiores.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

domingo, 8 de dezembro de 2013

Memória de um sábado à noite


Encontrei um homem que vai comigo ao ballet. É, oficialmente, um príncipe. E é meu.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Verdades e assim assim

Estou tão ranhosa, pessoas... tão ranhosa. E tenho febre. E dói-me o corpo todo. E farto-me de espirrar. E preciso de mimo.

Mandela


1918 - 2013

E mantenho o sonho de um dia aterrar em África. Acredito muito que só uma terra mágica pode criar um homem assim.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Para que não restem dúvidas de que posso trabalhar de pijama...

Leiam aqui.

Work in progress

Eu já

festejei um aniversário a dois e foi bem bom. Vou repetir daqui a quinze dias. 

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

A espera

Ao longo destes quase trinta e dois anos, tive momentos muito felizes, em que encontrei, nos outros ou até só em mim, um motivo a mais para sorrir com o corpo todo. E só quem já sorriu com o corpo todo pode entender como isso é bom... Não andei propriamente à procura de nada e não esperava, em ânsias, propriamente ninguém. Reconhecia, muitas vezes, que a minha maneira de projectar o futuro teria muito sentido a dois, que a minha idealização de vida comportava a ideia de família a que pertencesse como mãe e mulher, mas não deixei de viver nada por causa disso. Fiz as amizades que pude, as viagens, íntimas e no espaço, que desejei mais, os disparates que não soube evitar. Conheci gente. Fui-me apaixonando. E é verdade que fui, ao longo do tempo, sofrendo com histórias em que depositei esperanças genuínas de continuidade. Aprendi, com quase tudo, que a vida pode surpreender-nos, mas confesso que não aplicava o ensinamento ao amor e me custava acreditar que ele me batesse à porta precisamente quando menos esperava. O passar dos Invernos investiu-me da travessura própria de quem se habitua a contar consigo e a enumerar os seus sem poder referir-se a um companheiro incondicional de aventura. Digo-vos mais, que me revoltava com a declaração delicodoce de que os príncipes existem e um havia de me encontrar numa qualquer esquina da vida. É por isso que não uso o texto de hoje como matéria propedêutica para os corações à espera. Por mais que o diga, sei-o de cor, não vos parecerá possível acontecer-vos também a vocês. Deixo só a notícia vivida, o relato fiel, na primeira pessoa, agora deliciosamente metade distribuída no peito de outrem. O B. apareceu quando, juro-vos, menos esperava. Aliás, apareceu quando menos tinha cabeça para ver quem aparecesse. Apareceu pela mão de amigos comuns há mais de uma década. Apareceu depois de, certamente, nos termos cruzado durante um ano inteiro provavelmente todos os dias, sem que, porém, qualquer um de nós se lembre do outro. Apareceu por causa de um comentário inocente, de umas palavras tão inofensivas. O B. apareceu e pareceu-me profundamente apaixonável por fora, mas apanhou-me numa má fase, em que não realizei que pudesse ser apaixonável por dentro e simplesmente me esqueci dele. O B. apareceu disposto a conversar. A conversar sobre livros, sobre lugares, sobre o seu Van Gogh, sobre o seu Bach. O B. apareceu e eu não lhe liguei nenhuma, adiei as respostas, achei que não tinha pachorra, que não era prioritário fazer de simpática. O B. ficou, sem intenções outras que não fossem encontrar alguém que o ouvisse, que conhecesse o Al Berto, que pudesse querer, cheia de percalços, aprender mais sobre Arles e que ao fim de muito tempo ainda o fizesse rir com a reacção a piadas sobre a Enron. O B. ficou e resistiu a muitos testes. Bebeu chá com pó e tudo. Foi paciente. Não me julgou. Desempoeirou-me os medos e deu-me à luz de uma descoberta a dois que não tem tido fim. Todos os dias. Com a calma das relações que começam na hora certa, sem rodeios, mas sem pressas. Não sei se há dez anos viveria este amor assim. É provável que não. Sedimentei muito do que posso ser sozinha para chegar a ser como sou com ele, hoje em dia. Não tenho muitos medos, mas tenho alguns. E os que tenho são grandes. São monstros com os quais travo lutas ferozes, empenhada uma e outra vez em vencê-los. Temo não fazer o B. tão feliz como merece. Sei que um dos seus medos é não me fazer tão feliz como quer. Depois tenho certezas. Enquanto pensarmos nisto assim, enquanto projectarmos no outro esta razão a mais para sermos melhores pessoas, acredito muito, estamos no bom caminho. É a coisa mais foffi da sua namorada. E apareceu, acreditem, quando eu não o esperava.

Hello December!