quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Dúvida

Acham assim tãããooo picuinhas eu não admitir que um aluno me faça perguntas a mascar chiclet?!

Faz-me espécie. Não gosto. E, até ver, ainda sou eu que dito as regras, bolas. Qualquer dia temos juízes a ler a sentença de boné, advogadas com cintos, perna cruzada e a toga desapertada, testemunhas a fazer bolas enquanto pensam se o crime se deu mesmo por volta das 17h... Please. A bem dizer, acho que nem devia ser preciso dizer nada. Isto devia vir de casa. Mas... se não vem... embarcamos todos na onda?! É o regabofe?! Para mim sempre foi claro que uma aula era um espaço de informação, mas também de formação. E que há uma solenidade que não pode perder-se. E que isso não contende nadinha com a dedicação, o a-vontade, a certeza de que estou ali, a torcer por eles. Não é ser cabra. É tentar passar a mensagem de que nos distinguimos, sobretudo, pelas atitudes que assumimos. Mas desde ontem que me pergunto se estarei errada. Se não me ando a armar em mete nojo. Se não me devia deixar levar pela enxorrada. Porque há quem ache que as regras sufocam. Não dão liberdade. E eu... eu sempre achei que a discussão não podia ir por aí... Escrever todos os a sem h também pode ser sinal de liberdade e... a mim continua só a fazer-me lamentar os maus tratos à língua portuguesa... Mas isto sou eu...

7 comentários:

  1. Fazes muito bem... e se desse aulas também pediria, já que mandar parece fazer mal aos meninos, que as pastilhas elásticas forres deixadas no caixote à entrada da sala... É por não haver regras que a liberdade anda tão maltratada, a par da cortesia e da educação... mas isso somos nós que temos 90 anos que pensamos assim...

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  2. Era "fossem deixadas" que eu queria dizer...

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  3. Eu sabia que não ias resistir e tinhas de fazer um post sobre esta conversa de chá do encontro do Callas... então mas tu ainda dás valor ao que diz a C.?? Por amor da virgem, esta senhora vive num mundo à parte, tem as teoriras psicóticas do não sei as qtas, que sinceramente é típico de quem vive pelo k vem escrito nos livros. E eu cmo aluna de uma instituição em q tdo era mto liberal, tb tinha 90% dos professores que n permitiam a chiclete! Pk sim é uma falta de respeito, e de educação, que só demonstra o estado decadente da nossa sociedade!! Se nós poderiamos viver sem as teorias da C.? Podias e de certeza que não era mma coisa...ahahha

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  4. Há coisas piores... há coisas piores...

    Mas neste caso particular, se há professores que mastigam pastilha nas aulas... temos que ser coerentes e o exemplo tem de vir de cima.

    Ainda assim acho que cada um é livre de mascar o que lhe apetecer, não me parece que a pastilha elástica interfira com a liberdade dos outros desde que se mantenha dentro da boca!

    A liberdade de cada um termina onde começa a liberdade dos outros e não nos podemos esquecer que certas regras de educação e etiqueta interferem com essa mesma liberdade de outrem...

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  5. RR,
    não podia concordar mais contigo. Portanto, como eu não mastigo chiclet nas aulas, acho que posso considerar-me ofendida se me fizerem uma pergunta ou me derem uma resposta com a dita cuja na boca. Por mim, a malta até pode mascar aos pacotes inteirinhos de uma vez e misturar sabores... mas não na minha aula. É como o boné. Entra na sala, tira o boné. Não está a contender com a minha liberdade, mas está a ser pouco simpático comigo. E eu gosto que as pessoas sejam simpáticas comigo porque, regra geral, sou simpática com elas.
    E deixem-me só acrescentar: o aluno em questão pediu desculpa, pos a chiclet no lixo e amigos na mesma. Uma conversa posterior, sobre regras, à mesa do café, é que levantou a onda. Basicamente, tudo vai de como se diz, o que diz e quem diz. Acho eu. Até hoje, nunca pedi a um aluno que corrigisse um comportamento e o vi ignorar isso. Mas, segundo a pessoa que não concorda comigo, é porque dou aulas a uma elite (?!). Vá-se lá perceber...

    Baci*

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  6. Eu continuo sem perceber porque é que mascar pastilha ou usar chapéu seja de alguma forma antipático com alguém... pode estar desajustado em relação a certas regras de etiqueta que se estabeleceram no tempo dos reis, mas não estão escritas em nenhum documento oficial, e como tal devem valer pelo mútuo acordo das partes (um jurista que me ajude aqui que não percebo nada disso).

    Fora isso, tenho para mim que isso de não se usar boné nas aulas, ou havaianas ou tatuagens na testa ou mascar pastilha é uma regra de etiqueta desajustada à realidade que se começa a impor nos nossos dias. E eu não uso chapéu, boné e evito mascar pastilha em ocasiões mais solenes. Também me parece que o facto de nunca ninguém ter ripostado perante tais pedidos apenas confirma que se tratam de pessoas educadas.

    Isto, como já deve ter transparecido faz-me umas certas alergias e comichões, porque se me apetecesse ir descalço para uma aula de psicologia clínica tenho para mim que estava no meu pleno direito e não estaria a interferir com a liberdade de ninguém que não tivesse um nariz demasiado sensível!

    É que os tempos mudam e se nos dermos ao trabalho de inverter as posições vamos compreender melhor que é muito fácil ferir determinadas susceptibilidades e essa coisa de me irritar alguém estar a mascar pastilhas elásticas enervar as pontas dos cabelos apenas funciona de forma unilateral... Não me querendo esticar ao ponto de questionar se alguma vez algum aluno teria chamado a atenção a um professor por estar a mascar pastilha elástica (que me parece que a norma seja, caso o professor masque nós também podemos, e os alunos que não mascam não se sentem ofendidos), proponho o seguinte caso hipotético:

    - E se um aluno achar menos próprio uma professora pintar as unhas de negro? Ou ter um piercing no sobrolho? Ou usar botas de biqueira de aço e pulseiras de heavy metal? Ou usar umas sandálias tão feinhas que doí só de olhar e são um atentado à elegância e ao bom gosto?

    Ein? E esta? A dita vai a correr tirar o verniz com acetona? Vai tirar o piercing? Vai arrumar as botas de biqueira de aço e trocá-las por um sapatinho de vela? Vai pedir a opinião de uma conselheira de moda da próxima vez que for às compras?

    Mas se for o director da escola o caso já muda de figura?
    E esta?

    Onde é que estes casos, das regras de conduta, de bom gosto e bom senso se enquadram na nossa legislação?

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  7. Até estou comovida com o tempo que tu dedicas a pensar nas minhas dúvidas :p

    Ora bem, na legislação não há nada quanto a isso. Mas porque a legislação é apenas um meio de regular a convivência pacífica entre todos. Há outros. O bom senso, a educação, a simpatia, a cortesia, etc e tal.
    Repara: eu também acho que se o professor for mascar chiclet, os alunos devem poder sentir-se legitimados a pedir-lhe que a deite fora. E ele deve por.
    Quanto à cor das unhas e outros exemplos, confesso que já acho que não entram exactamente aqui. Se, por acaso, for a menina que me lava a cabeça na cabeleireira e estivermos a falar de unhas de metro, tudo muda de figura.
    E não tem propriamente a ver com ser o Director a poder impor ou não. Vai da sensibilidade.
    Para mim, um aluno fazer-me uma pergunta a mascar chiclet é falta de educação, as unhas com andorinhas e estrelas e todo o arco íris que algumas alunas usam é só mau gosto. E gostos, não se discutem.
    Finalmente, eu sei que esta coisa do dress code te faz alergia. Mas ninguém aqui está a pedir fato e gravata (salvo nos casamentos, mas sobre isso já falámos), o que se pede é bom senso... Por isso é que fazer orais a pessoas de calções de banho também é, para mim, muito difícil. E, lá está, não está escrito. Sou eu. Não vou chumbar ninguém por isso. Mas acho que posso achar que é pouco simpático. Eu adoro andar de pijama e camisa de dormir, mas nunca me passaria pela cabeça ir nessa figura para a rua (vá... a casa de alguém muito, muito chegado, para jogar conversa fora antes de dormir ou a uma pijama party :)).
    Compreendo todo o discurso da evolução de mentalidades e atitudes. Mesmo. Mas acho que há coisas em que mais vale prevenir que remediar. E uma aula, até ver, ainda não é uma conversa com os amigos.

    Vá... não te irrites mais comigo!
    Beijinho*

    P.S. As meninas, normalmente, apostam mais em sabrinas com coração que botas de biqueira de aço. E podem entrar em estado de choque se alguém lhes pedir para mudar de sapatos :)

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