É sabido o "drama das segundas". Não vale a pena falar nisso agora. Não me queixar é só sinónimo de tentar não ser chata, muito longe de qualquer pacífica aceitação de que se está bem, pois está. Adiante. Há uma jarra cá em casa que normalmente tem flores. Flores frescas, naturais. Salvo nas semanas em que sei que vou andar mais por fora que dentro de casa, tenho nela uma companhia inestimável. Quando opto por mantê-la vazia, só o faço porque, bem é de ver, entre murcharem solitárias numa casa de cortinas corridas e sem som de gente e viverem presas à terra até ser possível, esta, confesso, parece-me a morte mais romântica para uma flor. Mas quando as trago, de companhia, e as pouso em água fresca, às vezes, à noite, antes de dormir, olho para ali, só para confirmar que ainda me rendo à beleza genuína das frescas flores, naturais que tais. Quando era miúda, tinha uma professora de português com o hábito atento de nos deixar, no fim das folhas de teste, mesmo antes do "boa sorte" com três pontos de exclamação, uma frase. Não sei quem era o autor, mas lembro-me bem de uma dessas frases: "Tem sempre alguma coisa de belo diante dos teus olhos, nem que seja uma flor num velho frasco de compota." Ainda hoje, apesar de tudo, continuo a adorá-la e a dar-lhe sentido e força na opção de ter em casa, mesmo que não num velho frasco de compota, frescas flores, naturais que tais.
Quem entra no meu gabinete sabe que lá dentro há sempre uma jarra com flores naturais... Gosto de as ter lá comigo e com os «papéis com gente lá dentro»... Quem lá entra também já se habituou a gostar... Porque +e essencial ter algo de belo (e natural) diante dos nossos olhos...
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