Ontem casaram a I. e o B. Lindo. Chuva como se o céu estivesse para abater, mas lindo. Musiquinhas escolhidas a dedo e um filme com fotos nossas nos idos tempos do 37, a casa em que vivemos quatro anos e onde fizemos juras, confidências, onde chorámos, rimos, onde havia sessões de cinema nas noites de quarta nos quartos de uns e outros, onde se faziam as festas mais loucas, onde se expulsavam os bêbados e se cobrava entrada aos menos sóbrios, onde se provou que gente de direito e medicina pode dar-se muito bem, onde biologia e engenharia mandavam, onde todos os anos chegavam meia dúzia de erasmus, onde, a custo, superei a prova de só fazer salada russa e arroz de atum, onde um dia recebemos de presente do senhorio um frigorífico novo, enorme, que não passava nas escadas e que nós amolgámos ao pontapé até caber. Sim... isto era o 37! Nós fazíamos o 37! A I. morava no rés do chão, o B. no primeiro e eu no segundo andar da casa. Nunca mais perdemos o rasto uns dos outros. Nem quando a I. começou a dar aulas, nem quando o B. mudou de Universidade, nem quando fui para Itália. Portanto, é compreensível o seu empenho em ver-me feliz. Ontem, mais uma vez, o teste. Uma rica mesa com gente do melhor, amigos das festas e noitadas do 37. Tudo aos pares, excepto pequena R. e um elemento que desde esses idos aparecia singelo (vulgo sozinho, no dialecto das minhas Tis). Pelo meio, piscadelas de olho dos noivos. Tá. Acabámos a noite a falar da piada que achamos às tentativas dos amigos de nos emparelharem com o primeiro(a) solteiro(a) que aparece. Até eu vir embora... enquanto se cantava o "It's raining men".
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