1) Toda a gente sabia que ia ser aprovado. Não julguem ter sequer sido especialmente bem sucedidos neste teatro do desentendimento.
2) Não me apetece bater palmas por, a bem da Nação, dizem vocês, que eu cá já nem sei, irem aprovar o dito.
3) Gosto pouco de imaginar que um grupo de notáveis pode reunir durante horas para chegar à conclusão de que "o governo e os partidos da oposição devem fazer um esforço adicional no sentido de aprovarem o orçamento". Eh pá, a sério. Desenvolvam. Concretizem. São válidos, vocês, meus amores, di piu, di piu!
4) O PR diz "prolema" e isso é chato. Fico sem grande margem para criticar quem lhe segue a tendência de linguagem.
5) Não há pachorra para vos aturar a mandarem recados pela TV uns aos outros. Adiram ao moche. As chamadas são grátis. Escusam de nos poluir as horas de telejornais.
6) Há uma probabilidade fortíssima de, a partir de Abril, perder mais de metade do meu rendimento mensal por conta desta crise. Cortes por chapa cinco fazem prever o descalabro. Vai custar-me horrores. Em termos práticos, de redefinição da gestão do meu orçamento, mutilado na sua maior fonte, mas, pior do que tudo, em termos emocionais. Prometi-me não sofrer por antecipação, mas fica a advertência que, no dia em que me disserem "Foi bom, gostámos muito, trabalha muito bem, mas agora adeus", hei-de ter de me controlar muito para não aderir à medida popularucha de vos berrar aos ouvidos que são uns incompetentes.
7) Finalmente, gostava de perceber o fenómeno preocupante de os bons não quererem meter-se na política. É provavelmente das maiores causas para nos vermos afundar numa imundície de politiqueiros com prática exclusiva de subir degraus em partidos e dar palmadinhas em costas amigas.
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