É independente. Corre riscos. Pode partir sozinha para qualquer lado. Ela tem amigos homens. E dá-lhes abraços e beijinhos. Ela também tem amigas mulheres. E também lhes dá abraços e beijinhos. Ela pode chorar noites inteiras e aparecer sorridente para uma reunião da manhã. Ela pensa. E tenta existir. Ela lê, escreve, ouve música, vai ao cinema e pela-se por uma boa peça de teatro. Ela tem manias e é dada a algumas tescarias. Ela pode deprimir se não conseguir comprar uns sapatos, mas faz selecção de roupa para enviar para África. Ela não dá gorjeta, mas paga o lanche aos miúdos que lhe peçam esmola. Ela gosta de se ver de saltos, mas dá-lhe mais jeito andar de chinelos quando está em casa. Ela acorda algumas vezes triste e só ata o cabelo. Às vezes, acorda feliz e marca hora na cabeleireira. Ela consegue falar caro com o chefe e fazer castelos de areia na praia. Ela stressa com vernizes lascados, mas pode andar com as unhas por pintar. Ela vai ao spa, mas às vezes só limpa a casa. Ela faz doces elaborados e gosta, mas também cede ao cansaço e às refeições de combate que são as taças de cereais. Ela gosta de decoração, de coisas clean, mas é incapaz de se desfazer do banco que o avô lhe deu quando era pequena. Ela lava, uma vez por ano, a roupa das bonecas que apanham mais pó, porque gostava que as filhas as tivessem num quarto de brinquedos. Ela cai muitas vezes, torce pés e esmurra joelhos. Até hoje, tem-se levantado. Ela tenta melhorar. Ela é um bocadinho emancipada. Ela também pode ser muito insegura. Ela tenta suportar os nãos da vida e preocupa-se em não se amargar com eles. Pelo contrário. Ela sonha muito. Às vezes, acordada. Ela canta enquanto conduz. Ela é uma princesa dos nossos dias. Tudo, ah, tudo, para se recolher em formato de concha quando lhe parece que... que, se calhar, não vai dar certo. E acredita com muita força, para ver se dá. E, às vezes, paciência. Até lhe sobrar um fio secreto de uma esperança nascida bem dentro do peito de que há coisas que não nos acontecem... para nos poderem acontecer outras melhores!
Ou, como alguém me disse uma vez, porque há coisas que são meios e há coisas que são fins. E é tão bom ter havido certos meios para darmos real valor aos fins! ;)
ResponderEliminarE ela vai ser feliz! :)
Sabes lá... Não adivinhas...
ResponderEliminarHum... Eu sou daqueles que pensa que todos seremos felizes, pelo menos quem o merece e faz por isso!
ResponderEliminarE acredito, muito. Mas já estou a ver que és descrente...
Não sou não. Sou, vá... uma pessoa escaldada :)
ResponderEliminarTambém eu, e não é nada pouco... Mas continuo a acreditar!
ResponderEliminarComo diria o amigo Obama, yes, we can!
E quando se quer, consegue-se!
Estou só numa de te contrariar. É claro que acredito. Se não acreditasse achas que podia escrever coisas destas?! Deve haver poucos a acreditar mais que eu, acredita :) Não sei quando, não sei onde, não sei como, mas sei que vai acontecer :)
ResponderEliminarBah... E eu não tinha já reparado? Mas assim ficas com sete comentários num post! :p
ResponderEliminar"Não sei quando, não sei onde, não sei como, mas sei que vai acontecer"
Não teria dito nada mais perfeito...
Pois... "folgo em saber que pensas como eu, é bom saber que mentes brilhantes não vagueiam sozinhas no mundo... :p" :)
ResponderEliminar;)
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