domingo, 10 de fevereiro de 2013

Vamos lá então falar de S. Valentim

Não gosto do dia. Acho uma piroseira de todo o tamanho quase tudo o que é alusivo ao dia. Faz-me espécie datar o amor. Tenho ataques de urticária à ideia de pessoas com mais de sete anos gostarem de receber peluches. Tenho vontade de distribuir lambada por quem destrói flores pulverizando-as com uns sprays manhosos com brilhantes. As colecções específicas dos dias dos namorados costumam ser uma ode ao mau gosto, cheias de exageros em vermelhos e recortados corações, seja em roupa interior, jóias, relógios ou adereços. Mesmo os livros promovidos para a data cheiram demasiado a drama queen ou histórias delicodoces, desacreditados na mais valia de uma prosa em termos. Este ano, porém, há uma oportunidade em milhões de fazerem uma coisa bem jolie pela vossa cara metade no dia supra mencionado. A TAP dá uma ajudinha. Vá. Não quero que o meu desprezo pela data seja associado a qualquer tipo de ressabiamento próprio, dizem os pouco esclarecidos, do ser solteiríssimo da silva. Não digam que vão daqui. Façam-se à vida e, de uma vez para sempre, acrescentem algum glamour ao dia. Distingam-se dos vossos pares. Ofereçam peónias, tulipas, malmequeres, papoilas, margaridas ou amores perfeitos. Esqueçam as óbvias rosas vermelhas. Ofereçam uma viagem, nem que durmam numa pensão com as estrelas todas a arranjar, mas vão, corram mundo, vivam, olhem, ouçam, cheirem mundo. Carreguem na volta uma bagagem de memórias que ninguém mais vos há-de tirar, que não escurecem, que não gastam a pilha, que não deixam de servir, que não passam de moda. Pelas almas, dignifiquem o Santo. E sejam felizes.

1 comentário:

  1. Também acho tudo um pavor.
    Mas se tivesse motivos para comemorar o tal dia, uma viagem é sem dúvida o melhor presente :)

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