domingo, 10 de fevereiro de 2013

Do amor e do que nem se compara com isso

Falo muito sozinha. E não é só enquanto organizo mentalmente uma tarefa ou um dia delas. Falo muito e de muitas coisas, sozinha. Converso comigo. Crio cenários de diálogos imaginários em que sequer preciso de um espelho. Ponho-me à prova com desfechos distintos. Dos melhores, aos piores. Chego a antecipar emoções nesses ensaios gerais da minha vida que as mais das vezes não chegam nunca a vir a cena. Mas não me canso. Faz-me bem o exercício de purga mental e emocional que uma cena prevista antecipa. Foi mais ou menos numa coisa assim que me descobri, escondido no recôndito de mim, um ensinamento mais ou menos válido. Vejo-o tão nitidamente que não sou capaz de me lembrar de quando não dominava esta teoria das coisas. Coisa amar ser toda diversa de coisa apaixonar-se, vejam bem. Confusões temidas tantas vezes que se esfumam quando, em exercício prático de correspondências, uno, com linha firme, um e outro sentir a pessoas distintas. E assim, em associação rigorosa que me personifica os deleites da alma, sou tão mais segura da lição. É que não há comparação. 

1 comentário:

  1. Falar sozinho é quase tão bom como falar com outrm. Por vezes até sabe melhor, pois nós por vezes até nos compreendemos melhor :)

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