sábado, 31 de março de 2012
Novas do meu país
Podia chamar a isto Crónicas do Portugal pró fundo... mas se calhar fico-me só por Tanta crise, tanta crise, mas ainda bem que há malta que continua reinadia!
O meu calendário
Mudei a folha do meu calendário. Estou para sair e só volto amanhã. Amanhã já será Abril. É Séneca quem me fala este mês. Sábio, inquietante, assertivo, diz-me que "Para aqueles que não sabem a que porto se devem dirigir, nenhum vento é favorável."
sexta-feira, 30 de março de 2012
O critério da especialidade
Há dias, uma amiga enviou-me um mail com uma dúvida sobre um caso que tem em mãos. Um caso mau. Daqueles que nos mostra os lados negros do ser humano. Pedia a minha ajuda e eu comprometi-me a pensar naquilo. A tempos, o caso, a história, a criança e o adulto, tudo, vinha-me tudo à mente. Ia procurando traçar um caminho seguro de argumentação mas, quase sempre, abandonava a empreitada ao verificar que conseguia subsumir a situação a duas respostas. E não conseguia optar. Cada uma tinha as suas valias. Cada uma puxava para seu lado. Tudo isto me irritava. Lamentava a fraca valia dos meus préstimos... logo eu que há anos penso e escrevo sobre aquilo, que há anos me atrevo a dar opinião sobre o tema. E depois, vem a vida e vira-me assim a lição de pernas para o ar?! Foi quando estava a tomar banho (Eu tenho ideias nos momentos mais inusitados... Nos meus picos intelectuais (Aí dois dias por ano!) durmo com um caderno ao lado da cama porque construo verdadeiras teorias durante a noite!) que se fez luz. O critério tem de ser o da especialidade. Claro! Se esta solução é especial e aquela serve para isto e para mais não sei quantas coisas como esta, eu devo escolher a que melhor assenta no caso. Tal como na vida, o critério, na dúvida, pode ter de ser o da especialidade. Se posso ter o óptimo, por que raio hei-de andar a adaptar-me ao assim-assim?! O caso encaminha-se para a solução da especialidade. E eu também... com semelhante convicção à que depositei na resposta escrita ao mail da minha amiga. São os pormenores. Os pormenores é que nos fazem escolher. É sempre assim. As grandes coisas são nada. Os pequenos gestos, as mais miúdas atenções... isso é que nos mostra qual é a solução especial. Não é mais fácil. Exige mais estudo e paciência. Não se fica pela rama. Leva tempo a construir. É um caminho muito lento. Mas é o certo. É o justo. E só pode ser o melhor.
Os remédios
Blusas fresquinhas.
Modo jeans (já disse).
Padrões com bolinhas.
Solas rasteiras.
Brincos com história.
Corantes berrantes nas unhas.
Iluminador.
Vontade.
Mais vontade ainda.
Modo jeans (já disse).
Padrões com bolinhas.
Solas rasteiras.
Brincos com história.
Corantes berrantes nas unhas.
Iluminador.
Vontade.
Mais vontade ainda.
Capa negra
E pronto. Já está. Homens do meu país, eu nunca fui fã de fardas, mas amo ver um homem trajado. A preceito. Sem ser maltrapilho. De todo o modo, se não amasse, hoje tinha emendado a mão. O mano fica lindo de morrer. Estou a prever que de cada vez que sair à rua haverá gritos por aí pelas ruas e, volta meia volta, "coimbrinha ao charco!". Mal abri a porta do carro, vira-se para mim e, muito solene, cumprimenta-me com um Tu não trouxeste máquina fotográfica, pois não, mana?! Esqueci-me! Ainda bem. Entra, mas é! E lá fomos, num namoro pegado de manos. Quando o vi vestido, de capa pelas costas e barrete na cabeça, caiu-me uma lagrimita, que sou moça dada a choraminguisses. O mano abeirou-se muito juntinho e, talvez porque eu só lhe dê pelo peito, deu-me um beijinho repenicado na testa e fez-me um miminho nos caracóis. Eu disse E xi? E ele empertigou-se. Xi dou lá fora mana, m-e-n-o-s! E deu. E disse Lov u e eu respondi Me too. O mano vai trajar-se na queima, pessoas. O mano. O meu mano tão pequenino.
Mano
Vou ali com o mano viver um momento especial e único. Tínhamos combinado às dez e eu estou pronta (embora o normal em mim seja atrasar-me... mas estou em pulgas!). O mano teve rambóia, porque ontem foi quinta feira (you know what i mean?!). Portanto, acaba de me ligar com a voz mais melosa do mundo, aquela que temos ao sair da cama depois de uma noite feliz (vá!). Eu fiz-me de novas. Já estás aqui à porta? Queres que saia? Não... Eu... Eu... eu estou a acabar de tomar o pequeno almoço (e a voz a sair-lhe com os primeiros acordes da manhã, ainda assim rouca como quando a estamos só a aquecer). Então liga-me quando chegares. Era o que tínhamos combinado. Eu sei... mas era só para confirmar que estavas acordada! Hã, hã!!! E o que é que uma pessoa faz a isto?! Derrete-se. Finge que acredita. E sorri, que o mano agora até já tenta engrupi-la. Oh céus...
quinta-feira, 29 de março de 2012
Pessoa
Para ser Grande,
sê inteiro:
nada
Teu
exagera ou
exclui.
Sê todo
em cada
coisa.
Põe
quanto
és
no mínimo
que fazes.
Assim como
em cada
lago
a lua toda
Brilha,
porque alta vive.
Pequenas (tão grandes) coisas
Sempre tive o sonho de ter um blog onde as imagens, se não dissessem mais que as palavras, pelo menos dissessem tanto como elas. Porque há imagens que precisam da dimensão do que a vista alcança para nos fazerem mergulhar naquele bocadinho eterno de realidade que não volta. Quando olho agora a forma como o meu poraquipasseieu se há-de compor no futuro, com telas cheias do que as palavras não falam, sou uma pequena R. contente. E isso é tãããooo bom. Merci, pessoas! Muito merci, Nani!
Pequena R. pede ajuda ao leitor
Sem mudar o esquema do blog, algum de vós, meus queridos, fiéis e sensatos seguidores, sabe como raio posso eu ter as fotos maiores aqui no estaminé?! Às vezes tenho coisas giras e importantes para mostrar ao mundo... pode acontecer. E o tamanho original das ditas é sempre bem maior do que o que depois resulta aqui na publicação. Anyone?! Obrigadinha, sim?! São muito foffis e kikis!!!
Verdades e assim assim
Ajudar um amigo não é uma boa acção. Ajudar um amigo é fazer o que fazem os amigos.
Noves fora nada
Pessoas. Gente. Mimos. Colinhos.
Telefonemas.
Sms.
Trabalho, prazos e responsabilidades.
Base, pó, blush e sombra.
Batom de brilho.
Sabrinas.
Blusas brancas de algodão com rendinhas.
Jeans.
Brincos às cores.
Óculos de sol tamanho XL.
Mondego.
Telefonemas.
Sms.
Trabalho, prazos e responsabilidades.
Base, pó, blush e sombra.
Batom de brilho.
Sabrinas.
Blusas brancas de algodão com rendinhas.
Jeans.
Brincos às cores.
Óculos de sol tamanho XL.
Mondego.
Das ciências
Quando uma pessoa de direito vai dar uma aula num mestrado das ciências usa uma linguagem muito pouco jurídica. Mesmo muito pouco jurídica. E simplifica. Simplifica muito. Só isso justifica que, no intervalo, me tenham vindo dizer "Isto é tão giro. Apetece ir tirar o curso."
Os meus alunos que não sonhem que ando a provocar reacções destas na Faculdade de Ciências e Tecnologias.
terça-feira, 27 de março de 2012
Para ti
Desde há muitas horas que não durmo, que não como, que não trabalho, que não nada. Não são ainda vinte e quatro e deixaram já na minha cara as marcas do momento que vivo. A minha vida interrompeu-se outra vez. Pela segunda vez. Quando eu achava que já não se interromperia mais por nada do que me dissesses, recebi uma avalanche de palavras. Não me chorava o coração há quase um ano. E hoje, como quando transbordam os rios, não consigo calar-me. Nunca pedi a ninguém que virasse a vida ao contrário por minha causa. Não me permito esse egoísmo de me achar melhor que a vida toda de outra pessoa. Mas também nunca tinha dito a ninguém, com todas as letras, que a minha urgência na alma é estar-lhe junto, ser-lhe junto. Para sempre. Como quando a vida nos ultrapassa, sinto que, muito mais que as explicações que não demos, teríamos tantas coisas para começar de novo. Porque não há na vida muita gente com esse dom de nos pôr o coração no sítio, precisamente quando o desconcerta. Não sei ser pela metade, declarar-me com uma agenda, entregar-me com ses. Amadureci o suficiente para não me deixar guiar pelas falhas. Nem pelas minhas, nem pelas dos outros. Hoje dei-te, como nunca na vida tinha dado, a chave mais preciosa que guardava - a de me fazerem virar do avesso. Pergunto-me só o que nos impede de nos virarmos ambos, juntos, do avesso?! E respondo. Nada. Porque as urgências da alma não se apequenam diante dos obstáculos. Hoje, hoje só precisava de uma decisão do lado de lá e a minha vida seria perfeita do lado de cá. Porque, como nunca até hoje, uma avalanche de palavras fez de mim uma página em branco, arrumou o meu roteiro emocional e pôs nos devidos lugares quem te veio depois. Não há, no meu fraco despertar para os textos que nos incluam, palavras cheias do muito que me está no coração. Tudo o que disse desenha apenas um rascunho do que para aqui vai. Temos dois caminhos. Só dois. Para sempre. Para nunca mais. Guardo, inscrito em mim, o desígnio da esperança que não nos deixes sumir. E a cada hora deste dia que passa, numa luta desigual pelo teu tempo, resta-me só rezar para que Deus te faça feliz. Comigo.
segunda-feira, 26 de março de 2012
Hoje é o restinho de noite
em que vou retomar o meu "O Bom Inverno" e jogar muuuuuiiitaaa conversa fora com uma amiga tão especial, tudo acompanhado de uma musiquinha de constituir família.
Antes vou só ali responder ao e-mail mais generoso, quentinho, doce e amigo que recebi nos últimos tempos. Mais uma prova tão provada que as pessoas da nossa vida, às vezes, chegam de onde menos esperamos.
Dos astros
Fui ali ver se a Vera me mandava ir dormir. Hoje apetecia-me fazer o que ela mandasse. Bem... mas só se ela me mandasse ir dormir. A Vera ainda não tem disponível a previsão para mim. Pensei um bocadinho e vi que tinha de ir dormir. Quem cala, consente, ou não é assim?! Então, até mai logo!
domingo, 25 de março de 2012
Domingos
Já estou a trabalhar sentada no chão da sala. Já esgotei suficientemente a secretária, a mesa da cozinha e o sofá. À minha volta há qualquer coisa muito semelhante a um quarteirão de prédios altos feito com livros e fotocópias. A minha semana avizinha-se com tanto papel, tanta aula, tanto caso, tanta prova e tanta matéria diferente que se cá apanho sexta à noite até penso que é mentira. Os artigos entraram oficialmente em modo "stand by". O meu frigorífico parece um expositor de caixinhas com comida que é só preciso aquecer (quem tem mãe, tem tudo!). Na volta, só me apetecia ir andar a pé. Muito. E sem destino. Acho que acabo de me lembrar por que razão optei por não continuar com as aulas às segundas. Passo uns domingos muito manhosos à custa disso. Blhac. Tanta coisa linda para fazer e eu aqui a puxar pela cabeça. Sinceramente.
Verdades e assim assim
Hoje passava o dia deitada no sofá a ler romances e a ouvir música. Não posso. Mas tenho pena.
Epifanias
Estava aqui a inventar casos práticos e, do nada, a minha concentração ganhou vida própria. Primeiro uma imagem, depois um flash de uma fotografia, a seguir uma linha de um post, a revelação de um gosto, as peças de uma história, uma visita inesperada, uma recusa e... de repente, uma frase a sair-me pela boca sem que eu conseguisse calá-la: "Eu sei quem ela é!". Detesto isto.
sábado, 24 de março de 2012
Clic off
Não fazer cafuné. É que eu gosto taaaaannntooooo que me mexam no cabelo... taaaaannntooooo!!!
Pequena R. pergunta ao leitor
A primeira coisa que faço quando chego a casa para ficar, nem que seja só uma hora, é descalçar-me. Não me descalço por ter à porta uns chinelos ou achar que não se anda em casa com os sapatos da rua. Não. Não é nada disso. Descalço-me porque adoro andar descalça ou só de meias. É o meu teste de intimidade e à vontade. Quando me sinto suficientemente "de casa" para me descalçar em casa de um amigo, isso é uma prova de muito, mesmo muito sentimento de pertença. Não pensem, com isto, que ando para aí a descalçar-me por dá cá aquela palha. Descalço-me cá em casa, em casa dos meus pais, sempre em casa do meu tio mais velho, em casa do G. e em casa da C. Acho que não consigo fazê-lo em mais lado nenhum. Pelo menos, que me lembre. Ou então, ainda não calhou. Este gesto pode ou não estar acompanhado do à vontade para me enrolar numa manta que ande pelo sofá ou abrir portas na cozinha à procura de um copo para beber água, mas normalmente está. E eu não acho isto mau, nem feio, nem nada. Porque eu estou "em casa". Estando em minha casa, por outro lado, também não me faz confusão nenhuma trabalhar de pijama ou fato de treino. Aliás, normalmente, se for para ficar em casa só de manhã fico de pijama, se for para ficar o dia todo, visto-me. Este vestir-me não significa que me vista como quando vou trabalhar. Não. Até posso vestir um vestido, mas é um que não tenha cinto, nem muitos botões, nem fechos, um que seja do mais confortável que há, enfim. Quando estou em casa ando sempre de cabelo apanhado, quase sempre por uma mola, sem qualquer ganchinho pequenino a arrumar os cabelos despenteados. Quando fico em casa não uso brincos, nem relógio, nem nada. Porque estou em casa. E, mais uma vez, eu não acho isto mau, nem feio, nem nada. O que me faz espécie são as pessoas sempre prontas, as que saem do quarto já vestidas, calçadas e de écharpe. Sucede, no entanto, que tenho, nos últimos tempos, encontrado cada vez mais pessoas que não entendem como não se pode fazer assim, que acham um costume selvagem esta coisa de se sirigaitar de pijama fora da cama. Pior, muito, muito pior, que se trabalhe de pijama. Mas eu já nem vou para aí. Pronto, essa aversão ao chinelar laboral, concedo. Fiquem lá com a bicicleta. Eu para trabalhar preciso de vontade, não propriamente de um outfit específico, mas está bem. Agora, tratarem-me como deslavada por andar descalça e sem casaco de fazenda em casa é uma coisa que já me dá algo nos nervos. Mesmo. Não penso e não vou mudar isto, parece-me. Nem quando me dizem "Ai mudas, espera até viver com alguém a ver se não mudas!". Só me apetece perguntar "Então mas não haverá gajos normais neste mundo de Cristo?!". Mas enfim, não interessa. Se algum dia acontecer, logo lhe hei-de explicar que se tomar o pequeno almoço sem estar de fato não caem prédios no Japão. Seja. De todo o modo, não resisto: há por aí mais alguém que também tenha este hábito tãããooo estranho de conseguir ir à sala de casa sem ser de vestido de gala e sandálias de salto alto?! Grata.
Do outro tempo
Tenho por ti o fascínio das crianças a descobrirem as maravilhas do mundo. Como se os teus poderes curativos te insinuassem na rota da paz que se procura a vida inteira. É talvez por isso que te estranho quando me acenas, impaciente, com uma urgência de quem conhece afinal muito pouco. Dá-me tempo. Não sei ainda, dentro de mim, equilibrar assim a tua pressa e o teu vagar, o teu acordar do passado e a tua vertigem de futuro. Tem calma. És o tempo, bolas. Deves saber como fazer isso.
Do tempo
Gosto deste choro miudinho do céu. Casa bem com o perfume das maçãs com geleia que ali tenho no forno.
Estava na altura de escrever
sobre uma coisa séria da actualidade. Podia debruçar-me sobre a recente greve geral e os confrontos do Chiado, podia optar antes por dizer o que penso sobre a discussão que se gerou à volta da decisão do Tribunal de Sintra de condenação dos dois jovens, de 17 e 15 anos, que violaram uma colega de 13, e podia até falar do facto de o assassino de Toulouse ter sido abatido com cerca de 20 tiros. Mas não. Só me ocorre deixar-vos um conselho: depois de investirem, certas da vossa tão melhor aparência, num cabelo lisinho irrepreensível, e caso o estado natural da juba que vos acompanha seja de caracóis por todólado, tenham muita atenção nos dias em que acordam a contragosto e se enfiam debaixo do chuveiro, convencidas de que aquilo está virado para a torneira. Pode não estar. E é chato.
Novas
Depois de uma botija de água quente durante duas horas na barriga e um bule de infusão aromatizada com canela, estamos melhores. De manhã ainda se esteve nas aulas, mas sorriu-se com vontade de gritar. A sério... é nestes dias que eu penso que ser gajo teria as suas vantagens.
Agradecimento especial
Obrigada, dores menstruais, por, mais um mês, ao fim de anos, se disponibilizarem a fazer-me companhia desta maneira, empenhando-se em serem tão excruciantes e quase incapacitantes que é impossível sentir-vos longe de mim. É sempre um gosto (not) fazer esta travessia do deserto convosco.
Atentamente,
Vossa (velha) vítima,
Pequena R.
sexta-feira, 23 de março de 2012
Verdades e assim assim
Acho mesmo que não quero ser juíza. Nem agora, nem depois. Mas há dias em que gosto tanto de falar com eles... Valeu mesmo muito a pena.
As minhas pessoas blogosféricas
Aqui sentada, num lugar no sentido da marcha e à janela, ponho-me a pensar em algumas coisas que este blog já me deu. Como em tudo na vida, nada, mesmo nada, se compara em valor às pessoas. É verdade. Este blog acrescentou-me pessoas, apresentou-me amigos, enriqueceu a minha vida com gente especial. A minha Guilhim, de que falo ali em baixo e com quem me encontrei ontem, é a grande responsável por não ser especialmente céptica relativamente às pessoas que um blog nos apresenta. Conhecemo-nos no fim de 2009. Literalmente. Nunca nos tínhamos visto. E, no entanto, ainda bem antes de os nossos olhos pousarem na figura uma da outra, à porta do Chimico, já nós tínhamos contado coisas importantes, mesmo importantes, da vida uma à outra. Já tínhamos escrito mails lavadas em lágrimas e já nos tínhamos empenhado em amaciar as horas amargas uma da outra como só pelos amigos do coração nos dispomos realmente a fazer. Acho que é por isso que podemos encontrar-nos poucas vezes e, ainda assim, ter sempre assunto, nunca se impor entre nós um silêncio mau de gerir. Nós não temos isso. E rimos juntas. E quando nos abraçamos é com vontade e os beijinhos das despedidas deixam sempre uma urgência no ar: repetir o encontro mais vezes, seja na sala lá de casa, na Santini, no meio da rua ou à porta do Chimico. A minha Guilhim é minha. É uma amiga. E foi o blog que ma deu. Além disso, é um bocadinho guru sentimental e há coisas em que é absolutamente insuperável. Gostiii!
Das surpresas da greve
O comboio partiu à hora, não enjoei, até dormi um bocadinho e fiquei fã do passadiço de Vila Franca de Xira. Já hoje à tarde, porque não as ia encontrar, embora estejamos na mesma cidade, falei ao telefone com pessoas do meu coração, já estive à conversa com a minha Guilhim, já fui à Santini, já beijoquei tanto um sobrinho adorado, já abracei amigos e descobri a melhor lasanha de bacalhau do mundo, já conheci uma casa tão bonita e já fiz a pé quase o trajecto completo do Marquês a Alcântara (definitivamente, há um qualquer gene andarilho que se revela em mim sempre que chego a esta cidade). Digamos que as surpresas, em geral, foram bem boas. Venha amanhã.
quinta-feira, 22 de março de 2012
Da greve
Ontem, e porque estava em ponto ebulição, lá convenci o G. a ir comigo à estação. Vá, não foi por isso. Foi porque calhou de me lembrar que tinha de ir à estação pouco depois de lhe ter dito que lhe dava boleia. Deu muito jeito, porque aquilo estava impossível. Quase que se tinha de ir deixar o carro à Mealhada para poder ir à bilheteira. Portanto, deu jeito, porque assim ele ficou no carro e andou a dar voltinhas para não sair muito dali de perto. Fez-me muitas recomendações por causa do bilhete e eu sou uma rapariga que faz o que lhe mandam (quase sempre). Vai daí, toda eu era uma enciclopédia dos direitos dos passageiros quando me abeirei do balcão. E expus, com uma linguagem até um bocadinho técnica, o que se estava a passar, mais ou menos como aquelas pessoas que gostam de se ouvir. Foi bonito. Em geral e abstracto, teria dado para puxar salvas de palmas inflamadas e gritos de "Pequena R. ao poder!". Acontece, meus caros, que a realidade é uma coisa que, de tempos a tempos, gosta de te esfregar na cara que podes falar muito e mimimi, mas isso não interessa nada, porque o que conta, quem tem o verdadeiro poder, é essa coisa a que se dá o nome de improvável. Pois que anunciei ao senhor que, pela sua saúde, me mantivesse livre de alfas, ou corríamos todos o risco de eu sair de Santa Apolónia directamente para o hospital, com sintomas agravados de expulsão dos vários órgãos internos pela boca. E assim sendo, então, que me permitisse perguntar-lhe se o comboio xpto se fazia à hora ywsz. Que sim. Que os serviços mínimos o asseguravam. Rejubilei de alegria e dei graças ao alto por ter um amigo tão conhecedor das fórmulas mágicas de persuasão, do tipo, "se estiver previsto e me venderem o bilhete, não podem considerar o evento anómalo e, portanto, há direito a devolução e reclamação". Estava tudo até aqui medianamente encaminhado quando o homem se me põe a escrevinhar o bilhete todo. Tenho ali na carteira uma fiel reprodução do Tratado de Tordesilhas escrita a caneta bic azul. Impaciente, questionei-o sobre o relambório. Que aguardasse. E eu aguardei. Quando finalmente paguei e, acto contínuo, me põe o bilhete na mão, o senhor esclarece, do alto da sua sapiência descoberta na escola da vida "Os serviços mínimos garantem, mas eu não garanto. É pouco provável que não se realize, mas tudo é possível, a vida é uma surpresa!". Enfiei a minha viola no saco e vim-me embora. À simples equação: "se te venderem o bilhete, têm de fazer a ligação; se não a puderem garantir, não vão vender o bilhete", respondi com algum desalento, uma pitada de esperança e o saber de experiências feito reduzido numa citação das que ficam no ouvido "a vida é uma surpresa". E portanto, da greve, hoje, não me interessam tanto os números da adesão. Importante, importante, é saber qual a surpresa que a greve tem para mim. Então, até depois, sim?!
quarta-feira, 21 de março de 2012
É que
eu gosto de casas assim e assim e assim. E isto diz tudo de mim. Ou quase. Mas o que fica por saber encontra-se depois aqui, neste post em que despejo a alma.
Home
Se eu não fosse uma alma acagaçada, eu nunca na vida ia procurar apartamentos com janelas de vidro duplo, com cozinhas cheias de armários sem puxadores, com portas de correr, casas de banho do tamanho de quartos, closet, luzes embutidas e elevadores sem o chão de mármore verde. Não. Se eu não fosse uma alma acagaçada, eu quereria mais era ver lofts na Praça Velha, no topo dos prédios azuis, contíguos aos cor de rosa, onde a luz entra por janelas fundas com vidros aos quadradinhos e o chão é de madeira mesmo, onde se sobem escadas, há casas de banho apertadas e os quartos são algo esquinados, deve haver cadeiras de baloiço e se pode servir o chá em chávenas com flores e bordas douradas, porque isso é vintage. Isso mesmo.
terça-feira, 20 de março de 2012
aaaaaaaaaahhhhhhhhhhhh
Neste sítio estava outro post, mas por causa das multidões (não as que tu trouxeste, Rita, descansa :)) já teve de ir à vida. É a primeira vez que aqui funciona o lápis azul e não estou a achar piada nenhuma. Pronto. Fico-me só por um grito. E mais nada.
Só mais uma coisa. Só uma. A esta não resisto. Hoje foi o dia em que as sonsas deram dez a zero aos tótós. Mas enfim. É como se diz por aqui: só se estraga uma casa.
Só mais uma coisa. Só uma. A esta não resisto. Hoje foi o dia em que as sonsas deram dez a zero aos tótós. Mas enfim. É como se diz por aqui: só se estraga uma casa.
Femmes
Eu acho que os homens não teriam tanta paciência. Na última hora, estive com o telefone na orelha, assim entre a cabeça e o ombro, do lado esquerdo (vou ficar com uma dor de pescoço monumental, já sei!), sem nunca o tirar de lá, excepto para remarcar um número. Ao mesmo tempo, corrigi dois exames, fiz contas, mandei um sms, escrevi um mail e organizei uma pasta. Se eu podia ter pousado o telefone e ter lá voltado só de tempos a tempos para repetir a ligação e ver se dessa já me atendiam? Podia, mas uma mulher enervada não se compadece com esses compassos de espera. Depois a FCT atendeu-me. Disse-me, pausadamente, nada de novo, eu inspirei, agradeci educadamente e desliguei. Entretanto disse meia dúzia de asneiras, tendo repetido à exaustão as piores que conheço e que não vão muito além do clássico f#$%-se e pronto, estou muito mais calma!
Poemário essencial
deixa-me perguntar se te
pareço tão assustado assim. Não
me sinto deslocado, talvez curioso, mas
nem surpreso. algo em ti me puxa
sempre ao sentimento, mesmo antes de
te conhecer, lembras-te, uma propensão para
te tratar bem, cuidar, vulnerabilizar os meus
modos, recusar admitir que também eu sou
capaz de crueldades quotidianas e
impunes. queria conversar contigo
sobre o nelson, que foi ver as coisas a
arder fotografando a própria
pele. queria falar-te da isabel e de como
choramos juntos, muito maricas, quando
nos correm mal estes amores ou, pior, a
nossa amizade. esta noite sonhei contigo e
achei graça dizer-te que cheirava mal
na nossa cama. que me incomodou a luz a entrar
pela persiana por fechar. que ouvi com dor o
orgasmo da vizinha de baixo
queria que soubesses que também eu
poderia ter ardido para o nelson
fotografar. queria que soubesses que
também poderia parar de chorar pela
isabel. queria que soubesses que o faria
exclusivamente
para arruinar o meu coração, se fosse a
tua vontade e com isso te deixasse em
paz. faria qualquer coisa, ainda que
quisesse morrer a seguir, faria qualquer coisa que,
por um instante, te pusesse
a pensar em mim
valter hugo mãe
pareço tão assustado assim. Não
me sinto deslocado, talvez curioso, mas
nem surpreso. algo em ti me puxa
sempre ao sentimento, mesmo antes de
te conhecer, lembras-te, uma propensão para
te tratar bem, cuidar, vulnerabilizar os meus
modos, recusar admitir que também eu sou
capaz de crueldades quotidianas e
impunes. queria conversar contigo
sobre o nelson, que foi ver as coisas a
arder fotografando a própria
pele. queria falar-te da isabel e de como
choramos juntos, muito maricas, quando
nos correm mal estes amores ou, pior, a
nossa amizade. esta noite sonhei contigo e
achei graça dizer-te que cheirava mal
na nossa cama. que me incomodou a luz a entrar
pela persiana por fechar. que ouvi com dor o
orgasmo da vizinha de baixo
queria que soubesses que também eu
poderia ter ardido para o nelson
fotografar. queria que soubesses que
também poderia parar de chorar pela
isabel. queria que soubesses que o faria
exclusivamente
para arruinar o meu coração, se fosse a
tua vontade e com isso te deixasse em
paz. faria qualquer coisa, ainda que
quisesse morrer a seguir, faria qualquer coisa que,
por um instante, te pusesse
a pensar em mim
valter hugo mãe
Cenas de gaja
Tenho as unhas pintadas desta cor. Tal e qual. Parece que colei pastilhas elásticas nas pontas dos dedos.
segunda-feira, 19 de março de 2012
Paps
Ao jantar, o mano estava contar peripécias de quando vai ajudar o pai. Contou, contou, contou. Depois eu perguntei "E vocês nunca se zangam?!". O mano respondeu "Zangamos, mas nunca é a sério. Sabes, nós nunca pedimos desculpa. Passado um bocadinho da zanga, olhamos um para o outro e dizemos com os olhos que já estamos arrependidos!". O paps despenteou-lhe o cabelo e sorriu. Eu e a mum ficámos a olhar, embevecidas.
Das responsabilidades
E pronto. Não é só, mas é também, e muito, por isto que eu continuo convicta que a maior responsabilidade da vida de uma mulher* é escolher o pai para os seus filhos.
*Das que querem ter filhos, claro.
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Do Estado das coisas...,
Verdades e assim-assim
Dia do Pai
Dia do meu, do teu, dos vossos, dos muitos que são, dos ainda não foram, dos que desgraçadamente deixaram de ser. É o dia dos pais. Não é o dia de todos. É o dia só daqueles que deram sentido à palavra, que a souberam honrar. Não é o dia dos que exploram, dos que abusam, dos que maltratam e nem dos que ignoram. Desses, não é. Porque não o são. Ou melhor, só têm o nome, como uma casca, sem nada lá dentro. Por isso, este dia não é deles. Nem nenhum outro. Hoje é o dia dos pais a sério. E eu não posso falar-vos de outro que não seja o meu, porque é o que eu conheço bem. O dia do meu pai é hoje e começou à meia noite quando lhe dei um xiii quentinho e disse "Gostiiiii!!! Vá, mas agora levanta-te que estás a ressonar e não conseguimos ouvir a televisão!". E ele disse "És mesmo impossível!". E pronto. Tudo está bem quando acaba bem :) Hoje é o dia do pai que me sonhou antes de nascer, que me soprou nas feridas e me dava boleias às cavalitas quando não me apetecia subir escadas. Hoje é o dia do pai que me que levava às pinhas e ao futebol e insistia que eu tinha de aprender a pescar, que se levantava cedo para me ir levar à escola se estivesse trovoada, que continua a dar-me os beijos na testa muito mais vezes que na cara, que não se deita sem bater na porta do meu quarto se eu estiver em casa dele, se senta na beira da cama e conversa um bocadinho. Hoje é o dia do pai que acordava a meio da noite e me levava chá e bolachas nas noitadas de estudo. Hoje é o dia do pai que, como quase todos, é um gabarola de marca com os feitos dos filhos. Hoje é o dia do pai que às vezes chora e nos faz sentir tão mal quando isso acontece. É o dia do pai que erra, que faz coisas mal, mas que é o nosso e que é o melhor do mundo. Pelo menos, do meu. Hoje também é o dia do pai que catava lêndias quando se tinha um cabelo muito comprido e não se queria aderir ao corte à tijela. E é ainda o dia do pai que diz "A minha A.", porque me escolheu um nome, mas nunca me chamou por ele.
Hoje, como sou eu a fazer o jantar, vou fazer-lhe uma coisa que gosta e... tcharaaam... um docinho para a sobremesa. Há-de compensar o facto de o presente ser uma gravata (!!!).
Verdades e assim assim
Já nem preciso de vos dizer para onde vou daqui a pouco, pois não?! Nem como me sinto...
Sim, eu sei o que estão a pensar. Não é bem isso, mas eu sei que parece que, não sabendo onde havia de gastar o dinheiro, me decidi a patrocinar o consultório do Dr. Filipe. Não é, mas é quase.
domingo, 18 de março de 2012
Pequenas angústias de uma alma enjoada
Sexta feira lá sirigaito pela capital. Vai na volta, e porque é todo o dia, do quase raiar da aurora ao quase pôr do sol, vou de véspera. É a boa solução, pois é. A melhor. Assim posso procurar um regional, daqueles que pára em todos apeadeiros mesmo, e rezar para não enjoar. Eu era uma moça tão contente quando não enjoava nos comboios chiques!
sábado, 17 de março de 2012
A Senhora da Asneira
Foi a ela que dediquei a minha tarde de hoje. Grata se não se enfadar por, nos próximos tempos, ver que me esforçarei por não repetir o culto.
Do amor
Hoje ao jantar e no cinema falámos do amor. Falámos do amor e de como isso nos situa nos quase antípodas do que, rezam os cinzentos crónicos, deve ser a idade adulta. Falámos do amor e do aroma adolescente que invade a nossa vida quando nos apaixonamos. Também descobrimos que quando Deus distribuiu os filtros sociais para evitar vergonhas eu devia ter ido fazer chichi, porque me falta o fascículo completo dessa matéria. Mas falámos sobretudo do amor. E lembrámo-nos deste vídeo.
Extremamente alto, incrivelmente perto
E assim se descobre um dos filmes mais bonitos que já vi. Chorei quase do princípio ao fim, mas adorei.
sexta-feira, 16 de março de 2012
Os privilégios
Acho que não sou moça de privilégios. A bem dizer, e para ser exacta, não sou mesmo. De todo o modo, como em tudo o resto, a esta regra quase absoluta compete sua excepção. E eu tenho um privilégio. Acho que é mesmo só um, mas é dos grandes. Não cai do céu aos trambolhões, que está justificado pelo meu trabalho, mas não é uma consequência forçosa dele. Logo, é um privilégio. Assim, eu posso estacionar num dos parques da alta, junto à Universidade. Desde para aí 2007 que não sei o que é ter de me levantar de madrugada para estar a apanhar um lugar vago lá em cima. É uma coisa que me alegra os dias. Tanto, mas tanto, que sinto que se assim não fosse eu seria uma alma dada a camadões de nervos diários. Aquilo é impossível. E escusam de me vir para aqui destilar veneno a mandar-me ir a pé porque isso obriga-me a recordar-vos que sou, dizem, Dra.. Logo, como todos os seres desta espécie, eu não passo de uma pessoa relativamente burra mas que, e é o que aqui nos importa, anda sempre carregada de livros. E era isto.
Pronto
Acabei.
Vou tomar banho que estou mal cheirosa (cheiro a fumo... acontece-me quando penso muito!)
Vou vestir uma roupa decente (o que não quer dizer muito mais que não vestir pijama ou roupa de ginástica)
Vou engolir um prato de sopa e uma gelatina (não se pode pôr comida fora, que há pessoas no Mundo a morrer à fome!)
Vou inspirar e expirar dez vezes.
E vou ali passar a tarde a tentar convencer um auditório que percebo muito disto.
Adeus. Até ao meu regresso.
P.S. Às vezes sinto-me um bocadinho fraude. Hoje, por exemplo.
Devo dizer
que se algum dia, até hoje, ouvisse alguém aventar que o poraquipasseieu teria um número de seguidores com três algarismos, a minha preocupação imediata seria conduzir a pessoa ao médico da mente mais próximo.
Pois que...
vou ali dormir só um bocadinho e já volto. stop. é só um bocadinho. stop. e eu ainda sou nova e devia ser inconsequente. stop. e só fazer directas para andar na gandaia. stop. aaaaaiii. stop.
quinta-feira, 15 de março de 2012
Apelo
Alguém me diga que amanhã já é sexta e que, embora sábado tenha aulas todo o dia, pode ser que domingo possa parar e fazer de conta que não há uma tese de doutoramento que devia ocupar-me essas "horas vagas". Alguém me diga. Estou a precisar de acreditar nisso. E, ouvido de mim, soa-me muito a falso. Alguém.
Lanche
Apetecia-me um doce. Fiz gelatina. É de ananás. Era a que tinha cá em casa. Não gosto. Prefiro morango.
Pequena R. ajuda o leitor
A ver se um dia destes tento. Um dia em que tenha muito tempo e ainda mais paciência. Lá para 2015.
Da poesia
Hoje disseram-me:
"Gosto mesmo de ti. Gosto de olhar para ti e ver que, apesar de continuar a pedir-te recorrentemente que mudes, és mais teimosa que eu. É que, às vezes, quando preciso de acreditar na poesia, só tu é que me salvas. Já ninguém acredita nela como tu. Tenho pena, por ti, como te digo sempre, porque deve ser uma dor de alma ser assim. Mas, se pensar só em mim, se nos esquecermos todos do que é melhor para ti, é muito bom saber que, pelo menos tu, continuas a acreditar na poesia."
Wishlist
Hoje gostava que chovesse. Mas que chovesse mesmo. Que houvesse água tocada a vento, como se diz na minha terra, que o céu se vestisse de cinza, que o frio enregelasse as mãos e que São Pedro chorasse toda a tarde. Hoje gostava que chovesse. Que o pó assentasse. Que a vida da terra voltasse. Assim, chorar dentro de mim seria só mais um sítio onde chovia. E escusava de me preocupar com esta chuva que não se vê mas faz taaantooo barulho.
quarta-feira, 14 de março de 2012
Depilação
Do dialecto feminino, ficar mais apresentável; cena para tornar a pele mais agradável ao toque; mimo penoso a que qualquer mulher com mais de 12 anos se sujeita mensalmente ou em que despende uma fortuna para que só tenha de lá ir de ano a ano; momento em que se treinam as cordas vocais, com gritos, ou a respiração, com momentos em que se procura adoptar a pose de um morto; teste rápido às vergonhas femininas; modalidade desportiva para quem está a ser depenado e tem de contorcer-se de maneiras arredadas dos exercícios diários; forma rápida de recapitular alguma matéria de matemática para quem está a depenar, que vulgarmente insiste ser preciso só mais uma vez, para ficar certinho(!!! Quando me dizem isto, hesito entre o berro e a confidência de que não penso inscrever-me em nenhum concurso de geometria com aquilo!); preliminar de pelo menos 15 dias em que uma pessoa anda mais descansada, não vá dar-se o caso de... sei lá.
É hoje. Começar o dia no dentista e terminá-lo na depilação não é uma coisa para meninos, é uma cena que só assiste a quem já é grande e sabe que a vida não é sempre cor de rosa. Aaaiii!
:)
E quando uma pessoa que não veem desde 2005 e com a qual não falam para aí desde 2006/7, mas de que gostam muito (é a vida!), vos liga, do nada, só para dar boas notícias e combinar um almocinho?! Coisa mais melhor boa :)
Alguém me impeça!
Há bocado passei pela montra da Romeu e, desde então, estou convencida que não demora muito até que lá me desgrace. Alguém me impeça, pelas almas. Alguém me lembre que o MIMI já cá está.
Coisas que me tiram do sério
Dar-se tempo de antena a pessoas cujos filhos foram adoptados com consentimento ou por comprometimento dos vínculos próprios da filiação para que... os encontrem, porque não dormem descansadas. Fico fora de mim.
terça-feira, 13 de março de 2012
O desafio
Foi a Maria, do Elementar, quem propôs o desafio. Não sou dada a estas coisas, mas gosto muito da Maria para lhe negar um pedido só porque sim. Vai daí, decidi responder.
As regras são:
a) Escrever 11 factos aleatórios sobre mim;
b) Responder às perguntas que me foram propostas;
c) Fazer 11 perguntas para as próximas pessoas;
d) Escolher as próximas vítimas;
b) Responder às perguntas que me foram propostas;
c) Fazer 11 perguntas para as próximas pessoas;
d) Escolher as próximas vítimas;
a) Escrever 11 factos aleatórios sobre mim:
1- Tenho 30 anos.
2- Adoro, na grande maioria dos dias, o que faço.
3- Gosto muito de preto e de branco.
4- Tenho um dialecto próprio, que inclui palavras como minuin (pessoa pequenina).
5- Tenho um irmão que é muito preferido e adorado.
6- Detesto "válidos". (Tenho um post sobre isto, mas não o encontro!)
7- As minhas flores preferidas são amores-perfeitos e túlipas brancas.
8- Detesto sopa fria.
9- Gosto muito da vista da minha varanda.
10- Sou solteira.
11- Tenho muita dificuldade em dizer "não".
b) As perguntas que a Maria me fez:
1- Se jogasses numa aposta de 6 euros em euromilhões com outras 2 pessoas, sendo que, por só teres 1.80€, esse tivesse sido o montante que deste, e saísse o 1.º lugar (chave aleatória de máquina), como dividias o prémio?
Nunca tal coisa me passou pela cabeça. Acho difícil ter ficado a dever os 0,20 €. Um vez desmaiei no Bairro Norton de Matos, levaram-me a medir a tensão numa farmácia e eu não tinha a moeda que era precisa para a máquina; o dono insistiu que não havia problema nenhum e lá me mediram a tensão. No dia seguinte, apanhei um autocarro da faculdade, no fim das aulas, e fui levar 0,50 € ao senhor. Outra vez, estava na praia para passar o ano com amigos e fiz 30km até casa da minha costureira porque me lembrei que lhe tinha ficado a dever 2,00 € de uma baínha. Sigo o lema de que as boas contas sempre fizeram os bons amigos. De todo o modo, se acontecesse, provavelmente, trataria isso com as pessoas envolvidas e, no limite, usaria a velhinha regra de três simples :)
2- Doavas um rim a alguém?
Sem hesitar: ao meu irmão e aos meus pais. Muito provavelmente: a algumas outras pessoas da família do sangue e da do coração. Ainda não tenho filhos e, se já me cruzei com ele, ainda não reconheci o homem da minha vida e é só por isso que não entram estas pessoas na enumeração isenta de hesitações.
3- Já mentiste descaradamente a alguém para encobrir algo?
Já. Mas foram mentiras que não fizeram ninguém mais infeliz e a mim me deram uns momentos de adrenalina bem bons :)
4- Se te fosse concedido o poder mental de matar alguém, só uma pessoa, quem escolhias?
Tenho um orgulho desmedido em ter nascido num dos primeiros países do Mundo a dar o passo em frente na humanidade quando aboliu a pena de morte, em 1867. Não matava ninguém. Não odeio ninguém.
5- Se pudesses ser outra coisa, que não a profissão que praticas/estudaste, serias?
Jornalista, assistente social, professora de português, ...
6- Acreditas em coisas sobrenaturais?
Tem dias.
7- Dos vários enigmas que existem por desvendar, qual gostarias de descobrir?
Durante muito tempo, sonhei encontrar uma maneira de evitar o fim da vida. Depois li o livro "As intermitências da Morte", do José Saramago, e fiquei baralhada.
8- Se pudesses perguntar a alguém na história, alguma coisa, o que perguntarias e a quem?
Perguntaria a algum Espartano se deitavam mesmo fora bebés, atirando-os em abismos. É uma imagem que me aflige desde o 7.º ano.
9- Gostas mesmo de todos os blogues que segues?
Gosto. Quando deixo de gostar, deixo de seguir (simples, assim :)).
10- Já roubaste algo?
Que me lembre, não. (Depois de ler as respostas da Kelle, lembrei-me: quem nunca roubou marmelos?!)
11- Já tiveste alguma proposta indecente no contexto laboral? (Assédio).
Há um determinado mundo em que, forçosamente, tenho de mover-me, em que é muito difícil isso não acontecer.
c/d) Fazer 11 perguntas para as próximas pessoas e escolher as próximas vítimas;
O desafio fica aqui para quem o quiser apanhar. Podem levar para o blog e responder lá, podem responder aqui em comentário, podem falar de outras coisas que não estão nas perguntas e podem não fazer nada disso. Amigos na mesma, sim?!
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