sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Para ti

Sabem quando encontram alguém que vos inunda a vida de certezas?! Principalmente da certeza que estão mais felizes que nunca?! Sabem quando alguém vos toca e vos faz sentir que o mundo, debaixo dos pés, se abriu num imenso buraco, mas não há o que temer?! Sabem quando a vossa melhor hora é ao fim da tarde, porque sabem que vão ouvir a voz que vos faz morar borboletas na barriga?! Sabem quando há uma palavra, um nome, que só uma pessoa vos chama e que vos parece a melhor das designações?! Sabem quando a distância se inibe perante a promessa de que não se vai esquecer, que se vai voltar, que sim, é para ficar?! Sabem quando o tamanho todo da vossa vida vos parece desenhado na perfeição para partilhar com aquela pessoa e mais nenhuma?! Sabem quando as diferenças vos fazem querer perceber melhor se também não querem, se também não gostam e depois percebem que até querem muito e que até gostam tanto?! Sabem quando vão devagarinho, pé ante pé, à procura do que vos mora no peito, desrespeitando a regra de correr sempre em busca da felicidade?! Sabem?! Sabem quando tudo vos parece tão mágico que até têm medo de correr e tropeçar e custar muito a curar a queda?! Sabem quando um poema ou uma música se torna o item mais valioso da vossa wishlist?! Sabem quando aceitam tudo de uma pessoa menos que ela vos traia os sonhos?! Sabem?! Eu também, acreditem. E ainda bem. Porque só isso nos cura a dor de um dia acordar e perceber que... os sonhos, afinal, foram mesmo traídos.

Sim, este post é para ti. Não precisas de comentar. Precisas só de acreditar em mim quando eu digo que o passado, por melhor que tenha sido, não justifica o pesadelo que é o presente e a angústia em que se transformou o futuro. Estou sempre, sempre, sempre contigo.

Não batam mais, sim?!


É que gosto desta música da Emmazinha, pronto.

A saga continua...


A minha mãe, que é professora, costuma dizer que há, hoje em dia, uma ingratidão enorme pela profissão dela (e minha, embora em contextos muito diferentes). É que se o menino tira 20, o menino é muito esperto, mas se o menino tira 1, o professor não tem método nenhum, não cativa, não percebeu as especificidades daquele pequeno génio, enfim. Também há muita ingratidão, em Portugal, de há uns anos para cá, pela magistratura. Se o cidadão "tão bom rapaz" sai em liberdade, se o cheque sem provisão dá cadeia ao caloteiro, se o abusador vai dentro 15 anos, Deus é grande e fez-se justiça. Se um intocável é conduzido a um Estabelecimento Prisional, se o processo executivo dá em nada porque o caloteiro desbaratou tudo a tempo, se o arguido é absolvido por não ter sido produzida prova suficiente e ainda há quem se lembre do princípio da presunção de inocência, há uma cabala montada, os juízes são uns corruptos, a justiça está que é uma pena, enfim.

Quando é que a malta se convence que errar é humano e os juízes são pessoas, não são super heróis?! E que não, não tomaram os tubarões nacionais todos de ponta e isto não é uma perseguição gratuita?! Pelas alminhas, pá!

P.S. Também me irrita solenemente aquele tipo que pulula pelos programas da manhã que se veem nas férias e que levanta a voz aos técnicos da Segurança Social sempre que uma criancinha adoptada é maltratada. A sério. É grave. É gravíssimo. É intolerável. Mas acontece. E acontece porque há quem tenha de profissão avaliar se as pessoas que lhe passam pela frente são boa ou má res. E toda a gente sabe que, por mais cuidado que se tenha, há sempre quem nos meta no coração e, mais cedo ou mais tarde, nos desiluda profundamente. Bolas, gente. É da vida. Não é para desistir. É para ir aprendendo.

Vale a pena pensar nisto...


Foi a Luna que partilhou primeiro este vídeo, mas eu não pude evitar trazê-lo para aqui. Por muitas razões. Porque já vi morrer gente que teria dado tudo para, com uma cicatriz como estas, ter continuado a viver, mas... era tarde de mais. Porque já vi sobreviver gente assim, com o corpo mutilado mas a alma brilhante de felicidade pela oportunidade, pela bênção de ter resistido. Porque, incompreensivelmente, em 2011 continuo a reconhecer à minha volta mulheres que, com 20 e poucos anos, esclarecidas, não consultam regularmente o ginecologista. Porque isto, isto não acontece só aos velhinhos. Porque isto, isto não acontece só aos outros. E porque não consigo deixar de dizer que a expressão da última mulher me depositou um aperto no peito. E, ainda, porque a beleza, de facto, não é o que se vê.

Os homens que nos oferecem poesia

Confesso, e fica já isso claro, que me rendo, que gosto muito, que me sinto absolutamente fascinada por alguém capaz de me adivinhar a fome de palavras bonitas. Posto isto, dou por abertas as hostilidades. Ao longo destes quase, quase, 30 anos de vida, já houve mais do que um homem com a capacidade de me surpreender com um livro de poesia, de que reconhecia gostar de um ou outro poema, sossegando-me a alma de que aquilo não era só jogo de vista e havia ali margem para o romance poético. Acho que, embora já devidamente caída por uma alminha, lhe reconheci, um certo dia, a possibilidade de ser o homem da minha vida quando, no bar da faculdade, me disse, ao ouvido, um poema inteirinho. Um homem que, para além de gostar de poemas, de saber lê-los, escolhê-los, dedicá-los, os sabe de cor, pode prender-me para a vida. Foi mais ou menos isso que julguei ter acontecido naquele dia. O tempo, a vida, vieram a provar-me que não. Mais recentemente, encontrei (fui encontrada?! já não me lembro de quem encontrou quem...) alguém que, vejam bem, não só apreciava a poesia como teve a generosidade de me acordar algumas vezes com os bons dias em forma de poema e, certa noite, chegou mesmo a fazer um poema só para mim. Mais uma vez, pequena R. em modo "ai que as pernas se me falecem já aqui :)". Não obstante isto tudo, descobri com certo gosto que no Mundo nem todos podemos gostar do azul. Na sequência, seguramente, disso, há quem não goste deste estilo que chegam a rotular de delicodoce. Ouvi, a certa altura, uma amiga, sentada aqui na sala, entre um gole de chá e um húngaro do Moinho, dizer "Então e tu não viste logo que isso não ia dar em nada?! Mas como é que tu cais nessa cantiga, pequena R.?! Poemas?! Os homens não se querem a mandar poemas. Eles querem-se a pegar em nós e a agir. Agora poemas... poemas... Ai, sinceramente, só tu, rapariga.". Pensei nisto muitas vezes e cheguei, a determinada altura, a convencer-me que um homem assim, como aqueles a quem me rendi, padecia de um grande mal poético, digno de integrar o meu vasto rol de clic off. Hoje, quando vi um poema enviado a uma amiga, percebi que nem sempre um poema sai da boca ou da pena de um homem com a nobreza de quem está prestes a oferecer magia, delicadeza, uma subtil declaração de amor, de seriedade, de "fica comigo porque te quero bem". Hoje percebi que os homens que oferecem poesia também podem ser dos maus. E isso faz-me uma confusão diabólica. Porque, vá-se lá entender isto, há dias em que acordo e, contente por já não me apetecer chorar pelos cantos dias a fio, sinto uma saudade tremenda de um poema só para mim.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Verdades e assim assim


A minha Mafas já é uma grandessíssima MESTRE!!!

Estou bué contentinha :) e logo à noite vamos comemorar...

Minha música essencial #31

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Começar bem o dia é




começá-lo com um presente assim!

A M. e a mum viram que a minha varanda andava meio murcha, ou melhor, sem cor. As minhas petúnias plantadas algures em Junho não resistiram às temporadas largas que, durante o mês de Agosto, estive fora de Coimbra. As floreiras esperavam, agora, novas flores. Ora, é sabido que tudo são sucedâneos das minhas muito eleitas: os amores perfeitos. Sem hesitações, foi de amores perfeitos que me encheram a varanda, a manhã, o dia, a semana, enfim. Gosto tanto de receber flores... São talvez o presente que mais aprecio receber. Naturais, frescas, para mergulhar numa jarra com água ou, como estas, prontas a fazerem com que mexa na terra e as faça enfeitar recantos da casa. Gosto tanto de receber flores como de agradecer a felicidade de, de vez em quando, ver a minha vida invadida por pessoas especiais, que me conquistam sem demora, são farol em dias maus e me fazem sorrir muitas vezes. A M. é uma dessas pessoas. Tornou-se, com calma, uma das minhas pessoas. São pessoas assim a Raquel, que me conquistou pelo blog, depois pelos mails e agora por uma coisa que não se explica, o P. e a Guilhim, com quem percebi que há por aí muito boa gente na blogosfera e que há amizades que podem nascer da forma mais improvável e, ainda assim, crescer e fazerem-se gigantes no nosso coração ... enfim, tantos... Há dias em que acordar não permite sequer adivinhar o quanto a vida pode ser boa. Também há dias maus, muitos, mas agora não é hora de falar deles.

O bolo da Rosa

O meu livro de receitas ganhou mais uma. Hoje, para acompanhar o chá de antes de ir para a caminha, fiz este bolo na caneca, receita da Rosa. E gostei muito. Gostámos. A receita da Rosa deu-nos para duas canecas, uma para mim e uma para o mano. Fácil e tão bom.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Casas - continuação





Para as meninas e para os meninos. Vários. Elas, românticas. Eles, clean.

Vou contar-vos uma coisa!

Poucos sabem, mas lá em casa (dos meus pais) há uma tarefa que precisa de se fechar urgentemente, que é difícil, que é muito, muito difícil, que nos tem consumido a todos nos últimos quase nove meses, que o pai insistiu ter de fazer sozinho durante muito tempo, que gerou muitos serões de discussão, que já nos fez aos quatro chorar muitas vezes, como no domingo. Se alguém de fora avaliasse esses momentos, diria que nos zangamos, que desistimos uns dos outros. Não é verdade. Porque não desistimos, é que temos os nervos à flor da pele, é que cada passo em falso do outro nos parece um erro sem desculpa. Mas não desistimos. E, às vezes, depois de chorarmos, damos um abraço colectivo. Nos últimos tempos, um, dois anos, relembrámos (eu acho que já sabíamos) que o ter não é nada. Que um dia se pode ter tudo, mesmo tudo, e no outro se pode ter nada, ou quase nada. O ser, esse, é que distingue a massa de que são feitos os homens. E, às vezes, é quando o ser não se verga ao ter muito ou ao ter nada que somos postos à prova. Temos sido muito postos à prova. E acho que não temos quebrado. Desde ontem, há uma rotina diária em casa dos meus pais. Que dura das vinte e uma à meia noite e os reúne na mesa redonda do andar de baixo, em frente à lareira que ainda não se acende, a separar, catalogar, etiquetar, juntar e despachar papéis. Porque, apesar de tudo, nos querem poupar, como que certos que, sem culpas, há aqui papéis que não devem inverter-se, ou, pelo menos, inverter-se mais vezes: os dos pais e os dos filhos. Há dias, muitos, em que não acredito que isto acabe. Há outros, como hoje, em que o meu coração se enche outra vez de esperança.

Peço que

não me falem de escutas telefónicas nos próximos três meses. Grata.

Episódios cheios de mimo

Ainda não eram nove horas quando me sentei aqui na sala para trabalhar, depois de um pequeno almoço reforçado com um croissant com compota de amora e uma chávena de chá de erva príncipe. Trouxe o resto do bule para aqui e ele já ia a meio quando, há bocadinho, o mano aparece, despenteado, com aquele quentinho de quem acaba de acordar, o pijama ainda com as dobras da noite. Senta-se ao meu lado, diz que está frio (tenho a janela aberta), dá-me um xi apertadinho e um beijinho repenicado no lado direito da cara. Depois, com voz de sono, diz que vai voltar para a cama e dormir mais um bocadinho porque só tem aulas à tarde. Eu digo que está bem e que, se não acordar, o chamo. Dá-me outro beijinho e arrasta os pés crescidos pelo tapete da sala até fechar a porta atrás dele.

O mano é tão grande e, nestas manhãs, assim saído dos sonhos de uma noite comprida, cheira-me a bebé, tal e qual como quando se me deita no colo para o cafuné. Para a semana o mano já vai viver para outra casa...

Pois...

Há bocado:

Ele: Mana, vamos ver o CSI?!
Eu:Não posso, Kiko. Vai tu.
Ele: Mas o que é que tu estás a fazer à meia noite e meia que não pode ser interrompido?
Eu: Um Regulamento.
Ele: Ah, ok! Ainda bem que quero ser veterinário.

Nota: Done. Bem como a leitura dos dois trabalhos de Pós que me enviaram, dois requerimentos, uma carta para a Ordem, um contrato de arrendamento e um bocadinho de artigo. Agora vou redigir FAQs. Daqui a umas horas devo conseguir ir à cama. Amanhã acabo a arguição e um dos artigos (please, tempo) e saio para celebrar um contrato e fazer 5476 nicas, desde a cópia de uma chave até à confirmação do conteúdo de um curso breve. Quarta atiro-me ao outro artigo e às aulas, alternadamente. Quinta desanco o moço de manha e ameaço desancar quem ameaçar desancar a M. à tarde. E vou à depilação. Sexta dou aulas e convenço a minha Dona. G. que passar a ferro é uma coisa que dá saúde às pessoas e que aquela montanha que ali tenho é fogo de vista, aquilo passa-se num instante. Aaaiii!!!

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Dos trabalhos

Um trabalho de nível pós graduado não pode, de todo, ter como fonte a wikipédia, sob pena de, no momento da avaliação, a sua credibilidade ser francamente posta em causa. Quando, ainda assim, o autor opte por correr este risco, mandam as regras da honestidade intelectual que a fonte seja devidamente identificada. Peço-lhe, pois, que rectifique este aspecto sempre que seja oportuno, designadamente aqui, conforme http://pt.wikipedia.org/wiki/Ado%C3%A7%C3%A3o_homoparental

Acabo de escrever isto num trabalho de pós graduação que estou a ler. A minha vontade era não ler mais nada. Não posso fazê-lo. Mas não consigo ficar indiferente ao facto de ter de andar a caçar plágios rascas na net quando tenho, eu, euzinha, artigos para escrever, assim escritos de tirados da própria da minha caixa dos pirolitos, sem recurso às wikipédias da vida. Não estou furiosa. Estou indignada com o ponto a que isto chegou. Esta pessoa é mais velha que eu, seguramente. Será, com forte probabilidade, uma profissional com alguma responsabilidade. E este país, decididamente, assim, não pode andar para a frente.

Wishlist

Três ou quatro dias na Cidade Luz logo ali antes dos 30. De sexta a segunda, talvez. Estou a pensar seriamente no assunto.

Malware

Parece que aqui o estaminé também avisa as visitas que há alguma coisa errada por estas bandas. De vez em quando o tilt das pessoas passa para as máquinas. Portanto, a minha convicção é que a blogosfera, ou, pelo menos, parte dela, está com o zzta. E toda a gente sabe que, para isso, só há um remédio: tempo. Não vou fazer nada, nem apagar nada, nem questionar nada. Vou esperar. E continuar a publicar. E assim. Pode ser que ao ignorarmos o malware, ressabiado, ele enfie o rabinho entre as pernas e saia por onde entrou. Boa semana, gente.

domingo, 25 de setembro de 2011

Eu sei!

E não consigo ignorar como esse quentinho na alma e no peito pode ser o tesouro que faz a nossa vida valer tudo a pena ou a nascente da nossa tristeza maior.

sábado, 24 de setembro de 2011

Do amor e do que nem se compara com isso

Sabem quando a paixão vos bate à porta e o tempo passa e ela se amorna numa coisa deliciosa que não some?!

Das vidas

Ela: Esse, bem, esse foi o que melhor me enganou e mais desiludiu. É que eu acreditei mesmo, mesmo, mesmo, que fossem ficar juntos para sempre. Mesmo sem o conhecer, gostava do tipo, pá, apostava nele.

Eu: Pois.

As coisas que me tiram do sério

Vamos chamar-lhe Senhor T.. Pelo menos umas cinco pessoas que vêm ao blog vão identificar o Senhor T.. Pelo menos um dos meus seguidores deve ser amigo do Senhor T.. Portanto, este post entra no terreno pantanoso das pessoas que me irritam serem tu cá tu lá com as pessoas que me leem, mas eu não consigo deixar passar isto.

Estava aqui a ler um trabalho de pós graduação que estou a orientar, quando, a contragosto, levantei o real traseiro do sofá e me pus a ler um determinado livro do Senhor T. .

Ponto um: sim, eu sei que pareço tola, porque ainda tenho dois artigos para acabar, ando a ler a tese da alminha que odeia o português e agora digo-vos que estava a ler um trabalho de pós graduação que estou a orientar. Isto é tudo de temas diferentes e, portanto, pode ajudar a explicar ainda agora ter chegado de férias e há pedacito já me ter passado pela cabeça cortar os pulsos. Não inventarem os dias com 48 horas é uma coisa que me anda a bulir com os nervos.

Ponto dois: sim, eu leio os trabalhos que oriento. Assim como as teses. Sim, eu ainda faço isso. Sim, chamem-me jurássica ou então palonça, mas sim, eu não sou capaz de aceitar orientar alguém para depois lhe virar as costas e dizer que se organize sozinha. Estudei aquela coisa que manda não fazer aos outros o que nunca gostei que me fizessem a mim.

Adiante.

O Senhor T. já me tinha irritado solenemente quando o livro saiu, porque o livro do Senhor T. é sobre uma coisa que eu, modéstia à parte, ajudei a parir. Ora, uns dias antes de o livro do Senhor T. ver os escaparates das livrarias, o Senhor T. tinha estado comigo numa reunião de um dia inteiro, onde por diversas vezes se falou do tema em apreço. E o Senhor T. fez questão de tirar nabos da púcara e de pedir exemplos e de discutir e a porra e nunca, NUNCA, mas nunquinha, mencionar que o livro sairia. Comprei o livro, de braço dado com o G., ambos a espumarmos da boca e a sentirmos que nos tinham comido as papas na cabeça, mas tudo certo. Abri o livro, li meia dúzia de coisas e como me pareceu mais um ataque que uma análise, desliguei e nunca mais peguei na obra. Até há bocadinho. Estou aqui, como vos disse, a ler calmamente o trabalho da moça e começo a ler disparate atrás de disparate. E vou escrevendo comentários ao lado, a dizer que não percebo onde foi buscar aquela ideia e que não encontro fundamento legal para o que diz e que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa e ela está a baralhar as coisas. Pouso enfim a vistinha na citação bibliográfica e sinto o ritmo cardíaco acelerar-se-me. E confere. Acabo de abrir o livro do Senhor T. e comprovar que sim , que diz o que a minha orientanda, auditora ou lá como se chama, diz. E tenho uma necessidade que, neste momento, me formiga aqui nos dedos e me impulsiona a perguntar: "Mas por que razão é que as pessoas, quando não sabem, inventam?! A sério. É que não custava nada. Nada. Ligava, vinha cá, sentava-se com a malta toda, ouvia o que tínhamos a dizer e esclarecia que não, o legislador não pensou como lhe parece que terá pensado. Porque o legislador, eh pá, pronto, não é espectacular, mas também não é burro de todo. E nem é por mim, mas o legislador tem ali malta mesmo competente. Referências na matéria a nível nacional. Outro people com a mesma profissão que o Senhor T. e que, quer-me cá parecer, lhe subiu um bocado à cabeça. Só que isto não é um episódio do legislar a la carte. Isto levou tempo e fez muito boa gente sair muitos dias com a cabecinha em água do emprego.".

Era isto. Tu também és um dos que me cansa a beleza, Senhor T.. Bom para ti, seres importante. Parabéns, tá.

Provérbios by R.

Blogger que não publica, leitor que não fica a pensar coisas.
Longe do blog, perto do ouvido.
Quem se cansa, sempre pensa que é melhor não escrever.
Mais vale um post sem tema que voltarem a ser tema de post.
Quem tudo esconde, todos convence.

Hoje à noite

O que têm em comum Luís de Camões, a Padeira de Aljubarrota e a Princesa Diana? Aparentemente, nada, mas no espectáculo A Casa da Fama são os três finalistas de um reality show televisivo que promete ficar para a História, não fossem os doze concorrentes figuras incontornáveis da própria História. Portugal vai querer saber quem será o grande vencedor do concurso. Acompanhamos, assim, e em tempo real, os últimos momentos dos três finalistas na casa, vivemos e revivemos a experiência individual e colectiva destes três concorrentes, bem como dos outros que passaram pela casa. Nomes como: Saddam Hussein, Bocage, Amália, Afonso Henriques, Maria Callas, etc.

A Casa da Fama é uma paródia aos reality shows e aos seus concorrentes, fazendo um cruzamento entre a História e os tempos modernos. E o resultado é muito humor, como seria de esperar numa casa partilhada por um poeta erudito, uma padeira violenta e uma princesa que leva a bondade aos extremos.

Private joke

Kiki, és a minha inspiração!

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

...

Caminha placidamente entre o ruído e a pressa. Lembra-te de que a paz pode residir no silêncio. Sem renunciares a ti mesma, esforça-te por seres amiga de todos. Diz a tua verdade quietamente, claramente. Escuta os outros, ainda que sejam torpes e ignorantes; cada um deles tem também uma vida que contar. Evita os ruidosos e os agressivos, porque eles denigrem o espírito. Se te comparares aos outros, podes converter-te numa mulher vã e amargurada, sempre haverá perto de ti alguém melhor ou pior que tu. Alegra-te tanto com as tuas realizações como com os teus projectos. Ama o teu trabalho, mesmo que ele seja humilde, pois é o tesouro da tua vida. Sê prudente nos teus negócios, porque no Mundo abundam pessoas sem escrúpulos. Mas que esta convicção não te impeça de reconhecer a virtude; há muitas pessoas que lutam por ideias formosas e em toda a parte, a vida está cheia de heroísmos. Sê tu mesma. Sobretudo, não pretendas dissimular as tuas inclinações. Não sejas cínica no amor, porque quando aparecem a aridez e o desencanto no rosto, isso converte-se em algo tão perene como a erva. Aceita com serenidade o cortejo dos anos e renuncia sem reservas aos dons da juventude. Fortalece o teu espírito, para que não te destruam desgraças inesperadas. Mas não inventes falsos infortúnios. Muitas vezes o medo é o resultado da fadiga e da solidão. Sem esqueceres uma justa disciplina, sê benigna para ti mesma. Não és mais do que uma criatura do universo, mas não és menos que as árvores ou estrelas; tens direito a estar aqui. Vive em paz com Deus, seja como for que o imagines; entre os teus trabalhos e aspirações, mantém-te em paz com a tua alma, apesar da ruidosa confusão da tua vida. Apesar das tuas falsidades, das tuas lutas penosas e dos sonhos arruinados, a terra continua a ser bela. Sê cuidadosa. Luta por seres feliz.

S. Paulo de Baltimore, 1692

Nota: Hoje, depois de um lanche para matar saudadinhas, tão bem disposto, ofereceram-me este texto!

A minha Dona G.

A minha Dona G. não partiu nada e só isso já me faz querer dar-lhe beijinhos. Ouviu as minhas recomendações com atenção e a prova está à vista. Limpou o chão de madeira com o pano e o da casa de banho, da cozinha e das varandas com esfregona, pôs toalhas lavadas nos toalheiros, mudou a água das flores do vaso da sala, fez a cama de lavado bem feitinha (fui verificar e os lençóis estão esticadinhos e a dobra nem é demasiado grande, nem demasiado pequena), limpou os vidros e passou a ferro. Está aprovada. Deixou-me uma moeda de cinquenta cêntimos, que deve ter encontrado no chão (é a mania do mano de andar com moedas nos bolsos a dar sinal), em cima da secretária e deixou os baldes do lixo da casa de banho e da cozinha com sacos novos. Não ficam os objectos exactamente como estavam, mas eu reconheço que sou niquenta e às vezes mudo as coisas por centímetros, só porque acho que fica melhor assim. Resumindo e concluindo, vou abrir os cordões à bolsa mas pode ser que não me arrependa. Confesso que chegar a casa e ter tudo a cheirar a lavadinho é uma sensação de que gosto muito e que já não vivia há quase dois anos. Tirando o facto de me tratar por Dra. R. e não por menina (como a nossa F., que vai a casa dos meus pais), a minha Dona G. é foffi e recomenda-se.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Verdades e assim assim

Amanhã é o primeiro dia da empregada cá em casa. O medo é uma coisa que me assiste.

Dos melhores elogios que recebi nos últimos tempos

"A sua sala é tão acolhedora. Faz-nos sentir como se fossemos da casa."

By mum da M.

O cabo dos trabalhos

Comecei a preparar a arguição de uma tese que tenho de fazer na próxima semana. Não consigo concentrar-me no conteúdo. Não consigo. Eu tento, a sério. Mas não consigo. A forma é tão má, mas tão má, mas tão má, que dei por mim a cortar vírgulas, a meter vírgulas, a fazer parágrafos, a substituir expressões, a corrigir palavras. Estou com dores de cabeça tal o esforço para tentar limpar o texto. Acho que enquanto não fizer isso, não vou conseguir ler a tese com olhos de arguente e propor-me discutir assuntos a fundo. Não dá. Só me apetece escrever na primeira página "Não entendo nada. Isto está um pavor. Lamento.". Será que posso?! Será que posso chegar lá quinta feira e passar pelo menos metade do tempo que tenho para arguir a bater no moço por não saber escrever?! Será que posso?!

Verdades e assim assim

Se há coisa a que ainda não me habituei, foi ao silêncio do meu telemóvel horas a fio.

50

Nunca foi uma preocupação minha e continua a não ser. Como já muitas vezes aqui disse, o poraquipasseieu é o meu diário a céu aberto. Há dias em que reconheço que ler-me deve ser tão interessante como pregar botões, mas, enfim, 50 é um número giro. Somos meia centena, pessoas. Somos bués. Espero que, pelo menos de vez em quando, consiga arrancar-vos um sorriso, por-vos a pensar melhor em alguma coisa ou fazer-vos sonhar. Se ao longo destes quase 3 anos de blog puder dizer-se que ajudei alguém, então, sou uma rapariga muito happy! Um dia, quando tudo por aqui forem ensinamentos úteis, fotografias de sonho, relatos de viagens inesquecíveis, receitas de comer e chorar por mais, prosas inspiradas e tuditudi, acredito que ainda chegamos aos 500 e depois aos 5000 e assim. Adoro o número 5. Já sabem. Obrigadinha a todos. Parabéns a nós.

Casas - continuação

Não gosto de casas com passadeiras a tapar os tapetes bonitos. Não gosto de salas fechadas para abrir apenas na Páscoa. Não gosto de lareiras que só servem para enfeitar. Não gosto de anexos que substituam as casas. Não gosto de arcas fechadas com tolhas de linho que não se usam e lençóis que nunca se acomodaram a uma cama. Não gosto de flores artificiais para não darem trabalho. Não gosto de loiças compradas para uma ocasião especial que nunca chega. Não gosto de proibidos nas garrafeiras, aguardando datas que ninguém podem assegurar que se perfaçam. Não gosto de coisas que remedeiam. Não gosto de copos dos 300 quando há serviços completos de cristal lá ao lado. Não gosto de talheres com cabo de plástico. Não gosto de chás servidos nas mãos, porque o tabuleiro é pintado à mão e pode estragar-se. Não gosto. Eu gosto das casas onde cada espaço e cada objecto cumpre uma função, numa espécie de engrenagem essencial em que não há supérfluos. Eu gosto de tudo o que desbota porque se usou. Eu gosto de tudo o que se partiu a ser usado. Porque me faz uma confusão sem tamanho viver pior e com menos beleza os dias todos, à espera de um grande dia. Simplesmente porque estar vivo devia fazer de qualquer dia, um dia abençoado. Sei que não é fácil. Mas não custa irmos tentando...

Dos meus dias

Hoje já não houve sumo de laranja natural ao pequeno almoço. Hoje o pequeno almoço foi uma fatia de pão de sementes com doce de abóbora e chá quente. O Verão foi-se embora das minhas manhãs e eu não tenho pena nenhuma.

Verdades e assim assim

Ando a cancelar actividades nas Finanças.

O motivo é bom. Mais desenvolvimentos nos próximos tempos.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Mimos


Hoje recebi esta flor. E lembrei-me da frase que a minha professora de português do 12.º ano escreveu no fim de um teste "Tem sempre algo de belo diante dos teus olhos, nem que seja uma flor num velho frasco de compota." Adorei. Porque o essencial é quase sempre tão simples como esta imagem.

O Outono...


está quase, quase aí!

O tempo que passa

Hoje fui ao Centro de Cópias onde ia sempre quando andava na faculdade. Passei, naturalmente, na papelaria lá ao lado, onde comprava os filmes da Heidi e do Marco para o meu irmão pequeno, os lápis e canetas, as folhas pautadas e o jornal, papel de embrulho e romances. Passei para dar um beijinho à Dona L. e ao Senhor F.. A Dona L., que não me via há uns cinco anos, lembrava-se do meu nome, deu-me um abraço apertado, perguntou pelos meus pais e deitou as mãos à cabeça quando expliquei que tinha ido levar umas coisas do mano para fotocopiar. Coisas do mano que era caloiro. O Senhor F. ficou muito espantado a olhar para mim. Disse que os estudantes às vezes se atiram dos Arcos de Jardim e morrem e que são tolos. A Dona L. deixou cair duas lágrimas e disse-me ao ouvido que o marido morava agora num mundo só dele. O Senhor F. então virou-se para mim e pediu que lhe perguntasse se não se lembrava de mim. Engoli em seco e fiz-lhe a vontade. Confessou que conhece todos os malucos do Mundo e deu uma gargalhada. O tempo passou por ele, levando-o sem o levar. Tive de parar uns minutos com a cabeça sobre o volante antes de ligar o carro e seguir para o resto da minha tarde. Há coisas que nos relembram a todos que o Mundo não pára. Que o tempo não dá tréguas. Que o dia de hoje não volta mais. Aquela doença é uma delas. E custou-me muito ver assim o homem que às oito da manhã dos muitos dias de aulas de cinco anos seguidos me disse bom dia enquanto eu subia em direcção à faculdade e ele abria as portadas da loja. Custou-me mesmo muito. E lembrei-me outra vez do que andava a fazer há um ano atrás...

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Blue addict


Só nos pés, mas gosto bués muito.

Mai nada!!!

Mano

Ontem, quando chegou com o cabelo e a roupa a escorrerem caramelo líquido, encontrou-me na cozinha a grelhar peixe. Mais propriamente, robalos. Antes de tomar banho e perante os meus comentários de "a vossa praxe é um doce", pediu com jeitinho "oh mana, já não me livro do peixe e não... podes fazer arroz, então?! Isso com batata cozida dá para me dar aqui uma coisinha má!". Que ia pensar no assunto. E, uns quinze minutos depois, chamado para a mesa, tinha arroz de colorau à espera. Arroz de colorau era o que a minha avó de baixo me fazia com peixe frito. Eu nunca faço peixe frito, por isso ponho-o a acompanhar o grelhado. Adorou. Estava nervoso. Tinha duas sacadas de fotocópias para por em ordem, de nomes tão esquisitos como histologia. Lavei a loiça, arrumei a cozinha, tomei banho e fui trabalhar. Eram umas onze da noite quando, devagarinho, se vem sentar aqui ao meu lado e me diz que tem um desafio para me propor. Olho para ele e de lá ouço "Queres ver um filme de rir e comer pipocas, mana?!". Pensei uns 30 segundos. Desliguei o computador e deixei-o a escolher o filme, na lista dos do Meo. Uma coisa que não me exija pensar, pedi. De volta à cozinha, peguei num tacho médio, pus um fio muito pequenino de óleo no fundo e despejei lá para dentro um bocado de milho de pipoca. Liguei o fogão e não foi preciso esperarmos muito para começarmos a ouvir o milho a rebentar nos flocos branquinhos a que as minhas tis ainda chamam falocas. Quando acabou o barulho, desliguei o fogão e distribui as pipocas por duas taças. Cada um temperou a gosto a guloseima com açúcar. Deitei-me no sofá. Ele, na carpete. Pusemos o filme a dar. Ainda a história não tinha começado quando o mano me diz "Se amanhã dissesse aos meus colegas que a minha mana me tinha ido fazer pipocas às onze da noite, ia ficar conhecido pelo caloiro menino, o apaparicado da maninha." E rimo-nos. E ele disse "Lov u" e eu respondi "Me too".

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Homens

Desacreditei-me neles. Tenho uma pena sem tamanho, mas desacreditei-me neles. Levou tempo. Contestei com força o veneno estéril que me ia fazendo desacreditar neles, mas o tempo que dei ao tempo só me fez desacreditá-los ainda mais. Não vou deter-me sequer nas excepções porque, a existirem, notem, a existirem, não passam disso: excepções. O que mais por aí ciranda não são excepções, são uma raça de homens que me fez desacreditá-los contra tudo o que uma alma de princesa sonhou para a vida. Sucessivamente, foram tomando conta do meu tempo os episódios sofridos e os relatos amparados que me fizeram desacreditar neles. Os homens bons praticamente não existem. Mais. Tenho a impressão que os homens bons começam a ter alguma vergonha de o ser. Olhados de lado, não raro rotulados de tótós, uns fracos, dizem os outros. E os homens bons, se existem, vão-se escondendo e vão escolhendo homens maus para modelo. Os homens, como se espera encher a palavra de força, subtileza, garra e amor, morreram. Não vingaram. Sumiram. O que sobrou deles fere de morte quem lhes dedica as atenções e constrange quem foi insistindo que ainda havia homens, que da próxima é que seria. Não falo por mim. A minha revelação devo-a mais aos homens a quem nunca me dei que aos outros, que me moeram sonhos e os fizeram pó no vento. Há meses que os homens se me vão morrendo na crença. Primeiro um, depois outro, a seguir um diferente, todos. Os homens, estes, transportam no peito a imponente angústia de não saberem ser ainda piores, mais cruéis. São muitas coisas, mas nenhuma os define tão bem como dizer que são maus. Os homens, estes, não amam ninguém. Nem a eles. O que não me dá pena. Só me faz desacreditar mais ainda. Tenho pena dos tontos, mas estes não são tontos. São mesmo maus. Cansaram-me a beleza. E agora, desacreditei-me neles. Estes homens insultam, desrespeitam, ignoram solenemente, manipulam. Estes homens jogam um jogo que nenhuma mulher apaixonada sabe jogar. E eu só sei ser uma mulher apaixonada. Por isso, saí de jogo. É que eu desacreditei-me nestes homens que fazem as mulheres a quem fizeram juras de amor chorar dias inteiros, semanas inteiras, meses inteiros. E estes homens cagam de alto para isso. Estes homens não são homens, nem com letra minúscula, e por isso é que eu me desacreditei para sempre. Os homens já não se distinguem por serem altos ou baixos, gordos ou magros, morenos ou loiros, virados para as ciências ou com queda para as letras. Os homens ou são homens ou são os homens de que me desacreditei. E eu não tenho encontrado dos da primeira hipótese. As mulheres podem ser também muitas coisas e podem até fazer sofrer um por outro dos homens, mas os meus últimos meses têm-me provado por A+B que no jogo das maldades perderíamos sempre. Estes homens que se levantam de manhã e caminham pelas ruas do mundo têm pedras a encher-lhe a parte esquerda do peito. E sempre que vertem uma lágrima, posso apostar que engendram uma patifaria pior que a anterior. Eu não sei quase nada. Sei que era azar de mais estar rodeada de mulheres inteligentes, bonitas, honestas, trabalhadoras, simpáticas, boas amigas e boas namoradas ou mulheres e terem calhado em sorte os trastes todos a quem conheço. Tal como a fruta podre, estou convencida que até podem ter começado por ser poucos os maus, mas que contaminaram inapelavelmente os outros. Por isso, são todos fracos. Uns porque sim. Outros porque não se impõem para que não. Os homens a sério não existem. Os príncipes morreram. E, contra toda a racionalidade, deixei de me perguntar porquê. Rendo-me, estafada, à evidência de que não merecíamos. Mais nada. É isso.

Os homens

Falo-vos deles mais logo.

sábado, 17 de setembro de 2011

Verdades e assim assim

Hoje pedi a uma pessoa que tomasse conta de ti, que te amparasse nas horas piores, que te ouvisse os desabafos mais doídos, que te dissesse que tudo acabará bem, que não contasse o tempo quando te desse para falar da vida. Não o fiz por ser melhor que tu. Fi-lo por ser pior. Não estou descansada. Sem eu querer, preocupas-me. E precisava de acabar com isto. Talvez seja uma cabra egoísta, mas preciso de continuar na rota da minha paz.

Sushi

Primeiro estranha-se. Depois entranha-se. Mas entranha-se tanto, tanto, tanto, que comi até não poder mais. Comemos. É oficial: sou um bocado viciada em sushi.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Hoje. Agora. Porque sim.


Em breve, perceberão :)

Pequena R. pede ajuda ao leitor

Imaginem que eu podia começar a publicar textos originais ou então já publicados aqui no blog num determinado jornal. Imaginem que isso seria uma espécie de "croniqueta" semanal ou quinzenal ou até mensal. Imaginem que não se trata de tentar ser jornalista, mas antes de "deitar cá para fora" ou, como costumo dizer, "mandar bitaites". Imaginem que isso seria possível. Imaginem. E digam-me se acham que pode ser boa ideia e quais os três textos de todos os que já existem no blog que escolheriam para correr por aí na imprensa escrita. Conto convosco!

Dedicação (quase) exclusiva


Depois das visitas marcadas, fiz o almoço. Quando chegou da Faculdade, tinha carbonara e sumo de laranja (natural espremido da fruta) à espera. Quando viu, agradeceu com um xii quentinho e uma festinha no meu cabelo. E então fizemos o que fazemos muitas vezes. Eu disse "Lov u" e ele respondeu "Me too"! Agora foi de fim de semana e eu fiquei a queimar pestanas. Mas deve ser isto ser a mana mais velha.

Coisas do meu país

Sim, sim, T3. Pois, estudantes. Sim, sim. Dois rapazes e uma rapariga. Sim, sim. Não. Medicina, Biologia e Veterinária. Pois, pois. Não, não. São certinhos. Ah, sim. Celas é ideal. Não, não. O rapaz que vai para fora da cidade tem carro. Pois, pois. Mobilado. Muito bem. Não é velho, não. Está remodelado, sim, sim. É, é. Pois.

E tem contrato de arrendamento, suponho.

Ah, não. Isso é difícil de fazer, é uma confusão.

Ah, não é nada. Não se preocupe. Eu sou advogada e redijo uma coisa simples que, naturalmente, pode posteriormente submeter à apreciação de alguém de confiança.

Ups.

Estou desde as 9h a agendar visitas!

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Os homens também são indecisos

Este mês, tenho o mano, recente caloiro, a viver comigo. Depois, irá viver com dois amigos. Hoje terá a sua primeira saída nocturna. E esteve uma boa meia hora aqui na sala com indecisões de farpela. Depois de muitos "hã, hã", "sim", "também está bem", "fica fixe, fica", vira-se para mim e diz "Oh mana, pára lá com o computador (estou a ver se acabo um artigo) e olha para mim em condições". Parei tudo. Vai mesmo giro, o puto. Não é por ser meu irmão, mas cheira-me que é gajo para, a partir de hoje, começar a deixar muitas coimbrinhas sem ceia. Ai pá... está tão grande, o garoto!

Verdades e assim assim

Neste lugar estava outro post, pois estava, mas agora está este que a outra cena já não me assiste :)

Gosto de

leques.


Amo. São dos meus poucos objectos de culto. Aliás, não sou muito de colecções, mas há coisas de que gosto tanto que quase se pode dizer que faço colecção. Ainda assim, as únicas duas colecções que posso assumir enquanto tal são de leques e de livros do Principezinho em várias línguas.


Ando sempre com um leque na carteira no Verão. Sempre. E uso-o. Não acho nada pedante usá-lo e já deixei de ligar aos comentários que apontam para o snobismo do gesto. Uso o leque como uso cinto, brincos, relógio... enfim, como um acessório. Adorava ter um leque personalizado, mas nunca encontrei um sítio onde me fizessem essa vontade. De qualquer modo, em Madrid, entrei numa das mais antigas fábricas/loja dos tradicionais abanicos e perdi-me a olhar para todos. Os de renda, de que não tenho nenhum exemplar, os de madrepérola, os de aguarela, enfim. Não resisti e trouxe um, de cerejeira pintada à mão, para a minha mãe. Tive muita pena de não comprar mais um para mim, mas quem é apreciador de leques sabe que são um objecto caro. Muito caro. Nunca menos de 60 euros pelos mais simples e com valores que pode chegar às centenas. Portanto, tinha de optar. Ou trazia mais um para mim ou oferecia um novo à minha mãe, que tinha perdido o dela. A opção não foi difícil.


Adoro, adoro, adoro leques!

Dos trabalhos

Ontem tive uma reunião onde informei que não renovaria um contrato como docente e ouvi que têm muita pena e que as portas estarão sempre abertas, que entendem que o doutoramento tem, agora, de ser a prioridade, mas que no futuro gostavam que voltasse a trabalhar com eles. E foi... um bocado bom ouvir estas coisas, não nego!

Hoje recebi a notícia de uma vitória profissional enquanto advogada. Andava desligada destas vidas há muito tempo e não tenciono voltar para já, mas esta vitória, bem... esta vitória soube-me pela vida. Quem sabe do que se trata pode imaginar. Aqui, agradeço à C. ser a mensageira da boa nova e tudituditudi. Está combinado que se me der para voltar às lides do foro, ainda um dia fazemos sociedade :)

Pequena R. é...




um cupcake! Ou "os meus amigos são um tanto estranhos mas não os troco por nenhuns outros :)".
Há dias, cheguei a casa da D. e do G. e tinha este mimo à espera. Um lipgloss. De repente, resolvem esclarecer-me: "Para nós, és um cupcake!".

A minha tarde de ontem...












em muito boa companhia.
Quinta das Lágrimas e Parque Verde Mondego

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Verdades e assim assim

De cada vez que a M. me diz que o F. perguntou por mim, lembro-me de todos os autocarros que deixei passar.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Fim de semana

Família. Amigos. Sotaque. Havaianas. Doces. Salgados. Gargalhadas. Skype. Noivado. Abraços. Caracolitos. Safado. Queijada. Gordinho. Irmã. Florbela Espanca. Cura. Leitão. Londres. Malas. Chapéus. Lenços. Gi. Hard Rock. Festa. Sono. Madrugada. Conversa. Jardim. Casa. Estrada. Sono. Boticário. Reza. Brasil. Cancro. 30. Bacalhau. Uva. Matinho. Fotografias. Lágrimas. Alegria.

Este fim de semana, tive a G. em casa.

Verdades e assim assim

Peguei no saco do meu irmão. Tirei-o da mala do carro e trouxe-o até dentro de casa. Neste momento, pondero outro ben-u-ron.

domingo, 11 de setembro de 2011

Setembro... o onze.

Das nove ao meio dia tinha ficado fechada na sala três a fazer exame escrito de Teoria Geral do Direito Civil para subir o catorze que vinha de Junho. Voltei de comboio. A minha mãe é que foi buscar-me à Estação. Quando chegámos a casa, porque ainda não tinha começado as aulas, disse-me que ia ler um bocadinho. Estava para deitar-se na espreguiçadeira do jardim quando começou a chover. Entrou pela porta da cozinha e disse que ia para o quarto. Eu estava a acabar de almoçar. Salada de grão e bacalhau. Só queria paz e sossego. Como sempre a seguir a uma prova, sentia-me exaurida de todas as forças e as minhas pernas pesavam chumbo. Arrumei a cozinha e deitei-me no sofá. Liguei a televisão baixinho. E vi as imagens do primeiro avião a bater. Pensei que tivesse dado alguma coisinha má ao piloto e tive muita pena daquelas pessoas. Quando vi o segundo ir pelo menos caminho, levantei-me e corri até ao quarto da minha mãe. O livro ficou em cima da cama. Até de madrugada, não tirei os olhos da televisão. Houve muitos telefonemas. Uma data que nunca se esquece.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Facebook

Não consigo gostar daquilo. Mais. Admito bem mais contar coisas da minha vida aqui, mesmo sabendo que muita gente que me lê me conhece, que lá. Não consigo gostar daquilo. E até já me passou a mini piada que lhe achei nos primeiros dias. Neste momento, não ligo à coisa, é o que é.

M-o-r-r-e-u

Passava das seis da tarde quando o meu computador mooooorreu! Assim. Morreu. Finou-se. Respirei fundo umas 20 vezes e acreditei que tudo não passasse de mais um episódio do maniento, que desde há meses precisa, de tempos a tempos, que lhe desligue o transformador e volte a ligar. Nada. Morrido de morte morrida, sem qualquer intervenção da minha parte, o que afastava o espectro da morte matada. Respeito-o religiosamente e das 5673 vezes em que já quis comprar um computador novo, a verdade é que a maior parte das vezes nem foi a falta de liquidez a adiar a decisão, mas a resistência à mudança e a certezinha de que, para mim, nos computadores, como nos carros, o que conta é que funcionem. Se são novos, lindos, fininhos, topos de gama, must have da estação ou o raio, interessa-me tanto como a liga de futebol da Arábia Saudita. Semi refeita do choque inicial, ligo ao mano. O mano informa que a coisa só se resolve com uma bateria nova ou um transformador novo. Eu choro. Baixinho. O que prova mais sofrimento que o pranto. Enfio uma farpela mais decente que calças de ginástica e t-shirt com uma nódoa de papaia, pego no defunto e na carteira e vou à capital de consumo cá do burgo. Entro na Worten e os dois minutos em que espero que o menino me atenda parecem-me várias horas. Finalmente, com os olhos rasos de lágrimas, explico ao menino o que se passa. Ele informa que baterias não vende. 50% das minhas hipóteses fora de jogo. Vai buscar o transformador universal que vendem e anuncia-me o preço com algum pudor. Eu aceno que sim, convicta, lá bem no fundo, que, em caso de emergência, lamberia o chão da loja um mês inteiro para pagar o que me pusesse o bicho a trabalhar. Das nunca menos de 50 hipóteses de entradas, há uma, amarelinha na ponta, que encaixa e que, ligada à corrente, traz o petiz à vida. As lágrimas que se continham na barragem de cada pálpebra jorram pela cara abaixo enquanto digo ao menino que nunca me senti tão tentada a ser do Beira Mar. Ele diz que é preciso fazer cópias de segurança todos os dias e eu culpo-me pela negligência como quem sabe que as dietas não incluem hidratos de carbono mas aposta que um pãozinho com manteiga aqui e ali não aquenta nem arrefenta. O menino pergunta se tenho ali muitos dias de trabalho. Eu lembro-me que de vez em quando faço cópias mas nunca as organizo suficientemente bem para poder ignorar que a verdade é que... a minha vida mora neste computador. Da tese de mestrado às aulas, aos exames, às fotografias de uma vida, aos artigos, às músicas, filmes e apontamentos soltos, às receitas da Mafalda Pinto Leite, às mensagens que durante anos troquei com algumas pessoas, ao projecto de doutoramento e ao que fui escrevendo nele depois disso, aos documentos todos de trabalho da minha mãe e a tudo o que é matéria jurídica da empresa do meu pai, a minha vida mora aqui dentro. Este computador não foi o meu primeiro, mas antes dele usava o computador para muito poucas coisas que não fossem lérias. Estive aqui a pensar e o meu computador terá uma meia dúzia de anos. Não é de marca nenhuma, não é bonito, tem a bateria viciada desde quase sempre, pesa como chumbo, mas é um bom amigo. E, como aos bons amigos, é penoso imaginar deixá-lo para trás. Mas acho que preciso, muito em breve, de lhe dar o descanso merecido depois de uma longa vida de muito trabalho e farra à séria.

Arraialeira


Já disse que se dançou até de manhã no sábado?! O hotel estava fechado para o casamento e era no meio do nada. Quando deu esta música, pusémo-nos em fila e cantámos até nos doer a voz :)

Mano

Anatomia são 1500 páginas em francês, mana. Em francês. Tu sabes que eu não gosto de francês. Aiiiii... mana!

Maaaaanaaa?!... Terça aprendo os músculos do cão que se cortam quando temos de lhe amputar uma patita depois de um acidente. Não é giro, mana?!

P.S. Este mês, tenho-o cá em casa. É a loucura. Isso e um gasto de água nunca visto quando lhe calha a ele lavar a loiça.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

O regresso ao trabalho

está a ser do caraças. Descobri que posso ir descansadinha que ele não foge para lado nenhum. O traste.

Diz que sim, vamos ver!

Diz que, em Junho de 2012, os tugas de Pavia de 2003/2004 têm encontro marcado na Strada Nuova. Diz que foi um bocado difícil compatibilizar as agendas de juristas de cá e de lá, com a de médicos que guardam as férias todas de não sei quantos anos para passarem uma temporada no Perú, cientistas que moravam em Espanha mas agora estão de malas aviadas para Manchester, economistas que rumaram a Nova Iorque e Engenheiros com pontes a cargo em Macau. Vamos ver.

Verdades e assim assim

Itoportunhol - idioma falado numa mesa de convidados para um casamento e que é composta por portugueses, espanhóis e italianos.

Itoportunhol dá para rir. Acompanhado de abraços de saudades de dez em dez minutos e baile até às seis da manhã, itoportunhol dá ares de linguagem gestual descoordenada no dia seguinte.

Madrid em imagens