Gosto da R. Ela é um quase
constante jorrar de emoções, um turbilhão nem sempre controlado. Por vezes
parece que sente as coisas de maneira mais forte que qualquer outra pessoa,
quase mais forte que o Mundo todo. O seu corpo nem sempre consegue conter
aqueles sentires todos e então tem que escrever ou falar, tem que rir, chorar,
abraçar, tem que ser a R. no fundo.
A R. tem uma inteligência que não
se ganha só nos livros, parece que dentro dela habita uma entidade milenar com
saberes extensos e variados, muito para além do que a sua juventude poderia
pressupor. Os seus conselhos por vezes até magoam quem os recebe, não por serem
maldosos ou malcriados, mas por ela os fazer parecer tão óbvios e eles se
revelarem tão certeiros que o recetor se sente quase uma criança que precisa de
ajuda e orientação em todos os passos que dá.
Gosto da R. porque ela se engana,
mas admite que se engana e não acha que pedir desculpa a diminua de alguma
forma. A R. às vezes não valoriza tanto como devia o seu trabalho, os seus
esforços, os seus reconhecimentos, é uma modesta genuína como se encontram
poucos neste Mundo, claramente mais orientado para reconhecer quem se publicita
em vez de quem realmente faz.
A R. tem alguns sonhos por
concretizar, sonhos daqueles grandes, de uma vida, e eu sei que ela os vai
concretizar todos, não por causa daquele lugar-comum do vão acontecer porque ela
merece (e merece mesmo); vão acontecer porque ela os vai fazer acontecer,
porque ela não vai desistir enquanto não estiverem cumpridos e depois vai
arranjar sonhos novos. Porque a R. é assim, acha que a vida é bela e que
devemos espremer todo o seu sumo, sem deixar escapar qualquer gota.
Gosto da R. porque ela é muitas
coisas que eu não sou e gostaria de ser.
E pronto. Foi a pessoa que escreveu. E é das coisas mais bonitas que já me escreveram na vida. Exagera, mas afaga a alma... e há alturas em que nos sabe ainda melhor que nos afaguem a alma. Gostiiiii :) E não, não adorei só. Amei mesmo.