Mestrados cresceram cerca de 600 por cento
Nada de apologias de "no meu tempo é que era". Nunca gostei que me dissessem isso a mim. Tento não o dizer a ninguém. A não ser que se trate de uma situação verdadeiramente escandalosa. Esta é. O meu tempo foi há meia dúzia de anos. Não importa. A mudança, a reviravolta, a bomba... é bem mais recente. Sem esparguete. Podia ter sido um passo de gigante em direcção a uma coisa tão melhor... Não foi. As aulas práticas continuam a ser frequentadas por 200 alunos. Os professores continuam a não poder aderir ao modelo da avaliação contínua. Ao todo, há dois anos, havia 837 alunos inscritos na minha cadeira. Três pessoas a corrigir. Orais obrigatórias para mais de metade daquela gente. Chumbos directos a reclamarem umas 7 ou 8 épocas especiais de exame. Enfim... o caos. Lembro-me de 5 semanas seguidas a 18 orais por dia, cinco dias por semana. Chegámos ao fim e aterrámos. Não havia hipótese. Sonhava com perguntas para as melhorias. Tinha de ler 3 ou 4 vezes um acórdão para retirar a questão controvertida. Mas isso não é o pior. É mau. É péssimo. Mas não é o pior. O pior são as teses tiradas do google e da wikipédia. As introduções de 10 linhas e as conclusões que começam por "É assim". Isso, meus amigos, é que é pior... Tão pior que há quem nem acredite. Mas é verdade. Eu vejo... ninguém me conta.
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