quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Cada cavadela, cada minhoca

De manhã estava frio. A areia estava molhada. Decidimos bater perna.

Entramos numa loja e a minha mãe decide que quer comprar umas sandálias. Experimenta 20. Insisto 20 vezes que as primeiras são as mais giras. Estava decidido. Iam as primeiras. Já ao balcão, a mum lembra-se de me pedir que lhe chegue só mais aquelas. Suspiro e acrescento que "Por favor... aquelas não... são um bocado pirosas." Armada em engraçada e não contente, reincido e digo para a dona "Desculpe lá, mas são... Mas pronto... a senhora até pode ter umas iguais...". Ouço-a, já esforçando-me por escavar um buraco no chão, que sim, é verdade, tem mesmo.

Saímos dessa loja e entramos noutra. Vou distraída com um saco da montra quando sou abraçada e rodopiada por um homem alto e giro, muito boa figura, que me trata pelo diminutivo, associado a um "linda". Olho para ele e transfiguro-me em atrapalhação. Conheço-o, mas não sei de onde (familiar, esta cena, não, caros leitores?!). Como ele continua a mostrar a sua emoção de me ter encontrado, não consigo disfarçar mais e digo, envergonhada, que sei que o conheço, mas esta minha cabeça, valha-me Deus, não sei de onde. "Muitas fotocópias" é a resposta dele, que continua a passar-me a mão pelo rabo de cavalo e a perguntar-me a minha vida toda. Acredito que vou recuperar em segundos daquela amnésia e faço conversa de circunstância. "Ah, pois, fotocópias." A cena dura dois minutos. Não aguento mais. Já a matemática era assim... não conseguia ficar com dúvidas... Viro-me e digo "A sério... desculpa... mas é que eu não estou ainda a conseguir situar-te num cenário de fotocópias da minha vida... Help." Ri-se. Eu penso que, pronto, foi o gajo que me levou os apontamentos de administrativo para África e nunca mais voltou (tive de estudar pelos apontamentos da Xana), será o menino de onde pus a tese a fotocopiar, ou alguém da secção de textos... Não estou a ver. Conta-me tudo como se eu fosse muito tótó (Ricardo, não te atrevas a dizer outra vez que achas que o adjectivo está muito bem aplicado!). Era o terceiro menino da secção de textos. Vejam bem. Saiu há seis anos. Eu também. Lembro-me dos outros dois, não me lembrava dele. Coro feita parva. Pergunto finalmente coisas com nexo. Casou, está feliz, estava de férias. Tudo bem. Damos um abraço final e ele volta a chamar-me pelo diminutivo. Eu devo ser muito espalha brasas... o menino da secção de textos trata-me pelo diminutivo seis anos depois de nos termos visto pela última vez...

9 comentários:

  1. estava tão entusiasmada a ler o post até k chegou a parte do "casou!"... nunca nada é perfeito! Isso poderia ser um encontro imediato que desse frutos... triste sina!

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  2. Estás desactualizada! Precisamos mesmo de por a conversa toda em dia!

    Quanto ao moço, no clic. Never. Mas pronto... é giro. E eu posso ter amigos giros, não posso? Sabes bem que não é por aí que a coisa se compõe :) (Lembra-te sempre que não me animo com nadadores salvadores, Brad Pitts e gente do género...)

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  3. É óbvio que podes ter amigos giros e inteligentes! :p

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  4. Eu não queria estar aqui a lançar boatos amiga... e é claro que podes ter amigos giros! Desactualizada?? Bem, não me digas que já ha por aí desenvolvimentos novos??!! Será como naquele anúncio? "Só falta um bocadinho assim??!!" quero saber tutti tutti:):)

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  5. Por agora, falta que eu me recomponha do susto!

    Oh, valha-me o Criador...

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  6. do susto?? Agora fiquei com um nó no cérebro!!! estás a falar deste post ou do recente, sobre o tal convite de facebook?!!!

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  7. Sobre o convite, amiga... sobre o convite...
    Beijinho :)

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  8. certinho... mas isto n pode ficar por aqui que constinuo sem saber quem é a personagem! Para a semana cafézinho pra por a conversa em dia!!

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