quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Da memória

Num dia que não lembro de Maio de 2003 o meu carro quase pegou fogo na Ladeira do Seminário. Estava tanto calor que parecia que Coimbra era um gigantesco forno humano. Estive, durante horas, com a X., na fila para os bilhetes do Jantar e Baile de Gala, enfiadas com mais que as mães no segundo andar da Associação. Sentadas no chão há um bom tempo, percebemos que não tínhamos a mesa completa. Nem eles. Eram quatro. Dois eles e duas elas. Finalistas de medicina. Mas teste superado. Não tinham a tão falada p#$& da mania e quase parecia que tinham faltado às aulas de Peneirice I e II e ainda de Anatomia Peneirenta III. Não eram pares. Eram um grupo de amigos. Como nós. Menos mal. Sons repenicados e lambuzanços não apeteciam por aí além. Ficou combinado. Foi das melhores noites. Diverti-me tanto, tanto, tanto. Acabei a dançar descalça com um deles, o R. Era o mais giro. Saiu-me a sorte grande, diga-se. Tenho fotos de fazer inveja dessa noite. Ficámos com os contactos. Cruzámo-nos nas noites seguintes. Foram dar-nos um beijinho no dia do Cortejo e fizeram reportagem fotográfica ao nosso carro da queima. Anos mais tarde, cruzei-me com o outro ele do grupo nos HUC. Não me lembro bem, mas pode bem ter sido numa das muitas vezes em que torci um pé e convoquei meia ala da ortopedia para se comover com quem "Não quer muletas, não, não. Não sei andar nisso, não sei. Porto-me bem, a sério que sim. Nem ando. Vá lá. Vááááááááááá lááááááááááá." Tenho-me lembrado deles. Não sei porquê. Mas tenho. E de como era muito bem pensado marcarmos um Baile de Gala um ano destes para repetirmos as graçolas. Com Nuno Guerreiro e tudo.

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