segunda-feira, 12 de março de 2012

Dos medos que doem

Pensei muito se devia escrever este post ou não. Talvez por não ter conseguido chegar a uma solução totalmente confortável, deixo-o pela metade, como um tópico por desenvolver. Há medos irracionais, há medos que não sabemos de onde nos chegam, há medos que nos doem só de nos lembrarmos deles. Quem sonha ter filhos e faz 30 anos sem ter o primeiro, sem perspectivas de o vir a ter, com a vida numa salganhada tal que parece que este é um projecto para ir adiando, não pode ler sobre este assunto sem que se lhe forme um soluço na garganta. Porque sim. Porque há medos que uma pessoa não explica. Este texto, a primeira coisa que li hoje quando acordei, paralisou-me do princípio ao fim. Com as pernas à chinês, no sofá da sala e ainda em pijama, chorei sem conseguir dizer-vos exactamente porquê. Mas é que há medos que uma pessoa não explica, já vos disse. O texto é da Sónia Morais Santos. A Sónia tem 3 filhos. E a Sónia fala deles como se a vida lhe valesse a pena toda inteira em cada um. Tudo, porque deve ser mesmo assim. Aquilo de que fala este texto é como uma bala disparada sem querer e que percorre o mundo escolhendo alvos, perfurando almas, entrando pelo coração e saindo pelas costas à procura de outra vítima. E há medos que uma pessoa não explica. Este, é um dos meus. 

Este post não está aberto a comentários e é de propósito. É um post que escrevo aqui porque sim, mas que está escrito como se fosse para guardar no fundo de uma gaveta que quase nunca se abre.