terça-feira, 3 de maio de 2011

Vou contar-te uma história

O teu pai escondeu durante anos o quanto desejava ser pai. Ou melhor, dizer que o escondeu não fará justiça ao que ele sentia. Acho que a verdade é que foi deixando passar os anos, numa inércia inexplicável para se sentar, ouvir o coração e seguir em frente com os horizontes redefinidos. Quando ela apareceu, não foi capaz de a segurar, embora o tempo tenha mostrado que não tinha sido igualmente capaz de a deixar fugir para longe. Mas foste tu, ainda por existir, a ideia de ti, quem mudou definitivamente o rumo da história. Por isso te chamaram assim esse nome que tens. O resto, já conheces. Vês repetidamente as fotografias que imortalizaram os melhores momentos e ouves todos os serões de domingo as cenas que protagonizaram. Quando ontem, pela manhã, se espantaram com o namoro, tenho a certeza, confirmavam apenas como a vida pode ser maravilhosamente surpreendente. No final das contas, vivem felizes para sempre e isso não é uma fantasia.

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