sexta-feira, 27 de maio de 2011

É devido um desabafo

Ou não. Mas preciso dele. Podia ir ali à varanda da sala gritar e quando voltasse já a gestão de negócios me faria mais sentido nos casos de quase limitação. Não vou. Tenho um blog também para isto. Para descompensar em paz. Para deixar registo dos dias melhores, dos piores e dos indescritíveis. Imaginem-me a dizer asneiras. Estou a pensá-las todas neste instante. Podia calçar-me e desatar num pranto até que me abrisse a porta. Não vou. Ainda que me abra a porta, porta, deitou fora a chave da outra. E essa é a que mais precisa de ser aberta. Ou não. Vai na volta, tanto tempo e não aprendi nada. Tenho de trabalhar. Tenho mesmo. Mas preciso arrumar tudo antes de voltar a concentrar-me. Devia dar cadeia esta coisa de nos levarem a concentração sem licença. Estou exausta. Outra vez. Pela milésima vez. Estou exausta. Tão, mas tão exausta. É uma espécie de droga que rouba a lucidez, que amolece as fúrias, que impulsiona as esperanças mais pequeninas. Estou tão exausta que, mais uma vez, tenho os dois pés na borda do precipício. Estou exausta. E dou em doida não tarda.