São horas de voltar. Tu já não vens, e a espera
gastou a luz de mais um dia. Agora, quem passartrará um corpo incerto dentro do nevoeiro,
mas terá outro nome e outro perfume. Eu volto
à casa onde contigo se demorou o verão e arrumo
os livros, escondo as cartas, viro os retratos
para a mesa. Sei que o tempo se magoou de nós,
sei que não voltas, e ouço dizer que as aves
partem sempre assim, subitamente. Outras virão
em março, apago as luzes do quarto, nunca as mesmas.
Maria do Rosário Pedreira
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