quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Ficas comigo para sempre, ficas, ficas, ficas?! Siiim, ficas?!

Mesmo não sabendo muitas vezes se a resposta mais bonita será a mais verdadeira, sinto falta desta pergunta. Ainda que implícita, reparem. Um meio termo entre o "tanto mel que até escorre" e o "nós não somos um, somos um mais um". Sinto falta. Percebi hoje. Quando passei há pouco no Rossio e vi um carrocel no meio das luzes do Natal e meia dúzia de famílias de luvas mas mãos dadas. Quis, nesse exacto momento, poder contar a alguém exactamente isso. Que o sonho da vida pode passar por um carrocel envolto em luzes e brilhos, luvas, sopros de ar quente a formar nuvens no frio, mãos dadas. Apeteceu-me ter no número rápido do telemóvel a segurança de uma voz feliz por me ouvir. Rendi-me à evidência de que teria gostado muito de desbobinar, com pormenores, os desenhos que as luzes fazem ali ou na fachada do Teatro Nacional. Gosto de estar apaixonada. Com todos os riscos, com todos os medos, com todas as fragilidades, gosto. Gosto de estar presente... e de ter alguém presente. Gosto. Por isso... enfim, não concordo nada que antes o vazio que a dor. Se dói, se dói muito, ainda assim, terá valido a pena. Bem se vê que a quente só nos lembramos de praguejar contra a maldita hora em que deixámos o coração cair naquela rede. Mas isso são desabafos. Teorias de vão de escada. No fundo, no fundo, temos todos, pelo menos os romântiqueiros incorrigíveis, queda para o melodrama, para as grandes histórias, para as paixões mais avassaladoras... Claro que a coisa piora no caso do amor sereno, calmo, a que só o tempo dá guarida. Isso é outra história. Isso dói mais que muito. Isso arranca bocados de alma. Portanto, aí, cautelas e canja de galinha. Não que taxativamente afaste a doçura dos primeiros momentos pelo amargo de boca dos longos dias e noites dos finais inevitáveis. Mas não é a mesma coisa. Agora uma paixão, dessas de fazer chorar as pedras da calçada, uma fábula de "e viveremos felizes para sempre enquanto durar", isso sim. Porque faz bem a tudo. Até à pele, deduzo. Sorrimos mais... somos mais felizes. Assim sendo, mesmo não sabendo se ficaria contigo para sempre, oh pessoa que para aí andas não sei onde, hoje, confesso, fez-me falta um ouvido do outro lado. Preferencialmente, bem acompanhado por um coração que, não disparando, ao menos acelerasse do lado de lá.

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