Durante anos lamentei que não me associasse ao convite para o concerto de natal. Ontem, discretamente, já noite, um "gostava que fosses comigo ao concerto de natal". E, pela primeira vez, não fez sentido. Ou melhor, não fez o mesmo sentido de outros tempos. "Bolas. Ainda não é desta que vamos juntos. Tenho um jantar. Diverte-te. Beijos e xis." Tudo tão verdade como a verdade do jantar. Não é desculpa de quem foge com medo de recaídas. Tenho mesmo. Hoje. Na cidade da fotografia. Um jantar só de meninas. Num sítio da moda. Pois. E se tenho pena de não ir ao concerto? Tenho. Mas com a naturalidade de quem sabe que não pode ter tudo. E que também teria pena de não ir ao jantar. Assim, tão simplesmente. Porque, enfim, o tempo é um escultor de sentimentos. Sempre.
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