da teoria da cabala.
do défice.
a meia dúzia de pseudo-vips que povoam este país.
da casa nova da mandatária pouco amiga da fruta.
da inflação.
do desemprego.
da violência doméstica.
da face oculta.
do freeport.
da Casa Pia.
o Primeiro.
os outros todos.
o Eduardo Sá.
o Villas Boas.
do Martim.
a música do Pingo Doce.
do colete da Leopoldina.
de como o jurí dos Ídolos é mau.
do casamento da Floribela com o Djaló.
o Bruxo.
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
Daqui: http://icanread.tumblr.com/
Quando estivermos tão mais longe do que o suportável, promete-me que olhas para o céu no momento que eu disser. Depois, eu hei-de olhá-lo também. Porque o céu daqui e daí é igualzinho. E pode ser que assim pareça que afinal não há "longe nem distância".
Só estamos tão mais longe do que o suportável poucas vezes na vida. Agora, definitivamente, não.
Estou a ver a lua. E, no entanto, tenho a certeza, não está ninguém de olhos postos em coisa alta que eu também possa ver.
Escolhas
Continua a ser muito difícil escolhê-lo. Porque não hei-de vê-lo surgir. Não vou saber a cara que provocar. Não pode ser mais que uma banalidade. E, no entanto, é sempre muito mais que isso. Não se arrisque. Não se conhece bem o traçado das vontades. Além disso, já não é hora. E o destino, sei-o agora, não é eterno. Se me cansa? Como não?! Não adivinhá-lo. Nem tão pouco inventá-lo. Escondê-lo? De quem?! Porquê?! Mais um. Só isso. Continua a ser muito difícil escolhê-lo. É só um presente. Mas é o teu. Acho que é por isso.
domingo, 29 de novembro de 2009
Fiz as decorações de Natal*. Bebi muito chá fervente, deitadinha no sofá, com a lareira aos pés. Comi broa doce. Vi o filme da Conspiração. E digamos que... não produzi assim muito mais este domingo!
* Custou, mas convenci-os a termos a árvore enfeitada com as bolas do Imaginarium. Desde infantil a pré-mãmã já me chamaram de tudo hoje. Mas o que importa é que está feita. E está linda. Tão linda, a nossa árvore.
sábado, 28 de novembro de 2009
Não tenhas medo do amor. Pousa a tua mão
devagar sobre o peito da terra e sente respirar
no seu seio os nomes das coisas que ali estão a
crescer: o linho e genciana; as ervilhas-de-cheiro
e as campainhas azuis; a menta perfumada para
as infusões do verão e a teia de raízes de um
pequeno loureiro que se organiza como uma rede
de veias na confusão de um corpo. A vida nunca
foi só inverno, nunca foi só bruma e desamparo.
Se bem que chova ainda, não te importes: pousa a
tua mão devagar sobre o teu peito e ouve o clamor
da tempestade que faz ruir os muros: explode no
teu coração um amor-perfeito, será doce o seu
pólen na corola de um beijo, não tenhas medo,
hão-de pedir-to quando chegar a primavera.
devagar sobre o peito da terra e sente respirar
no seu seio os nomes das coisas que ali estão a
crescer: o linho e genciana; as ervilhas-de-cheiro
e as campainhas azuis; a menta perfumada para
as infusões do verão e a teia de raízes de um
pequeno loureiro que se organiza como uma rede
de veias na confusão de um corpo. A vida nunca
foi só inverno, nunca foi só bruma e desamparo.
Se bem que chova ainda, não te importes: pousa a
tua mão devagar sobre o teu peito e ouve o clamor
da tempestade que faz ruir os muros: explode no
teu coração um amor-perfeito, será doce o seu
pólen na corola de um beijo, não tenhas medo,
hão-de pedir-to quando chegar a primavera.
Maria do Rosário Pedreira
Kikis
Se hoje viram uma pessoa sair do Imaginarium do Dolce Vita de Coimbra com quatro sacos, daqueles maiores que eles lá têm, a abarrotar de presentes com adenda de chupa-chupa, fiquem a saber que era eu! Comprei todos os presentes que tinha para comprar a pessoas com menos de doze anos. Vão de livros para o banho a fantoches, sets de cozinha, cestos de crochet, materiais para fazer bijuterias, puzzles, enfeites de cabelo, pinturas, telas, caixas de música e presépios de tecido! Acho que se tivesse doze filhos, como a minha avó Rosa, tinha de me moderar nas compras para afilhados e sobrinhos!
P.S. Eu também me esforço nos presentes dos grandes mas, definitivamente, o meu mundo é o dos brinquedos!
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
Quases
Estava para continuar em "maré de quase", mas perceber que há coisas tão mais importantes na vida como fazer "uffa... vai passar" fez-me mudar de registo: hoje, o dia correu como correm os dias que têm coisas muito boas e uma coisa que pretende ser muito má, mas a noite, definitivamente, só me trouxe as melhores notícias!
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Parece que foi assim
Se eu hoje não tivesse dado aquela aula àqueles amores que não tiveram conversas paralelas, não desviaram olhares, tiraram apontamentos mas também se concentraram em ouvir e perceber, riram das piadas, responderam às perguntas e não se acanharam nas dúvidas, que só a custo fizeram o prometido intervalo, porque até parecia que se estava bem na sala tuberculosa, hoje teria sido um dia um bocado mau! Mas como dei... foi um dia quase perfeito!
terça-feira, 24 de novembro de 2009
Books
Grrr
Este post será entendido, na sua verdadeira essência, apenas por três pessoas que leêm este blog: a Xana, a C. e a P.
De qualquer maneira, a coisa é tão de filme e eu estou tão incrédula que... cá vai!
Hoje, o G. faz anos. O G., para quem não sabe, é dos melhores cozinheiros que eu conheço. Como ainda não tinha comprado o presente de aniversário ao G., ontem saí com uma hora de avanço de casa e antes de ir ao British passei pela Bertrand do Dolce Vita. Quando lá cheguei, munida que ando sempre da minha lista de Natal, perdi-me nas compras (já recebi o subsídio de Natal!!!) e apostei em livros para umas quantas alminhas amigas. Estava eu naquele emaranhado, com livros debaixo de ambos os braços, mas ainda na minha parte essencial daquela livraria, que é a da poesia, a namorar um livrinho chamado "Quero falar-te dos meus sentimentos" e com vontade de o receber de alguém e ouço uma voz familiar, arrastada, com suspiros depois de cada vogal, soletrar um R... (inha), belíssima!!! Oooookkk, pensei eu... Isto não é o que tu estás a pensar, R. Maria. Não pode ser! Há todo um Portugal para se estar, tu não ias encontrar este tipo justamente na Bertrand do Dolce Vita de Coimbra. Viro-me, a medo, e... eccolo! Era ele! Está na mesma! E então a conversa flui com pérolas como "pareces uma miúda", "tens falado com os colegas? Quase todos já casaram" Pausa. Quase todos vírgula. Alguns, oh caramelo, mas "sim, pois é". E então o temível "Nós não!". O "nós" arrastadinho... ai, valha-me a Nossa Senhora dos Aflitos! Passou-me o filme todinho à frente. Repesquei tesourinhos deprimentes dos últimos dez anos. Desde quando ao "E a ti, o que te apetece?" me ocorreu, sabiamente, responder "A mim, apetece-me dizer-te para teres juízo na cabeça!", até aos telefonemas espaçados, de há cinco anos para cá, que decorrem, invariavelmente, da seguinte maneira "Estou? Estou sim. Olá. Peço desculpa, com quem estou a falar, por favor? Não me conheces? Pois, não reconheço o número. Mas então não o gravaste da última vez? É fulano! Ah... Sabes que sou distraída. Então, estás bom? Estou... E tu, estás bem? Estou. Olha, estou a ligar-te para te dizer que (não, não é que tem uma dúvida, não, não é que está a chover, não, não é que mudou de clube, não, não é que se lembrou... é) gostava que viesses cá passar o fim de semana. Mas a que propósito? Lá estás tu. Vires cá. Pois, não vai dar. (seguido de explicações tão coerentes como "estou sem carro, tenho exames para corrigir, já tenho um compromisso..." E só porque já houve muitas, mas muitas mesmo, vezes em que a justificação foi um breve "Porque não" e isso não sanou as dificuldades)". Ontem, invariavelmente, a conversa seguiu o rumo do "Agora que te encontrei, não vou deixar-te ir sem jantarmos". Eu estava de sapatilhas, porque, se não, tinha descido do salto. Que não, que tinha uma aula, que até estava com pressa, que só tinha ido adiantar as compras de Natal. "Ah... livros de culinária. Adoro fadas do lar!". A oportunidade perfeita para esclarecer que não, que sou péssima na cozinha, que a única coisa que faço bem é destruir ingredientes... E então um interminável "Agora tenho de ir. Fica bem. Sim, um café, pois... até pode ser que se proporcione. Claro... Tá... mas agora tenho mesmo de ir...". E fui. Fiquei na caixa, escrutinadinha da cabeça aos pés, uns bons dez minutos (uma série de embrulhos). E consegui perceber que, de facto, há coisas que não mudam. Há clics que não têm mesmo por onde se dar. Que, não sendo, de todo, uma arrasa corações, levo com esta cruz de ter sido má, e algumas vezes mal-educada até, com ele. Porque não deu para perceber com falinhas mansas e alguma serenidade. Enfim... E lembrei-me do Grrr... E não parecia possível uma ceninha como aquela que vivi à porta do 4 da Rua de Tomar nos idos de 1999. Agora apresentava-se todo em azul e vermelho, com um blaser de botões dourados polidos a tal ponto que teria dado para me pentear a olhar para eles. Seria uma rede tentacular de filhos com nomes carregadinhos de ífens e de "de", com qualquer francesismo pelo meio, mais uma sogra a quem, no limite, chamaria "tia" e um marido que nas horas do calor me trataria por "você". A ajudar à festa, jeans e sapatilhas rosa choc provocariam sempre o enjoado "pareces uma miúda" e rabos de cavalo não lograriam o objectivo de me posicionar convenientemente no mundo vip lá da zona. Mas o pior, o pior mesmo, era lembrar-me do Grrr... e das voltas que a vida dá... e desta mania grave de ser dona e senhora das minhas vontades, que nem sempre foi fácil de entender!
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
Stress
Oferecem-se, assim mesmo dados de graça, beijinhos repenicados e xis quentinhos a quem aconselhar:
__ um lindo tema de direito penal que possa apresentar-se brevemente, em não mais de uma hora, mas renda discussão para, pelo menos, duas, e que caiba nesse grande mundo que se subintitula "Relações entre o direito penal e a Constituição*".
__ Um tema mais ou menos interessante que não toque no penal mas permita falar de responsabilidade jurisdicional ou processual, assim em geral**.
*São relações sérias, que o pai da Constituição teve uma conversa com o Penal para saber das intenções dele com a filha!
** Eu confesso que não estou mesmo a ver a lógica de ter de ser avaliada num tema que não é da área em que quero especializar-me... A sério... É mais ou menos como dizer a uma mulher a dias que ela só pode ser boa no que faz se souber falar latim...
P.S. Resolvi dedicar-me a ler desalmadamente coisas... assim coisas que andavam para aqui à espera de ser lidas... na esperança de, a qualquer momento, ver a luz!!!
Das grandes amizades
Ontem, estava o jogo para começar, enviei, tal qual uma serrazina, a seguinte mensagem ao G.: "Perder ou ganhar, o que importa é participar! Não estejas enervado...". Depois, o Benfica fez a linda figura triste que se viu e eu fui preparando o terreno para me penitenciar pela provocação. No fim, decidi que não era mau dizer que não estava totalmente triste porque, afinal, eu até gosto um bocadinho do Vitória. Ele, provando mais uma vez que os homens são menos precipitados que nós e que quando querem sabem ser irrepreensíveis, disse-me apenas "Correu-nos bem :)"!
sábado, 21 de novembro de 2009
Christmas gifts
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
Apetece-me dizer
que me apetece. Não sei porquê nem até quando. Não sei se já tudo ou ainda muito pouco. Sei só que me apetece. E que... é isso!
Ele*
começa assim:
e acaba assim:
A Casa
“Era uma casa
Muito engraçada
Não tinha tecto
Não tinha nada
Ninguém podia
Entrar nela não
Porque na casa
Não tinha chão
Ninguém podia
Dormir na rede
Porque na casa
Não tinha parede
Ninguém podia
Fazer pipi
Porque penico
Não tinha ali
Mas era feita
Com muito esmero
Na Rua dos Bobos
Número Zero.”
Vinícius de Moraes
“Era uma casa
Muito engraçada
Não tinha tecto
Não tinha nada
Ninguém podia
Entrar nela não
Porque na casa
Não tinha chão
Ninguém podia
Dormir na rede
Porque na casa
Não tinha parede
Ninguém podia
Fazer pipi
Porque penico
Não tinha ali
Mas era feita
Com muito esmero
Na Rua dos Bobos
Número Zero.”
Vinícius de Moraes
* O power point!
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Rica vida
Boto faladura amanhã de manhã, ainda não acabei a apresentação, mas acho que me posso dar ao luxo de parar o que estou a fazer a cada dois minutos para ver se não tenho nenhum mail, se o telemóvel não piscou sem eu ver, se não há novidades, se não actualizaram o Expresso, se não mudaram a previsão do tempo, se o Via Michelin não tem mesmo um caminho mais fácil...
Pede-se, pois, auxílio para concentração! Vá-se lá saber porquê...
Se
Se as coisas são inatingíveis... ora!
não é motivo para não querê-las.
Que tristes os caminhos, se não fora
a mágica presença das estrelas!
Mário Quintana
não é motivo para não querê-las.
Que tristes os caminhos, se não fora
a mágica presença das estrelas!
Mário Quintana
Descobri que
o amor não resiste a tudo*. Principalmente, pode não resistir a pensar-se que resiste a tudo. A pensar-se que se pode fazer trinta por uma linha, inventar tropelias, mandar bocas foleiras porque no fim, com um "desculpa" a contragosto e um presente tudo passa, tudo fica como antes. Não fica! Acho que pode resistir a muitas coisas, mas não resiste à exaustão!
Daqui: http://icanread.tumblr.com/
* E também descobri que não vale a pena dizer "Tem calma. Respira fundo, conta até dez, sai um bocadinho. Quando estiveres bem, sentem-se e conversem". Porque no dia em que se verbaliza a exaustão, já há muito se esgotou a capacidade de acreditar em conversas.
Era tudo o que eu precisava
Ir de carro e assassinar um pássaro que se mandou contra o vidro da frente, caindo estatelado em cima do limpa pára-brisas!
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
Ao natural
Alexandra Lencastre diz, numa entrevista a uma revista que li na minha cabeleireira, esta pérola:
"Lembro-me de adormecer muitas vezes com maquilhagem só para o Paulo não ver como sou ao natural."
Ora bem... isto merece algumas considerações, parece-me!
Primeira: Ainda que a coisa seja assim mesmo, não me parece que seja informação pertinente para uma revista, sobretudo atendendo a que a personagem em causa passa a vida a dizer "não se metam na minha vida privada".
Segunda: O Paulo, minha fofa, se casar contigo sem nunca te ter visto "ao natural", é gajo para se assustar quando a coisa se der. Imagina que até cais à cama com uma constipação, ranho à fartura e febres ao delírio. O Paulo, que para te teres apaixonado por ele deve ser bom moço, há-de querer levar-te um chazinho, quem sabe ajudar-te no banho... eu sei lá... Estás a vê-lo?! A febre a baixar-te com a água fria e a desilusão a subir-lhe enquanto se te esborrata a pintura?!
Terceira: Acho que deves mostrar-lhe como és "ao natural" o quanto antes... porque, se até já falam em casamento, é preciso acautelar que ninguém vai ao engano...
Quarta: Eu até gosto de ti... Gostava mais na Rua Sésamo, por isso fico-me por essa memória... E, assim, mesmo sem me teres perguntado nada, eu ainda te dou mais uma opinião de graça. É que ele "tem de te conhecer cada linha, sinal, curva ou cicatriz. E tem de as decorar e reconhecê-las em cada mulher em que te transformes. Tem de viver para estar contigo, porque isso lhe parece que é sinónimo de viver para ser feliz. E tem de saber disso e nunca se arrepender. Tem de ser ele mesmo... Depois, no caminho, tu, deves dar-lhe ambas as mãos e a vida toda. Para seres a sua mulher e ele ser o teu homem. Se não, não vale a pena!".
Vai ser feliz, mulher, mas, por favor, vai "ao natural"!
"Lembro-me de adormecer muitas vezes com maquilhagem só para o Paulo não ver como sou ao natural."
Ora bem... isto merece algumas considerações, parece-me!
Primeira: Ainda que a coisa seja assim mesmo, não me parece que seja informação pertinente para uma revista, sobretudo atendendo a que a personagem em causa passa a vida a dizer "não se metam na minha vida privada".
Segunda: O Paulo, minha fofa, se casar contigo sem nunca te ter visto "ao natural", é gajo para se assustar quando a coisa se der. Imagina que até cais à cama com uma constipação, ranho à fartura e febres ao delírio. O Paulo, que para te teres apaixonado por ele deve ser bom moço, há-de querer levar-te um chazinho, quem sabe ajudar-te no banho... eu sei lá... Estás a vê-lo?! A febre a baixar-te com a água fria e a desilusão a subir-lhe enquanto se te esborrata a pintura?!
Terceira: Acho que deves mostrar-lhe como és "ao natural" o quanto antes... porque, se até já falam em casamento, é preciso acautelar que ninguém vai ao engano...
Quarta: Eu até gosto de ti... Gostava mais na Rua Sésamo, por isso fico-me por essa memória... E, assim, mesmo sem me teres perguntado nada, eu ainda te dou mais uma opinião de graça. É que ele "tem de te conhecer cada linha, sinal, curva ou cicatriz. E tem de as decorar e reconhecê-las em cada mulher em que te transformes. Tem de viver para estar contigo, porque isso lhe parece que é sinónimo de viver para ser feliz. E tem de saber disso e nunca se arrepender. Tem de ser ele mesmo... Depois, no caminho, tu, deves dar-lhe ambas as mãos e a vida toda. Para seres a sua mulher e ele ser o teu homem. Se não, não vale a pena!".
Vai ser feliz, mulher, mas, por favor, vai "ao natural"!
Verdades e assim-assim
Estou com tanta vontade de ir ao inglês que até já ponderei justificar a falta com o jogo da Selecção!
Por falar nisso, livrem-se! Ouviram?!
Adenda ao post anterior
Parece que sou fraquinha a soprar. Depois de meia hora a soprar, parece que a meia de leite ainda queimava! Em compensação, sou óptima a dar beijinhos, porque foram no joelho, na mão que queimou na chávena e na testa que bateu na mesa... Como saiu de lá a cantar a música do pinheirinho, deduzo que os meus beijinhos tenham poderes curativos :)
Para compor, trouxe dois items para encomendar ao meu pai natal, para ele lhe levar a casa: máquinas do Bob o construtor e o Macquen!
Para compor, trouxe dois items para encomendar ao meu pai natal, para ele lhe levar a casa: máquinas do Bob o construtor e o Macquen!
Miúdos
Vou lanchar com o Duarte, que é o meu afilhado mais novo. Tem 4 anos. Caiu no domingo. Ligou-me para ver o dia em que podia ir lanchar com ele. Tal e tal, ró nhó nhó... Quando lhe perguntei se era porque estava com saudades minhas, diz-me: "Não é só isso!". E eu: "Então é o quê?". E ele: "É que assim podes dar-me um beijinho no joelho que tem a ferida" :)
Fuga
Uma molha da cabeça aos pés depois de uma viagem de loucos... Tínhamos finalmente chegado ao hotel para ficar, já mais compostinhos, com um jantar à pressão, mas pronto! R. Maria, conhecida pelo seu síndrome de friose aguda, depressa experimentou uma água de banho quase a escaldar, vestiu o pijaminha e se enfiou na cama, só com as mãozinhas de fora para poder trabalhar noite dentro. Por companhia, o fiel amigo computador. Estava R. Maria no auge da sua concentração quando lhe batem à porta. A custo, enroladinha no cobertor suplente e com o ar condicionado já há muito ligado, levanto-me e vou abrir. A chefia que me acompanhara, em pijama, pedindo ajuda porque... tinha ficado fechada do lado de fora do quarto. Ora bem... solução engenhosa, a mesma porta que fechava a casa de banho, fechava o quarto e ela tinha-a fechado e ficado no hall da casa de banho. Pôs qualquer coisa a travar a do quarto, mas estava carecida de auxílio. R. Maria, que é uma rapariga solidária, telefona para a recepção, que diz que não faz serviço de quartos e que basta mandar uma pancada forte na porta que ela abre. Primeiro: isto não é um serviço de quartos... é um serviço de corredor, porque o quarto está fechado! Segundo: era o que mais faltava sujeitar-me a deslocar um ombro para me andar a mandar com força contra as portas. Pois... mas vai ver que consegue. E mais nada! O silêncio! Incrédula, achei que a juventude exigia que me oferecesse para ser eu a mandar-me contra a porta. Não ia exigir tamanha façanha à senhora. E fui. Assim sendo, R. Maria, em pijama e com umas meias de dormir com uns pompons de todas as cores, sai do quarto e mete perninhas ao caminho. Atravesso o corredor tal qual faria se não estivesse naquela figura e inspiro. Mando-me contra a porta... e nada. Decidimo-nos por uma solução de parceria: mandarmo-nos as duas! E mandámos! E conseguimos! Serviço cumprido, volto em figura de circo para o meu aposento. Enfio-me novamente em vale de mantas e rio-me. Batem à porta... G., estranhando a confusão, decidiu vir dar dois dedos de prosa. E é então que eu penso que se uma pessoa leva um homem na viagem, ele pode ser útil nestas ocasiões. Mas não, preocupada se a alminha estaria já a dormir e ciente do esforço que fora a viagem, decidi não incomodar. Mas a alminha aparece-me com um ar fresco e fofo... Trocas de impressões. Contatação número mil que sou mesmo friorenta e que me sirvo disso para ageniar nas compras de meias de dormir! Fim de citação. Vai cada um à sua vida. Retomo o trabalho. Acabo. E durmo. Sem contar, agora estava mesmo muito happy!
terça-feira, 17 de novembro de 2009
Bragança
Já fui e já voltei!
Ontem chovia como se os anjos estivessem todinhos com uma valente birra.
Hoje estava um frio cortante, mas um sol maravilhoso... o tempo perfeito!
A paisagem da viagem de volta assinalou-me Trás-os-Montes no mapa das vontades. Quero muito voltar, com tempo e com paz, para perder-me naqueles caminhos. Rendi-me!
domingo, 15 de novembro de 2009
Ensaio
Que me importa o ontem todo
sei lá eu chorar ou rir com o depois
comecei de manhã a morrer
queimei-me muito e
só então pude saber
que foi ao deitar-me em cinza ao ar
que era hora de nascer
e ver que no chão de chuva
há tempo certo de me enxergar
Não te fies
compus-me na descida
cabelo, olhos e lábios
só te acenei e depois calei
nem namorei
desconfiada
se és o tempo de me curar para a vida.
sei lá eu chorar ou rir com o depois
comecei de manhã a morrer
queimei-me muito e
só então pude saber
que foi ao deitar-me em cinza ao ar
que era hora de nascer
e ver que no chão de chuva
há tempo certo de me enxergar
Não te fies
compus-me na descida
cabelo, olhos e lábios
só te acenei e depois calei
nem namorei
desconfiada
se és o tempo de me curar para a vida.
sábado, 14 de novembro de 2009
Segredo
Sei um ninho
e o ninho tem um ovo;
e o ovo, redondinho,
tem lá dentro um passarinho novo.
Mas escusas de me tentar:
nem o tiro nem o ensino;
quero ser um bom menino,
e guardar
este segredo comigo,
e ter depois um amigo
que faça o pino
a voar.
Miguel Torga
e o ninho tem um ovo;
e o ovo, redondinho,
tem lá dentro um passarinho novo.
Mas escusas de me tentar:
nem o tiro nem o ensino;
quero ser um bom menino,
e guardar
este segredo comigo,
e ter depois um amigo
que faça o pino
a voar.
Miguel Torga
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
Partidinha
Eu nunca tinha pensado na possibilidade de alguém casar vestido de papel prata. Até hoje.
Venho eu muito descansada da minha vida, a passar na Baixa, com o Zé Coimbra e Carla Rocha a falarem de coisas assustadoras e tal e tal, ró nhó nhó... e olho como quem não quer a coisa para uma montra e... credo, que susto! Um vestido de noiva que parece uma coisa inventada por marcianos, todo feito de uma espécie de papel prata, mas em piroso, com uns acrescentos muito semelhantes a película aderente e umas flores assustadoramente nhac pregadas na saia... Oh, por favor... preguem-nos outras partidas em sextas-feiras 13... Tenho medo que alguém não perceba a piada, leve aquilo a sério e ache que pode mesmo casar naquela figura!
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
Desabafo
Em pleno século XXI, numa altura de inquestionável valorização dos direitos humanos, maxime dos direitos das crianças e dos jovens, há coisas que eu juro que só acredito que existem porque contra determinados factos não há mesmo qualquer tipo de argumentos!
Luz
Eu até gosto da decoração do Dolce Vita, que gosto assim pró mais ou menos... não está assim espectacular de diferente, mas pronto, é a crise... Mas o meu dia de ontem fez-se foi com as luzinhas do Arnado. Acho que se não se apressarem a enfeitar a Praça e a Baixa e a Sofia, vou sentar-me no passeio da Rua João de Ruão e calar-me embevecida a imaginar o som do jingle bells...
P.S.: Constatei que na minha futura rua não há hábito de enfeite da quadra. Vou ter de fazer a festa toda dentro de casa!!!
P.S. 2: Toda a gente sabe que eu tenho um pequeno sonho de fazer uma árvore de natal só com quinquilharia do Imaginarium... Pois bem... acho que vai ser desta :)
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Finita sequência
Toda esta noite o rouxinol chorou,
Gemeu, rezou, gritou perdidamente!
Alma de rouxinol, alma de gente,
Tu és, talvez, alguém que se finou!
Tu és, talvez, um sonho que passou,
Que se fundiu na Dor, suavemente...
Talvez sejas a alma, a alma doente
D'alguém que quis amar e nunca amou!
Toda a noite choraste... e eu chorei
Talvez porque, ao ouvir-te, adivinhei
Que ninguém é mais triste do que nós!
Contaste tanta coisa à noite calma,
Que eu pensei que tu eras a minh'alma
Que chorasse perdida em tua voz!
Florbela Espanca
R., 11 de Novembro de 2007
Gemeu, rezou, gritou perdidamente!
Alma de rouxinol, alma de gente,
Tu és, talvez, alguém que se finou!
Tu és, talvez, um sonho que passou,
Que se fundiu na Dor, suavemente...
Talvez sejas a alma, a alma doente
D'alguém que quis amar e nunca amou!
Toda a noite choraste... e eu chorei
Talvez porque, ao ouvir-te, adivinhei
Que ninguém é mais triste do que nós!
Contaste tanta coisa à noite calma,
Que eu pensei que tu eras a minh'alma
Que chorasse perdida em tua voz!
Florbela Espanca
R., 11 de Novembro de 2007
Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...
Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...
Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri
E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...
Florbela Espanca
R., 11 de Novembro de 2008
O nosso amor morreu... Quem o diria!
Quem o pensara mesmo ao ver-me tonta,
Ceguinha de te ver, sem ver a conta
Do tempo que passava, que fugia!
Bem estava a sentir que ele morria...
E outro clarão, ao longe, já desponta!
Um engano que morre... e logo aponta
A luz doutra miragem fugidia...
Eu bem sei, meu Amor, que pra viver
São precisos amores, pra morrer,
E são precisos sonhos para partir.
E bem sei, meu Amor, que era preciso
Fazer do amor que parte o claro riso
De outro amor impossível que há-de vir!
Florbela Espanca
R., 11 de Novembro de 2009
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Vita Nuova
Se ao mesmo gozo antigo me convidas,
Com esses mesmos olhos abrasados,
Mata a recordação das horas idas,
Das horas que vivemos apartados!
Não me fales das lágrimas perdidas,
Não me fales dos beijos dissipados!
Há numa vida humana cem mil vidas,
Cabem num coração cem mil pecados!
Amo-te! A febre, que supunhas morta,
Revive. Esquece o meu passado, louca!
Que importa a vida que passou? que importa,
Se inda te amo, depois de amores tantos,
E inda tenho, nos olhos e na boca,
Novas fontes de beijos e de prantos?!
Olavo Bilac, in Poesias
Amigo
Imaginem alguém que se preocupa convosco sem vos cobrar nada em troca. Pensem numa pessoa que não vos esquece na hora em que tem nas mãos a oportunidade de vos fazer mais felizes. Imaginem um amigo que diz a um amigo que há um amigo e deixa este último numa euforia, mas assiste a ela caladinho, talvez por achar que lhe vai saber melhor a vitória se a atribuir todinha ao mérito. Tentem pensar em alguém que não vos conhece de banda nenhuma, um dia se cruza convosco e vos guarda no coração, num espaço especial dedicado aos merecedores de uma amizade infinita. E agora fechem os olhos e esforcem-se por sentir o que se sente quando uma pessoa destas entra na vossa vida. Pede autorização para vos enriquecer o património sentimental mais do que talvez mereçam e depois basta-se em ver que está tudo bem. No limite, com muita força colem mais as pestanas de cima com as de baixo e pensem na felicidade que é ser contemplado com uma pessoa destas na vida. Se as abrirem agora, voltando ao real, por certo desconfiarão de tanta magia... Pois bem, existe. Encontrou-me, guardou-me no peito, no espaço reservado aos mais queridos, torceu por mim sempre num tom sereno de quem não precisa de afirmar que está ali, apostou de olhos vendados só porque sim, confiou e agiu em conformidade. Nunca, mas nunca mesmo, me pediu nadinha em troca. Nunca me fez sentir que lhe ficava a dever um favor por gostar de mim. Pediu-me para ser meu amigo e acredito que o tenha feito convicto de que ganhava ele alguma coisa. Só não é mentira porque sou com ele o melhor que sei ser, certinha, porém, que é bem menos bom do que merecia. Existe e é meu amigo. É ele... e duvido que assim parecido haja mais algum!
domingo, 8 de novembro de 2009
Duh!
Como é que se faz para uma foto ficar bonita numa moldura muito maior do que era necessário?! Ah... tão difícil!!! Pois... não consigo! Faço esperar as pessoas... Limitadinha... coitadinha. Dai-lhe o desconto... Já não caminha para nova. Escolhe-se para cor dos limites da moldura a mesma cor que para fundo de blog!!! Duuuuuhhh!!! O novo layout é um bocadinho dedicado a ti, ali na foto ao meio! E sim, podem gozar-me à vontadinha. E podem fazer piadas com currículos alternativos e tudo. E até podem questionar se gostam de mim porque disfarço que sou esperta ou só porque mais ninguém é tão "distraído" a este ponto!!!
Post improvável
As coisas são exactamente como devem ser...
A Briosa vence o Vitória, mas o Vitória vence o Braga!
E assim, fico eu contente e o G. menos mal :)
Ai, ai...
Agora só falta o Benfica acabar com a mania de deixar ganhar os pequenos, partir isolado para a liderança e dar uma alegria a quem tem sabido manter-se ao seu lado!
A Briosa vence o Vitória, mas o Vitória vence o Braga!
E assim, fico eu contente e o G. menos mal :)
Ai, ai...
Agora só falta o Benfica acabar com a mania de deixar ganhar os pequenos, partir isolado para a liderança e dar uma alegria a quem tem sabido manter-se ao seu lado!
Futilidades
Sei que sou fútil quando o meu pijama é lilás e o meu pai, ao ver que estou a pintar as unhas de roxo, pergunta se é para ficar a condizer!!!
Medicina legal
Ontem estive num jantar com mais umas quantas pessoas de Direito. A conversa descambou para as aulas de medicina legal. Venceu a minha experiência.
Assim, cá vai!
Para que possa ser-se um brilhante licenciado em Direito (ou um licenciado em Direito, pronto, mesmo que não se chegue a brilhante), é necessário fazer uma cadeira que decorre na Faculdade de Medicina. A Faculdade de Medicina é um sítio bom de frequentar, principalmente se considerarmos que por lá andam gajos que podem chegar a pediatras e se pensa em ter três filhos (ou dentistas e se gasta uma fortuna nessa especialidade)... Pois bem... a Faculdade de Medicina até tem atractivos, que tem. Que uma pessoa excepciona aquela coisa de não os suportar se eles nos pedirem em casamento... Mas é só nisso que a Faculdade de Medicina cativa. E nós não vamos lá para isso quando temos aulas de medicina legal. Das primeiras informações que nos dão, há uma que marca toda a relação futura com a matéria: a maior parte dos suicídios em Coimbra acontece por estudantes de Direito! Ora bem, somos muitos, é certo. Mais que as mães, que há lá irmãos. Temos de estudar coisas tão úteis como a servidão de estilicídio, o venire contra factum proprio, o repúdio, o reenvio e até os delicta in se. Tudo certo... Mas daí a andarmos a atar cordas ao pescoço como se não houvesse amanhã ou a fazer pulseiras de cortes de pulso, vai uma distância. Mas não... uma pessoa chega lá e grama logo com o preconceito. Cambada de taradões de Direito... Depois, o horário das aulas é perfeito: depois de almoço. Uma pessoa passa uma hora a tentar serenar nas Cantinas do Hospital Velho e depois vai ver fotografias de queimados e atropelados por comboios e afogados de meses. A sério... metam isso a rodar quando não tivermos nada no estômago. Muito bem... A acrescentar a isto, eu tinha um pequeno acidente todas as vezes que ia ter medicina legal: ou escorregava e lá ia eu ao chão, ou torcia um pé, ou me trilhava numa porta, ou mordia a língua, ou... Escusado será dizer que AMEI a experiência :( Acontece, meus amores, que não vale a pena ficarem com peninha de mim já nesta fase do relato. Até aqui, diga-se, tudo certinho! A questão, kikissimi da minha vida, é que a malta não pode ficar-se pela teoria. Ninguém se licencia sem assistir a duas autópsias!!! Chegámos ao cerne da experiência. O meu grupo de amigos, solidários que só eles, comprometeu-se comigo que só iríamos quando eu me sentisse preparada (pelos vistos, eles estavam preparados). Marcámos umas vinte vezes o dia D. No dia, eu aparecia com ar de susto, branca como a cal da parede, toda eu tremelique, toda eu "ai minha Nossa Senhora". Com peninha e paninhos quentes, lá fomos adiando aquilo. Um dia, ligam-me, estava eu para sair de casa, logo pela manhãzinha. "Linda, hoje vamos ver as duas autópsias. E não tens de ficar nervosa. Conseguimos uma sem nenhum dos entraves que pões sempre. São dois velhinhos, ele com 89 e ela com 87. Deitaram-se vivos e "acordaram mortos". Foram encontrados por um filho. Estavam de mãos dadas. Foram felizes. Morreram sem sofrimento. Lado a lado, como sempre." Consegui soltar um "Ai tão kiko..." e achei que não teria oportunidade melhor. Gente com a vida vivida. Amantes unidos até na hora de ir embora. Romântico, lindo, até! Se chorasse seria de emoção e não de medo! E fui. ENGANADA! Cheguei ao destino convicta da sorte de arrumar com as duas de uma vez e com uma história tão lindinha. Entro no anfiteatro e... uma pessoa afogada no Mondego há 15 dias e uma criança de 4 anos vítima de acidente de viação! Acabou a piada. Não, não teve piada. Não podia ter piada. A leveza com que me ofereceram um pão com fiambre no meio das duas para eu recuperar forças levou a que insultasse de insensível para baixo um amigo para a vida! Quando o tormento acabou, lembro-me bem, tinham uma recompensa para mim (qual pessoa que se porta bem): um bilhete para "A conversa da treta", no TAGV, nessa noite! Fui para casa. Faltei às aulas da tarde. Tomei 3 banhos. Vesti-me e fui ao teatro. Passei, com boa nota. Antes isso!
sábado, 7 de novembro de 2009
Má - actualização
Pessoínhas invejosas e mesquinhas e mal-formadas e agoirentas... Seus urubus insuportáveis a quem temos de mostrar sorrisos mesmo quando nos apetece mandar-vos a um sítio onde há muitas moscas... Suas aventesmas, péssimos representantes da classe dos humanos com um órgão chamado coração... Pirosões de todo o tamanho... Conseguiram que o meu mês de Junho fosse menos emocionante do que era suposto, eu sei! Devem estar a rodar no chão de tanto rir! Acontece, energúmenos inqualificáveis, que eu sou uma pessoa rodeadinha por todos os lados de gente muito boa onda, que faz corrente positiva só de existir e gostar de mim... Acontece, seus ferro velhos armados em jóias raras, que eu fiz o que tinha de fazer e hoje chegou-me a linda resposta. E, só para poder imaginar-vos a contorcerem-se de pânico por ainda não ser desta que caí no esquecimento, digo que a resposta reza assim: "É como diz: haverá outras oportunidades. E é muito bom saber que poderei contar com a R."!!! Por isso, seus seres mal amados, estou que nem caibo em mim de contentamento. Mais do que se Junho até continuasse assegurado. Porque nos revelamos e unimos na adversidade... e noutra oportunidade ninguém nos há-de parar. Ah... e cheira-me que ainda faço pelo menos mais um amigo nessa altura, tá!? Agora corram que o vómito deve estar próximo...
Questão controvertida
A apaixona-se por B. A e B mantêm uma linda relação de muita proximidade e tudo e tudo. A encara a possibilidade de B também se ter apaixonado por si e segue o método das tentativas. B assobia para o lado. A pondera não estar a ver bem. B derrete-se. A fica em dúvida. A procura B. B está em cima de um muro. B parece muito contente a contemplar a paisagem. A fica pertinho do muro. A abre os botões da camisa. A faz uma pequeno corte no peito. A sente uma dor fininha. A mete a mão no peito e tira o coração. A faz um pequeno corte no coração. A sente uma dor um bocadinho maior. A abre com as duas mãos o coração, pelo corte, e deixa sair tudo o que lá está dentro. A está com os olhos fechados para não lhe custar tanto. A acaba. A olha para B. B adormeceu. A cola com saliva o leve coração, mete-o dentro do peito, põe fita cola e aperta os botões. A decide seguir outro caminho. A vira-se e começa a andar. A ouve B chamar pelo seu nome. A vira-se. B dorme.
Quid iuris?
Deve A acordar B ou comprar uns tampões de ouvidos?!
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
Verdades e assim-assim
Só porque continuo a achar que não há loucura no que se faz por amor...
Nu é lá moito vunito e nim sequere sequessi no respomdere aus amigus ke si incontran priocupadus con a noça çaúde e eças coizas, maz eu intendu, purke tu no és comu min e pressizas de pemçar num modu lindu de respomdere. Nu é? É o ke dá serez tã cultu e istudadu :)
Pensar que podia ter sido perfeito e para sempre não significa não estar certa que foi tudo o que é possível ser.
...
Eu corro atrás da memória
De certas coisas passadas
Como de um conto de fadas,
De uma velha, velha história...
Tão longe do que hoje sou
Que nem sei se quem recorda
Foi aquele que as passou,
Ou se apenas as sonhou
E agora, súbito, acorda.
Francisco Bugalho, in "Canções de Entre Céu e Terra"
De certas coisas passadas
Como de um conto de fadas,
De uma velha, velha história...
Tão longe do que hoje sou
Que nem sei se quem recorda
Foi aquele que as passou,
Ou se apenas as sonhou
E agora, súbito, acorda.
Francisco Bugalho, in "Canções de Entre Céu e Terra"
Do que mete medo ao susto - IX*
Acabou.
Então mas assim, de um dia para o outro?!
Pois.
Sabes que sempre achei que, para a idade, vocês eram um tanto discretos de mais. Não sei. Acho que nunca vos vi acenar com o amor...
Sim, mas isso nunca foi segredo. Disse-me sempre que podia até um dia vir a dar a vida por mim, mas que não me andasse a agarrar a ele e a pedir-lhe beijinhos.
Ah... então e tu?
Oh pá, respeitei!
Sim, mas... assim?! Não contestaste?! Não insististe?!
Não. Mas olha que me apetecia tanto às vezes... Mas se calhar tu não entendes?!
Pois... de facto, não. A uma declaração dessas eu teria respondido que podia começar a preparar-se para me substituir porque eu não ia resistir viva muito tempo!
Pois.
* Ou "Podem chamar-me intolerante"
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
RR
Tirando o facto de achar que o RR é um vírus qualquer, tenho de confessar que me mandou uma declaração capaz de me levar ao altar!
Mensagem: RR enviou-lhe uma hiperligação para um blog + a linda declaração.
Ponto 1: Para que raio serve uma hiperligação?!
Ponto 2: Como é que se mandam hiperligações?!
Ponto 3: Se carrego na hiperligação, vou parar ao meu próprio blog!
Ponto 4: Respondi à hiperligação e ela baldou-se para mim!
Ponto 5: O RR tem um mail um bocado estranho.
TUDO JUNTO: Isto é um vírus!
De qualquer maneira, pirata da informação, se me estás a ouvir, fica sabendo que derreti, tá?!
Ai, ai :)
Cheguei a casa e tinha... a lareira acesa!
Pronto... eu sou uma pessoa feliz à lareira!
Eu não gosto de aquecedores, nem recuperadores, nem nada...
Eu gosto é de lenha a arder.
Eu gosto é de achas na fogueira :)
Pronto... eu sou uma pessoa feliz à lareira!
Eu não gosto de aquecedores, nem recuperadores, nem nada...
Eu gosto é de lenha a arder.
Eu gosto é de achas na fogueira :)
Momento
Foi um momento
O em que pousaste
Sobre o meu braço,
Num movimento
Mais de cansaço
Que pensamento,
A tua mão
E a retiraste.
Senti ou não ?
Não sei. Mas lembro
E sinto ainda
Qualquer memória
Fixa e corpórea
Onde pousaste
A mão que teve
Qualquer sentido
Incompreendido.
Mas tão de leve!...
Tudo isto é nada,
Mas numa estrada
Como é a vida
Há muita coisa
Incompreendida...
Sei eu se quando
A tua mão
Senti pousando
‘Sobre o meu braço,
E um pouco, um pouco,
No coração,
Não houve um ritmo
Novo no espaço?
Como se tu,
Sem o querer,
Em mim tocasses
Para dizer
Qualquer mistério,
Súbito e etéreo,
Que nem soubesses
Que tinha ser.
Assim a brisa
Nos ramos diz
Sem o saber
Uma imprecisa
Coisa feliz.
Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"
O em que pousaste
Sobre o meu braço,
Num movimento
Mais de cansaço
Que pensamento,
A tua mão
E a retiraste.
Senti ou não ?
Não sei. Mas lembro
E sinto ainda
Qualquer memória
Fixa e corpórea
Onde pousaste
A mão que teve
Qualquer sentido
Incompreendido.
Mas tão de leve!...
Tudo isto é nada,
Mas numa estrada
Como é a vida
Há muita coisa
Incompreendida...
Sei eu se quando
A tua mão
Senti pousando
‘Sobre o meu braço,
E um pouco, um pouco,
No coração,
Não houve um ritmo
Novo no espaço?
Como se tu,
Sem o querer,
Em mim tocasses
Para dizer
Qualquer mistério,
Súbito e etéreo,
Que nem soubesses
Que tinha ser.
Assim a brisa
Nos ramos diz
Sem o saber
Uma imprecisa
Coisa feliz.
Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"
Gente
Oh pá, vinguem-se nas compras, eu sei lá... Comam chocolate e satisfaçam a alma ou ponham-se a correr a meia maratona diariamente e passem por ele com uma mini saia diferente todos os dias. Tornem-se mais cultas, mais viajadas, mas sexys, mais desejadas... Quando o virem com a outra, ponham o vosso melhor sorriso e deixem escapar um "felicidades", mesmo que vos apeteça chorar até secar. Se se der ao luxo de vos ligar pela solidariedade, digam que estão com pressa porque têm um jantar à luz de velas. Mimem-se até se apaixonarem por vocês. Repitam de duas em duas horas "ele não sabe o que perde". Inspirem e corram atrás da felicidade. Sejam ainda mais autênticas, comportem-se ainda mais maduramente, relacionem-se ainda melhor convosco. Se vos convidar para a boda, ofereçam um presente que gostavam de ter. E apareçam com o vestido, os sapatos, o penteado, as jóias e o ar com que sabem que ele mais adoraria ver-vos. Agora... nem se armem em galinhas histéricas a arrancar cabelos à tipa, nem o matem a ele! Pelo amor de Deus... Vivam... e deixem viver!
Aprende-se de pequenino: o importante é participar! Nos jogos de equipa, não vale a pena amuar e fazer estrilho. Tornamo-nos maus companheiros. Há lá coisa mais triste que um ressabiamento descarado?! Se vos afecta, deixem claro. Mas depois, ala... E, além disso, quem pode achar que a felicidade é ficar com aquele só porque metemos na cabeça que é o tal?! O meu tal tem de me achar a sua tal. Andarmos agora a viver "tais" solitariamente... Poupem-me!
Má
Eu não gosto de ser má! Para dizer a verdade, acho que nem tenho grande jeito para isso... Assim má, má, má de má pessoa, de conscientemente pensar ou querer mal... De qualquer modo, a situação exige. Assim, eu espero que as pessoas que padecem de um grave mal de inveja e que devem ter rogado pragas todos os dias para que eu não concretizasse uma determinada coisa no próximo mês de Junho tenham uma crise de prisão de ventre que dure, pelo menos, dois meses. Se a isso se juntar uma valente camada de piolhos, então, estou satisfeita.
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
terça-feira, 3 de novembro de 2009
Verdades e assim-assim
Beijos apaixonados em dias como o de hoje seriam um grave sinal de uma patologia séria de não ligar nadinha às dores que nos consomem o físico, numa de "ai que a dor é psicológica e está a saber-me tão bem na alma"!
Vestir a camisola
Dormir um sono intermitente, de nunca mais de meia hora seguida, com dores de luto de dente.
Levantar às 5.30 da manhã.
Enfiar a primeira coisa que apareceu, olhar ao espelho e perceber que nem com creme o ar se compunha. Optar por uns brincos tcharam e pensar que podia ser que convencesse alguém que estava óptima.
Chegar a Coimbra às 7.00.
Partir para Évora.
Parar às 9.00 para beber um iogurte, tomar o antibiótico e repetir o anti-inflamatório.
Chegar às 9.30.
Reunir. Parte de apresentações: "Eu sou a R., sou investigadora de tal e tal, normalmente sou faladora compulsiva, mas hoje estou fisicamente limitada, pelo que podem desde já sentir-se abençoados... Vou falar pouco!" Risos e a prova provada que eu também não ajudo a que me levem logo a sério.
Tal e tal e vai de falar como se não houvesse amanhã:
- primeiro, eu tenho uma mania desgraçada que mais ninguém vai fazer aquela pergunta que eu tenho na cabeça;
- segundo, eu tenho um mania ainda mais desgraçada de esmiúçar os casos até ao ponto de já os saber de trás para a frente, por nomes e tudo;
- terceiro, eu detesto aqueles silêncios institucionais, tipo "ora vamos lá ver quem é que dá agora o pontapé de saída" e, normalmente, ponho-me a falar sempre que se calam por mais de cinco segundos;
- finalmente, amando o silêncio, eu também adoro uma boa conversa!
Às 14.00, a coisa finda-se, que foi de empreitada para ainda virmos de dia.
Despeço-me com um beijinho e quase espanco a senhora que decidiu comprimir um bocadinho mais a minha cara, mas não ligo.
Vou contente, ainda com efeito das milagrosas saquetas de spidifen, e vejo o meu reflexo numa montra.
E... cai o mito!
Pessoas da minha vida, eu comecei aquela reunião com a linda cara que Deus me deu (já estava um bocadinho inchada, mas ainda se via que era eu...) e acabei-a com ar de Fiona! Vocês não estão bem a ver... É que nem podem estar...
Agora eu pergunto, onde é que está a solidariedade feminina, hã?! Com mais quatro, sim, quatro, mulheres na sala, não houve uma alminha que me dissesse que se calhar era melhor parar de falar quando começou a ver-me encher como um balão?! Gajas, pá!
Almocei um quarto de omelete (não se mastiga) e meia sericaia (estava boa, dizem... eu não sei bem... era engolir e mais nada!).
Voltámos, numa longa viagem pelas lezírias, ao som do inconfundível Rodrigo Leão. Não contente com a minha situação, ainda me dei ao luxo de começar uma amena cavaqueira com o meu G. Mas foi quando ele disse "acho que é melhor tentares dormir" que se me acendeu a luzinha.
Vi-me ao espelho e a coisa não correu bem... Ele, que é amoroso e meu amigo do coração, diz que isto passa e que amanhã já nem se nota, que não está assim tãããooo inchado e que quem perde o siso, perde o juízo... Eu, ora tenho ganas de o espancar, ora lhe pergunto, com ar de cadela abandonada, se está muito mau, só para o ouvir mentir que "nãããooo, linda!".
Chegámos.
...
Estou novamente sob efeito das maravilhosas saquetas e só por isso é que posso relatar-vos tudo. E concluir que, tendo ido de camisa, hoje provei mais uma vez que visto sempre a camisola. E, à custa disso, fica escrito, eu não vou admitir que voltem a citar gente que não faz a ponta de um corno como gente válida e se achem no direito de considerar que eu faço tudo porque "olha que bom, ser moura de vez em quando". E pronto. E isto não é inveja, é um apurado sentido de justiça.
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
Dentista
Eu só ia tratar uma carie e fazer a limpeza anual...
Afinal, arrancou-me o siso, fez-me maus tratos ao osso que está com não sei o quê que até assusta, proibiu-me de mastigar, de falar ou de sequer abrir a boca... Deu-me uma carrada de remédio e disse que não me atrevesse a conduzir a reunião de amanhã.
Foram necessárias três anestesias e deu-me o comum fanico...
Marcou daqui a uma semana para tirar os pontos e daqui a duas para a limpeza.
Mandou-me descansar e manter a cabeça mais alta e deve ter passado procuração à minha empregada que já aqui veio duas vezes dizer que eu não tenho amor à saúde e que se me rebenta o sangue de estar enfiada no computador e nos livros ela é que não tem pena nenhuma, porque quem semeia ventos... (São muitos anos de convivência... tem total liberdade!)
E vocês perguntam se eu estou bem e eu só posso dizer: Sweet November!
domingo, 1 de novembro de 2009
Descubra as diferenças
...
EU AMO
a lua,
os meus amigos,
amores-perfeitos,
italiano,
a noite,
o amanhecer,
viajar,
dormir,
túlipas brancas,
massas,
sofás,
chá,
alegrias,
estrelas,
cheiro de terra molhada,
abraços,
sorrisos,
silêncio,
mãos dadas,
o meu anjo-da-guarda,
ler,
café,
escrever,
ficar a olhar para nada,
conversar,
cinema,
teatro,
conduzir,
kikos,
Coimbra,
cor-de-rosa,
minuins,
branco,
preto,
música,
dar,
receber,
fotografia,
o Francisco,
Itália,
brincos,
a minha mãe e o meu pai,
inspirar e expirar profundamente,
anjos,
sapatos,
o Natal,
princesas,
dar aulas,
pijamas quentes,
banhos longos,
chocolate,
ouvir dizer que saio à minha avó Rosa,
camas lavadas,
desenhos animados,
ovos moles,
escrever a lápis,
as tis,
amoras,
relógios,
carteiras,
os meus afilhados,
estar sozinha de vez em quando,
mapas,
massagens,
os meus sobrinhos do coração,
que me toquem no cabelo,
aprender,
sonhar.
(Recuperado de Janeiro. Adaptado.)
EU AMO
a lua,
os meus amigos,
amores-perfeitos,
italiano,
a noite,
o amanhecer,
viajar,
dormir,
túlipas brancas,
massas,
sofás,
chá,
alegrias,
estrelas,
cheiro de terra molhada,
abraços,
sorrisos,
silêncio,
mãos dadas,
o meu anjo-da-guarda,
ler,
café,
escrever,
ficar a olhar para nada,
conversar,
cinema,
teatro,
conduzir,
kikos,
Coimbra,
cor-de-rosa,
minuins,
branco,
preto,
música,
dar,
receber,
fotografia,
o Francisco,
Itália,
brincos,
a minha mãe e o meu pai,
inspirar e expirar profundamente,
anjos,
sapatos,
o Natal,
princesas,
dar aulas,
pijamas quentes,
banhos longos,
chocolate,
ouvir dizer que saio à minha avó Rosa,
camas lavadas,
desenhos animados,
ovos moles,
escrever a lápis,
as tis,
amoras,
relógios,
carteiras,
os meus afilhados,
estar sozinha de vez em quando,
mapas,
massagens,
os meus sobrinhos do coração,
que me toquem no cabelo,
aprender,
sonhar.
(Recuperado de Janeiro. Adaptado.)
Falling slowly
Naufrágio de esperanças. Navegante em acalmia. Serenidade e rumo.
Sei exactamente o que me move. Conheço bem o que me inunda.
Sweet November?!
Subscrever:
Mensagens (Atom)