segunda-feira, 11 de julho de 2011

Impaciência

Dou por mim a bater o pézinho descalço no tapete e com dores no joelho da outra perna, dobrada sob o meu corpo. Vai daí, levanto-me. Bebo um copo de água, estico os braços, penduro-me na porta da cozinha, toda esticadinha, a fingir-me de alta, e volto a sentar-me. Mais meia dúzia. Nada. Ou chumbos directos ou passaporte para oral. Levanto-me. Pego na tralha. Saio da secretária. Sento-me no sofá. Mais quatro. Nada. Levanto-me. Pego na tralha. Tremo os dois olhos com o nervoso miúdo. Raios, pá. Fogo. Isto não se faz a uma professora. Isto não se faz. Estou, neste momento, com tudo espalhado na mesa da cozinha. Enquanto corrijo, faço arroz de oregãos. Já bebi um bule de chá. Estou farta disto. Detesto corrigir exames. Então destes... ai. E há evidências de carecer de uma directa para acabar a empreitada. Uffa. Já estou enervada. Era correr tudo à lambada. Cada uma, sinceramente. Cada uma que até parecem duas. Até agora, desde as duas da tarde e... ainda só passei duas crianças. Ai. Aaaaaiiiii.

2 comentários:

  1. Como te compreendo. Se bem que no meu caso a situação passa-se muitos níveis abaixo, em equivalências ao 12º ano, em que nem por eu estar a dar matéria do 6º se safam. Às vezes fico a pensar se devia deixar de dar formação, se são eles que são mesmo muito burrinhos, ou se simplesmente não querem sequer dar-se ao trabalho de pensar (já nem digo estudar!).

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  2. Pipoca, o Professor com quem comecei nestas lides académicas dizia uma coisa muito engraçada. Sempre que chegávamos à altura das provas orais, ele chamava as assistentes e dizia "Não sejam brandas, mas... não lhes peçam para pensar. Isso sim, isso é um rude golpe para alguns. Peçam-lhes tudo... mas para pensar, para pensar também já é demais." :)
    Claro que, no meu caso, a grande maioria já pensa. São crescidos. Quase profissionais. Mas depois há fases em que parece que se juntam os piores todos, só para me consumirem a paciência :)
    Beijinhos e calma!

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