domingo, 3 de julho de 2011

Alberto e Charlene

Acho o tipo detestável. Parece que faz frete sempre que sai à rua. Pior, parece que faz frete sempre que se abeira da desgraçada da Charlene. Acho a miúda com um ar pesado para a idade, numa tentativa imbecil de parecer mais velha. Imbecil, porque idade não traz maturidade. A prova provadinha é o indivíduo com quem casou ontem. Estava gira. Não gosto muito de tecidos armados e gosto de rendas e bracinhos tapados, já sabem, mas não estava mal, a moça. Agora, estava infeliz. Bem se via. Um olhar deitado para longe. Uns beijos que pareciam o jogo do toca e foge. Desculpem-me lá os admiradores, mas o tipo tem ar de traste. E, cá para mim, se bem parece, melhor o é. E a miúda não me parece uma deslumbradita. Não. Olhem, não sei o que a faz ficar. Gostar dele, talvez. Ou essa inconsciência que nos dá três dias antes do tilt e que nos leva a crer que mudamos a malta, que por amor os gajos ficam porreiros. Lérias. O Alberto, até prova em contrário, é, cá para mim, um bocado estafermo, tanto mais que empata ali uma garota só porque já não está para aturar a pressão para dar o nó. O egoísmo não tem limites. Não aposto nada nesta união. Acho que a Charlene vai ser uma triste. E que é um bocado nova para ficar condenada à infinita tristeza de partilhar a vida com quem não a respeita.

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