Quando, na quarta feira, andava nas lides domésticas e limpava o pó à minha caixa de música, não sei como, desencaixei a parte do candeeiro e que é a que roda quando soa a melodia. Tentei, quase durante uma hora, encaixar aquilo. Via o sítio onde tinha de encaixar, tentava rodar a parte que me tinha ficado na mão e nada. Não conseguia. Aquilo caía novamente. Corriam-me montes de lágrimas pela cara abaixo. Estava furiosa. A minha caixa de música... Praguejava. Acabou tudo... ok... mas não posso ficar ao menos com a minha caixa de música?! Não consegui. Há bocadinho, quando vinha do banho para me sentar no sofá a ler mais um capítulo da tese da minha amiga em apuros tésicos doutorais, olhei para a caixa. Parada. Desmembrada. Uma sombra da minha caixa de música. Quase toda a magia daquele objecto se tinha finado. Peguei na caixa e na parte que tinha caído e tentei encaixá-la ao contrário do que na quarta feira tentei durante tanto tempo. Está perfeita. Afinal... o segredo estava em fazer as coisas ao contrário. O que, para quem conhece a minha caixa de música e a história que acabou, é de uma ironia indescritível. Sinceramente.
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