- falam só para não estarem caladas;
- não percebem que a família é um laço que vem muito do coração e pouco da razão;
- esquecem-se que todos nós passamos a vida a assumir papéis diferentes;
- ignoram que a felicidade está em ser filho, muito mais que em chamar pai ou mãe;
- fecham os olhos perante a realidade que está aí... à vista de toda a gente;
- pensam nos direitos dos outros sob o prisma dos seus direitos, como se cada um de nós não fosse um ser único na vivência de qualquer interesse;
- se irritam com o que nem sequer dominam;
- entram em pânico perante a possibilidade da felicidade alheia se fazer de uma maneira diferente da sua;
- medem, a régua e esquadro, os projectos de vida;
- resguardam-se o direito de opinar sobre tudo, mesmo que (eu acredito) tenham consciência da falta de oportunidade de um comentário;
- ainda não atingiram o que é a adopção;
- ainda não perceberam que a discussão não é adopção versus institucionalização, porque continuará sempre a haver crianças que não serão adoptadas, porque ninguém questiona que devemos todos continuar a trabalhar na procura por mais alternativas e, ainda assim, quer-me cá parecer, a institucionalização há-de mudar, mas não vai acabar, mesmo como resposta objectivamente definitiva;
- não devem ter visto a reportagem e ainda não perceberam que há outras maneiras de os casais de pessoas do mesmo sexo terem filhos, tal como qualquer outro casal e que, por isso, ninguém está aqui a defender o direito deles a terem filhos, mas o direito do João, da Ana, da Bia, do António, do Diogo e de outros a serem filhos;
- pensam que a nova lei equivale à descoberta da roda... quando, afinal, ela só atribui efeitos jurídicos ao que o Mundo sempre conheceu. A lei anda sempre atrás. Engana-se quem julga que inventa alguma coisa legislando. É a vida que nos dá matéria prima...
- deviam preocupar-se em ser felizes e mais nada... que isso já é tarefa para lhes dominar que chegue o espírito...
- podiam ter a humildade de reconhecer que não são as melhores do Mundo e arredores e que há sempre mais uma lição para levar para casa;
- que eu conheço ainda não atingiram todas o grau de maturidade que lhes permita dizer quem são... talvez porque, sabemo-lo bem, ninguém é... toda a gente vai sendo.