A casa (que linda) podia ser no rés do chão, com direito a jardim em toda a volta, ou no último andar, com varanda em toda a volta. Eu preferi a do último andar. A senhora disse que até agora fui a única, porque toda a gente delira com o jardim no centro da cidade de Coimbra. A seguir perguntou-me se tinha filhos. Eu respondi que não. E recuperei a frase para um ainda não. Então a senhora falou-me das vantagens de um jardim quando se têm pequenos em casa. E eu ouvi com muita atenção. Depois, calmamente, expliquei que gosto muito de jardins, que ela não deve ter lá recebido ninguém que gostasse mais de jardins que eu, mas que entre estar no jardim, a saber que os vizinhos podem controlar-me, e estar no último andar, numa varanda com vasos de tantíssimas plantas, ela que me desculpasse, mas eu era seduzida pela última hipótese. Mas a verdade verdadeira é que ainda me inquieta a questão das migalhas, que não lhe expus, mas vos relato agora. Há lá alguém que acredite que os vizinhos de cima, vendo cá em baixo uma relva tão verdinha, se inibam de a alimentar com as migalhinhas da toalha das refeições?! A sério... Venham dizer-me que sacodem a toalha sempre no lava-loiça, ou para o balde do lixo, que a aspiram, que a vossa família não faz migalhas... Não acredito... E não ia gostar de ter de catar migalhas nas cabeças dos meus mais que tudos...
Sem comentários:
Enviar um comentário