quinta-feira, 19 de março de 2009

Da lata e do AMOR

"E de um anel, mesmo de lata, tirar razão para uma luz de mim inteirinha."

Abri o blog com esta frase. Entretanto, decidi guardá-la.
Reponho-a hoje, noutro lado, porque extravasou a história do anel de lata.

Há algum tempo atrás, certa moça, irremediavelmente apaixonada, deu por si, ao som de uma canção de amor, a modelar um clip. Destacou-o calmamente do trabalho que a prendia ao Mundo e partiu. Com o fim da melodia, surgiu um anel feito do clip. Pô-lo calmamente no anelar e ficou só a olhá-lo, maravilhada. Aposto que se lhe tivessem perguntado no que pensava naquela hora, teria dito, pausadamente, sem desviar o olhar, "em nada". No fundo, havia já muito tempo que não pensava em nada. Contentava-se em sonhar. Sonhava sempre mais alto e desatava todos os nós do que pensava, sonhando. Hoje, olhando para trás, e conhecendo-a medianamente, peguei no clip arredondado e verbalizei-lhes: "sonhava, naquela hora, a felicidade sem tamanho que um anel assim de lata lhe traria. Bastava que o modelassem as certeiras mãos e delas brilhasse, com o clip, a confirmação do que é realmente precioso, num singelo "Amo-te!"".

Sem comentários:

Enviar um comentário