quarta-feira, 11 de março de 2009

É tempo!

CRÓNICA DE UM ESPECTÁCULO ANUNCIADO (Cortesia do ido poraquipasseieu)

Sexta-feira, 21 de Novembro de 2008 (17.45)
Júri
Em 22 anos de escolinha (entrei com 5 e vou fazer 27), houve uma única vez em que desisti de um exame... mais propriamente, de uma oral. Quarto ano de faculdade, verão de 2003 e eu na sala A da vetusta. Desisti porque não havia em mim forças para perceber o que estava mal e a razão para aquela cara tão feia virada a mim... Desisti e chorei todo o santo caminho até casa... mais por ter desistido do que por não ter subido à cadeira. Preparei-me a preceito para fazer nova oral de melhoria (sim... eu tinha passado na escrita) à linda matéria. E Setembro recebeu-me de braços abertos, confiante num júri louro da sala 7. Estava com um pé na porta quando da sala 8 sai a cara feia de Julho e me diz que a minha oral será feita por ela. E foi. E eu tive mini ataques de pânico sucessivos... um a cada dois segundos, durante a meia hora que durou a provação. No fim, subi dois valores, para uma nota mediana. Acreditei que era um bocadinho limitada naquela matéria. Muito triste, que eu fiquei. Gostava tanto daquelas coisas. Lá para o fim do curso, decidi-me a fazer o estágio e no fim da primeira parte deste havia um exame à matéria da cara feia. Fiz o exame certa da minha limitação genética para a compreensão daqueles problemas e... tive 18. Depois disso, mantive-me a trabalhar muito e a estudar muito o que circunda a matéria da cara feia, mas sem nunca lhe tocar directamente. Estou a uma semana de entregar tese em matéria próxima dela, mas inabalável no tique de não me meter em alhadas. E hoje soube que o meu júri de defesa (ou de agressão?) é constituído... pela cara feia. Eu não merecia esta provação. Juro, juro que não merecia!

Sábado, 22 de Novembro de 2008 (20.06)
Presentes de Natal
Eu adoro compras de natal... perco-me em cada escolha, analiso cada pormenor do objecto escolhido, faço ponderações de toda a minúcia à compatibilidade do presente e do contemplado...
Por esta altura do ano, normalmente já teria todos os presentes comprados e os dias que faltam seriam ocupados a fazer calmamente embrulhos e a escrever pequenas etiquetas personalizadas... Os meus serões de Dezembro costumam ser assim quentinhos, à lareira, e muito coloridos, entre fitas e papelinhos. Este ano, por causa da bendita tese, o natal é um sonho adiado, desesperadamente adiado... A lista dentro da agenda não tem ainda apontamentos, não há setinhas, nem asteriscos, nem nada. Mas hoje saí de casa por duas horas e... fui comprar sete presentes. Sete. E vão... sete! Fui a uma loja que gosta do natal como eu, que é feita de anjos e caixinhas e vidrinhos e luzes e flores e bombons e arte antiga e linhas modernas. Uma loja de mistura, como o natal. Uma loja para todos os gostos. Uma loja cheia, toda feita de pequenos detalhes. E... vão sete. Depois de entregar a tese hei-de dedicar-me a isto e ser mais feliz. Neste natal, aliás, quero ser mais feliz. Sinto que não serei uma pessoa mais feliz por ter acabado esta tarefa, mas não posso deixar de pensar que talvez fosse uma pessoa menos contente se não a terminasse. É um presente de natal que me dou. Dou sempre um a mim. Este natal, quero dar-me algum tempo, alguma paz, algum sossego, algum bem-estar a que a sensação de dever cumprido só pode ajudar. Aos outros, bem... a esses quero dar o que no momento exacto da hora perfeita me parecer a mais brilhante escolha.
Faltam 33 dias para o natal!
E já vão 7!

(23.59)
O cúmulo
... não sei bem de quê é estarem a tentar encerrar mais um capítulo da bendita obra, já a sonhar com o paraíso que deve ser uma pessoa ter fins de tarde e fins de semana, e a vossa mãe sair-se com esta pérola: "Ora entregas até dia 2, ora defendes lá para Maio, ora... olha... em Setembro já podes inscrever-te em doutoramento!"...
Mas mais cúmulo ainda é vocês rirem-se de nervoso perante o delírio da senhora e ela acrescentar num ar grave: "Não espero outra coisa. Aliás... nem tu!"...
E é nessa hora que vocês deixam de ter dúvidas... de facto era impossível serem normais se lidam desde o berço com gente com uma pancada tão forte!
Mãe: deixa-me só dormir duas ou três noites a oito horas e depois sentamo-nos e eu vou tentar explicar-te que isto não é propriamente o sonho de vida de uma gaja de 26 (27) anos! Ah... e aquela parte do "Ai que bom seria um dia fazer carreira académica"(?)... Esquece... Nunca prevariquei na adolescência, posso mandar papaias destas na idade adulta... Não me leves a sério!

Domingo, 23 de Novembro de 2008 (15.17)
Curriculum
Com a "coisa" tem de seguir também o nosso curriculum... Depois de feito e impresso, pedi à leitora de serviço (a mãe) para ver se faltam vírgulas ou sobram aspas. Ora, tendo eu deixado o respectivo em cima da mesa da sala, ouço o pai à hora de almoço: "Estive a ler o teu curriculum. Olha que já fizeste uma carrada de coisas."...
É por estas e por outras que eu acho que eles pensam que quando eu saio de casa é para ir às compras e que as passagens pela faculdade são mais para pôr bicas em dia do que para vergar a mola...

(19.42)
Alterações de humor
Por hoje já me passou a fase de achar que isto vai acabar bem...
Aliás, estou firme e hirta como uma barra de ferro, parada na casa que diz "volte 10 casas atrás ou desista de uma vez que é o melhor que faz"!
Estou no auge... do desespero...
Bem... e mais não sei... da última vez também achei que era o auge e afinal não era...
Eu não aguento mais isto... a sério... Não estou a brincar... eu não aguento mesmo mais isto...

Segunda-feira, 24 de Novembro de 2008 (13.51)
18/11
Uma tensão arterial a 18/11 é capaz de ser um sinal para acalmar...
Não sei... é um "suponhamos"...

Terça-feira, 25 de Novembro de 2008 (16.42)
Estranha forma de vida
Será isto, não uma forma de vida, mas uma forma de morte?
Sinto-me lerda...
Meia tonta, nem seguro bem a cabeça...
Escrevo automaticamente sem perceber se estou a melhorar ou a tornar a coisa mais embrulhada do que já está...
Enfim...
Se sábado sentir um bocadinho da sensação de dever cumprido, pode ser que isto me passe.
Se não, deixem-me só sossegada. Calada.
Não estou para nada...

Quinta-feira, 27 de Novembro de 2008 (0.31)
Adequação social
Vou para a cama chamar o sono a ler sobre adequação social das condutas...
Se conhecerem mais alguém que a dois dias de entregar a tese ainda ande a ler as obras da arguente, por favor avisem-me...
Estou a começar a achar que isto não é bem normal :(

(13.28)
Mãos frias
Se é verdade que a mãos frias correspondem amores todos os dias, ora eu devia estar a arfar de tanta aventura ramboieira...
Pois que não estou...
Ora se A e B resultam em C, e eu tenho A, mas não me está a acontecer C... tenho para mim que A pode ser combinado com outras coisas sem ser B... tipo D, E, ou até F! Certo?!
Não perceberam, pois não?! Temo que aconteça o mesmo ao meu júri quando eu aplicar a brilhante teoria ao direito penal... Temo... Mas pronto... pode ser só um perigo de perigo... e no fim não haver dano nenhum!
E com esta me fico...
Agora desembrulhem os neurónios!

(13.38)
Wishlist
Arrumar
os últimos
4 anos
assim...
numa estante
...
e ficar só
a olhar para eles!

Sexta-feira, 28 de Novembro de 2008 (9.38)
Para que conste
1) Amanhã ponho "isto" a fotocopiar e encadernar para estar tudo operacional na terça feira, último dia de entrega na escolinha;
2) Amanhã vou tentar comprar uns presentes de natal;
3) Amanhã quero ver se me deito mais cedinho e domingo quero ver se acordo mais tardinho;
...

Sábado, 29 de Novembro de 2008 (0.07)
Just to say
...
...
...
i finished :)

(18.15)
A tese!
Depois do "finished" de ontem... tive de me levantar às 6.30 para alterar um parágrafo da tese!
Apesar de tudo... está feita!
Todos me perguntam porque não me rio... todos dizem que não pareço feliz...
Sinceramente... não me apetece rir... e não sei se estou feliz...
Nem sei se estou aliviada...
Tenho um medo grande de que aquilo não seja nada do que esperam de mim... nada do que talvez eu pudesse ter feito...
A vida vai-nos ensinando que há coisas que não mudam... e eu aprendo essa lição quase todos os dias...
Sinceramente, não a sinto como um filho...
Sinceramente, não a amo...
Sinceramente, espero que isto mude e que um dia me aperceba que fiz o melhor que podia, porque sou assim... porque deixo tudo para a última... porque me perco... porque não sou bem talhada para este tipo de trabalhos...
Enfim... sinceramente...
Não se sente nada...
Eu só sinto que não sinto nada...
Só isso...
Mas pode ser que isto mude!
Sinceramente, espero que sim!

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