segunda-feira, 15 de março de 2010

Não!

Se um dia olhares para uma pessoa e lhe reconheceres umas imperfeições da pele, se pensares nela e chegares à conclusão que podia ser mais alta, mais baixa, mais gorda, mais magra, mais morena, menos morena, com mais cabelo, com menos cabelo, quem sabe até mais extrovertida, ou mais perspicaz, ou menos hipocondríaca, menos irónica, talvez até mais responsável ou mais descontraída, como era bom se estudasse mais ou então se lesse menos, a festa que farias se gostasse antes de rock ou se nunca te pedisse para fazerem uma corrida... e ainda assim sentires que te faz tanta falta como a brisa no verão e o sol no inverno, então talvez devas dar-te tempo... Se preferires e puderes, opta por uma viagem, sozinho, para longe e ao centro de ti. Inspira profundamente. Não entres em histeria. Serenamente, descansa. Pensa, sente... sente muito. Quando tiveres a sensação que já pensaste tudo, simplesmente porque te dói a cabeça e achas que, quanto mais pensas, mais baralhado ficas, então volta à tua vida. E leva-a com a normalidade das vidas reais. E fica atento. E se de cada vez que a tua pessoa te falar tu tiveres vontade de sorrir, não te esqueças de o fazer. E se de cada vez que a tua pessoa deixar de te falar te der para ficar de mau humor, fica. E se de cada vez que a tua pessoa te tocar tu te sentires especial, não te esqueças que nada te diz que não podes ser mesmo especial. E se de cada vez que a tua pessoa te magoar te apetecer chorar, não evites fazê-lo. E se o tempo for passando e tu fores percebendo que a tua pessoa não é perfeita e se, ainda assim, todos os dias te fizer mais sentido viver a vida toda de mão dada com ela, então talvez sejas a pessoa perfeita para a tua pessoa. Depois? Depois é só dar-lhe tempo para perceber isso. Tempo. Ela pode precisar de tempo. Se até o tempo precisa de tempo...

1 comentário:

  1. Lindo. Parabéns ( pela escrita e,sobretudo, pelas emoções).

    Bj.
    C(EN)

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