Daqui: http://explodingdog.com/
terça-feira, 31 de janeiro de 2012
Para o mano
Salmão no forno, em cama de cebola, alho e azeite, temperado só com sal, pimenta preta e sumo de limão. Arroz de pimentão doce. Espinafres ao vapor. Queijadinhas da Miss Glitterin.
Cá em casa janta-se com o mano durante estas duas semanas, em que as aulas do petiz já recomeçaram e as dos amiguinhos e colegas de casa ainda não.
Maça assada... minha querida e adorada maça assada!
O resto ainda não é suficientemente tolerado pelo meu dente para me fazer evitar um grito de dois em dois minutos. Era isto ou Nestum mel. Fiquei-me pelas maças. Se entretanto enjoar, viro-me para o Nestum.
Ainda assim, e porque não vou obrigar as pessoas que me visitam a ficar-se pela maça, hoje foi dia, depois de almoço, de experimentar isto. Metade da receita e, a olho, 4 ovos pequeninos. A ver...
segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
Está a baixar em mim a histeria...
Daqui a menos de uma hora volto ao dentista. Supostamente, o meu dente, depois de todos os cuidados, devia ter dado tréguas até hoje. Mas não. Desde sexta que me inferniza. Again!
sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
Quintas de cinema em casa
Já tinha saudades. Já tínhamos todos saudades, acho eu. Hoje começámos por um jantar de amigos, cheio de cumplicidades e risadas... e acabámos aterrados no sofá a ver um filme hilariante, daqueles que não exigem que se pense muito e que têm música de constituir família e flashs de rebates de consciência e motivação colectiva que invariavelmente me levam às lágrimas. Cuidado com o que desejas. Foi tão bom. É sempre tão bom voltar que estar agora em casa a responder a mails e a preparar coisas para amanhã de manhã nem custa tanto. Daqui a pouco durmo, aqui na sala... ou então, assim a cápsula de fenistil me permita... na cama. Às oito volta tudo ao normal.
quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
Almost done!
Eu esperava por isto há muito tempo
Mesmo muito. Porque ando cansada, farta mesmo, de sentir que falo para uma parede, que acham que tenho tiques delicodoces de quem se julga muito melhor do que aquilo que é. Não julgo. Aliás, tenho até, segundo parece aos mais próximos, o péssimo hábito de apequenar os êxitos, de os desvalorizar. Também não concordo. Sou, em geral, orgulhosa do que sei que faço bem e consciente relativamente ao que sinto não ser a minha vocação, só isso. Mas hoje saíram os resultados dos inquéritos pedagógicos aos alunos. E, em 5, a minha média é 4,7, sendo certo que são muitos, muitos items, mas me apetece destacar dois. A pior nota, um 4,5, vai para a "adequação da quantidade de informação ao tempo disponível por aula". Afinal, eu não tenho culpa que façam programas de metro. Não me sinto abalada, portanto. Mas depois, por exemplo quanto à "apreciação global da qualidade do docente", vejo lá escrito um 4,8! Esperava por isto há muito tempo. Há muito que esperava pelo dia em que seria avaliada por quem me vê trabalhar e não apenas por quem nem sabe quem sou eu mas calhou de nascer muitos anos antes de mim. Grata.
Para mais tarde recordar... em tempos de queixume Presidencial.
São 405, 46. Isso mesmo... 405, 46. Com as devidas distâncias, fazem-me lembrar os 74, 67 da primeira escala na Relação. Mas agora é um bocadinho pior, porque não dá para pedir o merecimento dos autos e sentar-me. Era deprimente de ridículo, apetecia declinar. Agora é deprimente de injusto. E quase apetece chorar. Enfim.
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
Boas...
Ficou para quinta. E ainda bem. Que estou capaz de os correr à chapada se os encontro. 50% entende que a excepção em causa é a do "risco premetido"...
Verdades e assim assim
Se amanhã, por voltas das 11h, tiver isto pronto para lançar notas, torno-me, definitivamente, a minha maior fã.
Adeus.
Digam-me que o trabalho escravo já não é permitido!
São ZERO HORAS E DOIS MINUTOS. Ou seja, PASSA DA MEIA NOITE. Acabam de ligar-me a perguntar se posso fazer júri de provas orais um dia desta semana.
Digam-me que também não acham normal. Atendi com o coração em prantos a pensar que tinha morrido alguém ou que a Cabra estava no chão. Afinal... não. A sério... como diz o G., eu tenho qualquer coisa que atrai almas do purgatório à minha vida!!!
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
O meu presente "mais melhor" do fim de semana
G: Quem é meu amigo? tu és meu amigo?
:-)
By Kique (3 anos), ontem à noite, quando interpelado pelo pai (o melhor amigo G.)!
sábado, 21 de janeiro de 2012
:)
As aulas correram mesmo bem e agora vou jantar com gente amiga. Amanhã logo volto a pensar em corrigir exames. Not today :)
sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
Pequenas grandes coisas
Mum: Boa sorte para as aulas de amanhã.
Me: Obrigada.
Mum: Olha, já sabes se vens jantar ou se só vens domingo de manhã?
Me: Ainda não. Depois amanhã logo decido.
Mum: Está bem. Eu, de todo o modo, estou em casa todo o dia. Só devo mesmo sair para ir ao Derby.
Me: Onde?!
Mum: Ah... ao Derby. Os meus alunos jogam amanhã contra os garotos de A. e eu vou lá vê-los e torcer por eles.
Me: Ah... tá...
Os alunos da minha mãe têm entre 6 e 10 anos e pertencem a uma equipa de futebol amador de uma aldeia com bem menos de 500 casas. Vão amanhã jogar contra os putos de uma outra equipa, que pertence a uma aldeia com seguramente menos de metade do tamanho da nossa. Ainda assim... a minha mãe diz que amanhã vai ao Derby.
Fartei-me de rir :)
Ah... Parece que o meu pai vai com ela!!!
Opções
MUITO FORÇADAS!
Eu podia estar a jantar sushi com amigos, mas estou em casa a corrigir provas.
Insultá-lo faz-me subir a tensão
e é por isso que o/me poupo.
Cavaco diz que as reformas dele não chegarão para
pagar despesas*
Ainda assim, quero só esclarecer que não estou aborrecida (não quero dizer isto em linguagem asneirenta, entendem?!) porque o senhor ganha 10.000 euros e acha pouco. Cada um sabe de si. Acho lindamente que haja gente a ganhar valores com zeros a perder de vista. A sério. A minha indignação advém da lata do senhor em mencionar a supressão do seu vencimento, não passível de acumulação com as pensões. Isso é que me choca. Porque haver quem ganhe muito no privado, quem construa empresas e vire rico, por mim está óptimo desde que contrate pessoas e as trate com decência. E quem ganhe muito pelo que faz no público, bem, mesmo, abrace cada tarefa como uma profissão, idem. Agora achar que a política (que deve, na minha opinião, ser missão de altruísmo, razão pela qual odeio o carreirismo político, acho uma cambada de gente inútil quem nunca deu provas em mais lado nenhum, nunca desceu ao mundo cá de baixo, nunca viu como era na vida, a experimentar, quem se embonecou em imberbe e desenvolveu aos trambolhões nos corredores dourados onde se decide a vida de todos nós) é para ganhar dinheiro, que o serviço à nação é para pagar despesas, que é legítimo ser choramingas diante do povo que, tristemente, o fez alapar-se nas cadeiras do poder, isso, minha gente, é que eu considero um insulto. E se há coisa de que eu não gosto é de ser insultada. A fila anda, meu caro. Há muito que tínhamos percebido que por aí cirandava mais por si que por nós. Juro-lhe: não é obrigado. É um favor que nos faz por-se a andar. Eu sei o que vai dizer-me, descanse. Que não há alternativas e mimimi. Concedo. Só não me peça é que me cale e insista em caçar os piolhos com as mãos por preguiça de ir buscar o pente de dentes juntos.
Os piolhos são uma coisa que me dá nos nervos. Achei que assentava que nem uma luva a comparação. Não a tome a peito. Sou uma reinadia. E sei que é maior. E mais perigoso. E, pior, que não há quitoso que nos valha.
*Não consegui copiar o link. Vão ler ao Público.
E se os atirasse ao ar?!
Calma. Estava a brincar.
Mas lá que apetece, ai isso apetece. A última nota foi um 2.
Dai-me paciência... por esmola!
O chá de hoje é de pétalas de rosa. Preciso de estar mesmo inspirada.
Já disse que O-D-E-I-O corrigir exames?!
quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
Parece que os recibos verdes vão ter subsídio de desemprego
se pelo menos 80% da sua actividade for para a mesma entidade.
Ou seja, estamos a falar dos falsos recibos verdes.
Desde que ouvi a notícia que, sempre que a dita me vem novamente à lembradura, hesito. Na verdade, não sei se era uma piada e eu não percebi mas devo rir-me, ou se nos estão a lixar com F e nós a vermos e, nesse caso, preciso chorar?!...
A cocó
Pessoas, eu não conheço a Sónia Morais Santos. Nunca a vi. Nunca falei com ela. Acho até que nunca publiquei sequer um comentário no blog dela. Apesar disso, o cocó na fralda está ali na lista dos do lado desde sempre. Tudo porque gosto genuinamente de ter heróis de carne e osso e, estando certinha que a Sónia Morais Santos não é perfeita, ela revela no blog ser uma pessoa do bem. Ora eu aprecio gente do bem. Gente amiga de ajudar, gente disposta a fazer outra gente feliz. A somar a isso, a Sónia Morais Santos tem, segundo deixa perceber para quem a lê, uma família, mas assim uma família na verdadeira acepção da palavra família: pessoas pequeninas amadas por crescidos, crescidos que se adoram, cumplicidades com avós, manos e amigos. Porque a família, esta de que vos falo, a que todos deveríamos ter, estende-se aos amigos, irmãos do coração, sobrinhos para lá do que dita a lei, enfim. Pois bem, o cocó na fralda faz anos hoje e a Sónia Morais Santos está feliz de doer por poder mimar os seus seguidores. Fez para ali uns cabazes cheios de coisas bonitas e boas, cheirosas e mimosas, relaxantes e viciantes. A malta não precisa de fazer nada de extraordinário para habilitar-se aos referidos cabazes. Nem pinos, nem mortais, nem sardões na careca, nada. Só precisam, além de responder a umas perguntas, mas fáceis, de provar-lhe, com fotos ou vídeos, que gostam do blog dela. E isso é fácil. Mesmo fácil. Porque o cocó na fralda é um blog quentinho, com aroma de gente, é um sítio onde uma pessoa se sente em casa. Ela é feliz, esforça-se, faz por onde, mas, acredito, lá vai gerindo os pardos da vida e alcançando os momentos de felicidade que fazem as pessoas brilhar. Eu não conheço a Sónia Morais Santos, mas acho que ela deve ter os olhos brilhantes de quem ama a vida. Adoro isso. Meus amores, eu não participarei no concurso. Nunca participo nestas coisas, até mais por comodismo que outra coisa. Desta vez não será diferente. Mas gostava muito que participassem, porque acho que ela vai ficar feliz se vir que o que sonhou para este dia (com direito a contagem decrescente e tudo) não foi uma coisa tola. Não, foi um presente para gente que também gosta dela, que se identifica com o blog dela. Não me perguntem a razão pela qual me deu para escrever este texto. Também não sei. Apeteceu-me. Vão lá participar. Se ganharem alguma coisa, venham cá contar depois. Se a conhecerem, mandem-lhe um beijinho meu. E aos pequenos, foffis, tão foffis, que ela tem lá em casa. Gosto da senhora, o que é que se há-de fazer?!
Verdades e assim assim
Pensem comigo:
e não é normal que ao fim de anos a gostar sempre da mesma pessoa, a querer sempre a mesma pessoa, a moldar cada vinco de personalidade na esperança de amaciar e aproximar a mesma pessoa, uma mulher leve tempo a perceber que, ooops, quer mudar de pessoa?!
e não é ainda normal que ao ver o coração partido pela nova pessoa, a mulher, carente de doer, volte a acomodar-se na história que já conhecia, pelo menos o tempo suficiente para desempoeirar a vista e reconhecer o luto?!
e não é, finalmente, normal, que quando tudo passe nem custe aceitar que há muito só restava... o apego ao conhecido, o medo de virar a mesa, a incapacidade de dizer "já passou"?!
Então não é normal?!
Claro que é!!!
E, além disso, questionar faz parte. E duvidar. Tal qual como depois voltar a assentar que "ainda bem".
É normalíssimo.
Tão normal que se as portas não estiverem assim tão bem fechadinhas nem a vida daí para a frente tem o gosto a mágica descoberta que se quer.
É tudo normal. E leva tempo.
Portanto, não te preocupes. Be happy, be smily, be free, minha pequena pessoa!!!
A sondagem - vamulá minha gentchi!!!
Eu sei que é feio pedir favores e não explicar as razões dos ditos. Por isso, deixo-vos a intenção de, assim sendo possível, um dia vos dizer o porquê. Hoje, ainda não. Hoje, fica só mesmo o favor.
Para quem não conhece Pequena R.:
Quem é ela?! E que blog é o dela?!
Para quem conhece Pequena R.:
Quem sou eu?! E que blog é o meu?!
Não se deixem influenciar mutuamente. E não é para dizerem o meu nome completo, a naturalidade ou o BI. É um "quem é" que pede muito mais que isso. E eu sei que vocês me entendem.
Muito grata (a vós, 3 pessoas que normalmente me leem).
Pequena R.
quarta-feira, 18 de janeiro de 2012
A fúria...
Estou há duas horas a caçar plágios na net. Já gastei uma resma de papel a imprimir as provas do delito. Tenho ali discurso para mais de uma hora.
Podem não acreditar, mas estou tristíssima. Odeio ser polícia. Tenho uma pena descomunal que me obriguem a isto, que se prestem a este papel, que continuem a tentar engrupir-nos. Irritam-me. Irritam-me tanto estas teses de mestrado.
Saudade
Há pouco mais de um ano, numa tarde solarenga de uma quinta feira de Novembro, depois de ter almoçado no miradouro pertinho do Castelo, ali quando se sobe do Limoeiro, no caminho de volta para o trabalho, vagarosa, dei de caras com uma Rua da Saudade. Na altura, munida só de papéis e canetas, não tinha como captá-la senão com a câmara fotográfica de um telemóvel pouco moderno - o meu. Foi o que fiz. Eternizei aquele encontro numa imagem que não descurou uma corda de roupa branca numa varanda. Segui o meu caminho. É a imagem que ainda hoje está no fundo do meu visor do telefone. Muito semelhante a esta. Mais bonita, com a corda da roupa a dar ares de gente viva ao detalhe de um canto. Naquele dia, não consegui evitá-la. Morria de saudade cada bocadinho meu, cada espasmo da minha alma, cada perplexidade da minha redescoberta de mim. Como hoje.
terça-feira, 17 de janeiro de 2012
Uffa!
Acabei as apresentações para sábado e a revisão de um artigo para enviar. Agora vou preparar as perguntas da defesa de amanhã. E depois volto aos exames.
Mas neste momento preciso de um banho. Preciso de água de chuveiro na cabeça, para ver se desanuvio. E de ir dois minutos para a varanda respirar o ar da noite, que tudo cá em casa me cheira a papel e neurónios sobreaquecidos.
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
E se?!
Sabem quando pensam "E se?!"?! Ontem vi o filme Instantes decisivos e, também por isso, passei o dia de hoje com o "E se?!" que julgava extinto a baloiçar-me na memória. E se, naquele dia, àquela hora, eu tivesse feito/dito/escrito/...?! É um disparate. E a prova disso estava tão perto. Num poema. Um dia disse-lhe isto tudo. Não havia de ter sido preciso mais nada...
"A felicidade está sempre em outro lugar,
aquilo que chamamos felicidade, uma música,
uma ventania, um campo de milho
ao longo da estrada, os meus filhos
rodeando-nos, as tuas gargalhadas,
a roupa desarrumada, as janelas abertas.
Escrever sobre o assunto não o faz esquecer;
pelo contrário - ele vai e volta, como tudo.
Outros assuntos: um homem e, sendo assim,
uma mulher, deviam aprender a dançar,
por exemplo; deviam recolher a água da chuva;
deviam viver em outro país, entre
estranhos; deviam coleccionar fotografias
e guardá-las para os tempos que hão-de vir.
O tempo que há-de vir é a substância
do amor, tal como a poesia devia falar
da semana que vem, das penumbras,
dos reencontros depois de muitos anos,
da paisagem que atravessa os sonhos,
antes que alguém pergunte a meio da noite:
Que acontecerá depois disto? Somos dois estranhos?
Mas não se devem fazer muitas perguntas,
tal como não se deve deixar o coração à solta,
destruindo a nossa vida. Os poetas
mencionam muitas vezes o coração,
mas muitos deles, solenes, nunca ouviram
esse ruído da areia nos desertos -
e, como nós, afinal, temem o amor vulgar.
Mas são meticulosos, os poetas, esperam
o reconhecimento por uma rima fatal,
lânguida, cheia de coisas baratas que se encontram
nos dicionários. E tem o seu efeito no verso,
é preciso reconhecer, desviando-nos da pequena
vulgaridade e dos negócios de família.
Mas eu talvez possa falar do amor vulgar:
faço o jantar quando chegas a casa,
arrumo os livros, despejo os cinzeiros,
tratarei das vacinas, choro se for preciso
- mas nunca choro. Os poetas sensíveis
choram, sim, e procuram o nome das árvores,
as mais raras, o amor enche livros vastíssimos,
intenso, como um mundo que começa.
Que acontecerá depois disto? Fazes então
a pergunta e não sabes a resposta - esse
é o amor vulgar, como um retrato de todos nós,
uma espécie de comoção. Mas não fazes
versos ao entardecer e ocupamos a noite em tarefas
mais desprezíveis: ouves a minha respiração,
ouço a tua, pensamos em sexo e em trovoadas,
culpamo-nos de pequenas coisas, tarefas
irrisórias, nada de elevado. Na verdade,
o amor vulgar ama essa despreocupação, ou
o desinteresse pela metafísica, pelas epopeias
interiores, pela grandiosidade de estilo, o brilho
das pérolas no fundo do mar - como nós, rindo
para suportar a insónia, escutando os carros
que passam na estrada, o vento empurrando o lixo
durante a madrugada, quando vem a primeira
luz, a mais fria. Que acontecerá depois disto?
Quase nada. Partes de repente e corro pela rua,
perseguindo o resto do teu perfume, arrependid(a).
Fico como uma figura de romance, desses vulgares,
ensoanad(a) no meio de uma estação vazia,
olhando para um comboio que partiu, e choraria
se fosse preciso - mas não choro, nunca choro.
As lágrimas são frequentemente uma armadilha,
um de nós sofre agora, depois o outro,
o amor é um assunto igual em toda a parte,
frequentemente nos esquecemos de que há coisas
mais importantes para falarmos desse enigma:
o que acontecerá depois disto? Somos dois estranhos?
Digo muitas vezes o teu nome sem saber que
também dizes o meu. E não sabemos, nunca saberemos
o que é o amor, somos gente vulgar, evitamos lágrimas
e metafísica, jantamos tarde, arrumamos a cozinha,
temos medo; depois tu partes, eu persigo
os teus passos quando te afastas na minha direcção.
Francisco José Viegas
Tirando a parte de eu fazer o jantar... é perfeito!
Só porque gosto de ti todos os dias..."
Help!
Alguém me sabe dizer se é possível e como é que se faz para eu, num mac, estar a trabalhar dois documentos em simultâneo sem ter de estar a minimizar sempre, ou seja, estando sempre a comparar os documentos?! Estarem assim as duas janelinhas abertas e eu a fazer rolar ambos os documentos e a ver sempre aquele em que estou a trabalhar, mas também o outro, como duas páginas de um livro aberto...
Deu para entender?
Dá para fazer?
Quem é amigo/a e diz como?
Grata :)
Ai, pah!
Brasil: mão de obra portuguesa é "bem-vinda"
E o meu tema de doutoramento, que assenta que nem uma luva no Brasil, que encontra no país pano para taaaaantas mangas...
E depois vou e penso... "emigrar?!... mas eu nunca quis emigrar"!!!
Não me dou com a desorganização, é um facto!
Abro o mail de manhã e tenho um convite muito gentil para uma aula xpto. No fim, anunciam-me, "esta acresce, com grande gosto do público, àquela em que também contamos com V.ª Ex.ª, no dia 7 de Fevereiro". Abri a agenda e pensei "ou estou doida ou ninguém me tinha comunicado que dia 7 dava tal aula". Não estou doida. Ninguém me avisou. Eu adivinho. Dia 7 levantava-me, baixava em mim a Maya e lá ia eu toda contente a caminho do Porto. Adoro o público e adorei a experiência de outros anos neste curso, não sei quem devia ter-me avisado e não me interessa... só sei que não me dou com a desorganização. Por acaso, mas assim só naquela, dia 7 nem me dá jeito nenhum...
domingo, 15 de janeiro de 2012
Cinzento - um post com nome
Que na vida, tirando o preto e o branco, nada, mesmo nada, é preto ou branco assim sem mais... todos sabemos. Mas... Andamos demasiado enfadados para, nas particularidades mais sérias da existência, nos determos o tempo suficiente para reconhecer que essa coisa dos lados é uma infantilidade e espartilhamos as opções que fazemos sem desperdiçar o conforto da máxima "quem não está por mim, está contra mim". Sonhamos muito... e alto. E é nisso que revelamos a perfeição maior. Quando concretizamos, ou nos martirizamos pelo bolor do ideal ou aceitamos, resignados, a lógica do assim-assim. Numa ânsia de domínio sobre o nariz, arredamos a crítica e avançamos de modo implacável pelo que anunciámos, tantas vezes quando já perdemos a vontade de o fazer. Toleramos tudo, menos perder. E mostrar fragilidades. Dizer "Não sou capaz". Cumpro escrupulosamente esta mesma receita para ser gente, reconheço-me as características todas de quem não passa de normal. E, no entanto, ao assistir há pouco à reportagem da TVI sobre a devolução de crianças em período de pré adopção, não esqueço a mediocridade com que, há pouco mais de dois anos, me dispus a conhecer-lhes as histórias. Todas, sem excepção, têm um ponto final. E nem só de coisas tristes vivem os que amassam estes "era uma vez". No entanto, invariavelmente, sempre que recordo alguns, questiono-lhes a pontuação. Se são erros?! Não creio. Perdi a inocência quando parti o espelho e vi a história de todos os ângulos. Não há vencedores e vencidos. Pior, muito pior... não há os bons e os maus. E é isso que faz estas histórias insuportáveis. Porque seria bem mais simples, como na TV, aceitar que as coisas são pretas ou brancas. Mas não são. E têm a pontuação toda mal.
E sabem, ainda não conheci ninguém que me tenha provado que é a mão dos homens a que pode mudar os pontos...
Este post não quer comentários. É que este post, assim cinzento, tem o meu nome no fim.
Sinceramente
Sinceramente, o Mundo deve andar um bocado enganado a meu respeito. Só pode. Mais uma vez, outra, enfim..., já lhes perdi a conta, tenho uma amiga que me liga e comunica que intimido os meninos. Desisto. Recupero para aqui este post e mais nada. É que já nem discuto, que não vale a pena. Sinceramente...
O dilema
Não é o da Maya. É mesmo o meu.
Vou ao jogo. Não vou ao jogo. Vou ao jogo. Não vou ao jogo. Vou ao jogo. Não vou ao jogo. Vou ao jogo. Não vou ao jogo. Vou ao jogo. Não vou ao jogo.
Se o vosso melhor amigo vos ligasse a convidar para ir ao jogo hoje à tarde, se ele fosse adepto do Vitória de Guimarães daqueles que acha adequado partir cadeiras na cabeça a benfiquistas e atirar garrafas cheias à testa dos que gostam do Braga, se o vosso bilhete fosse para estar no meio da mancha do Vitória e se o vosso coração ameaçasse explodir quando em jogos desses não grite B-R-I-OOOOOOO-S-A... o que é que faziam?!
Pois... acho que tenho de pensar!
Samuel Úria
Talvez por ter sido a primeira, por tê-la ouvido pela primeira vez há quase um ano e por ter sido um presente, será sempre a minha preferida.
Surpresas boas da vida
Ontem, acabei a noite com a minha Raquel, ao som de música da boa e num ambiente quentinho de gente animada. Matei saudades, fartámo-nos de conversar, conheci gente simpática e tive palpitações cardíacas das felizes quando percebi que estava no aniversário do Busto, devidamente acompanhado do Bruno Aleixo. Esta coisa de me dar com quem é tu cá-tu lá com famosos tem muito que se lhe diga. Recuperei a custo cruzar-me com dignos representantes da mui ilustre e adorada Pitagórica e confirmei que com a Raquel é certo e sabido que há aventura rodoviária. Se em Lisboa fizemos o circuito "Bar aberto", em Coimbra fomos (mesmo) matar saudades ao Retail de Eiras para seguir da Conchada para a Solum. De caminho, passámos pelo Ingote, que as emoções não são para adiar. Depois de a fazer prometer desconsiderar o caos da sala, disse-lhe "Bem vinda" e pus a água do chá a aquecer. Preguei-lhe uma seca que só não foi de meia noite porque já eram três da manhã a ver fotos e o filme dos 30 e ouvi, embevecida, as aventuras de uma avó especial. A minha Raquel, se outros não existissem, seria já motivo bastante para assinalar 2011 no calendário como um ano que valeu a pena. Ahhhhh. Foi tão bom!
sábado, 14 de janeiro de 2012
Sábados e sábados
Há quem use os sábados para as limpezas. Os meus vizinhos de cima devem ser exemplo disso mesmo. Passaram a manhã a aspirar e sacudir tapetes. Há quem use os sábados para o exercício ao ar livre, para visitar amigos, para sofazar a consumir séries de empreitada, para pôr em dia manicure e pedicure, para fazer pós graduações ou mestrados em dias que não impliquem deixar de trabalhar durante a semana. Há quem use os sábados para acrescentar um dia aos cinco de serviço precedentes e fazer mais do mesmo e há quem o use para namorar, fazer compras ou preparar-se para domingo, o dia tradicionalmente associado ao descanso semanal. Sempre gostei muito de sábados. Em minha casa nunca foi o dia de limpezas. É o dia de ficar por ali a descansar, dormir até tarde, fazer lanchinhos a vagar ou chamar amigos para um chá. É dia de ir à casa dos avós de baixo apanhar fruta ou colher legumes para fazer uma sopinha. É o dia de ler o jornal com mais atenção e por a Sábado e a Visão em dia. É dia de arrumar gavetas, pôr os alinhados por conjuntos e coisas assim. Gosto. No verão, nunca fazemos praia ao sábado, por exemplo. É dia de reunir com amigas e ir por aí, noite de teatro ou cinema, enfim. Mas em Janeiro, Fevereiro, Junho e Julho, os meus sábados, de há uns anos para cá, são ocupados, muitos, mesmo muitos deles, de outra maneira, bem menos gostosa: a corrigir exames. Hoje é o dia 1 da empreitada e já desde as dez da manhã que acho que tenho vontade de me queixar. Portanto, tirei o fato de treino que tinha vindo substituir o pijama, vesti-me normalmente, montei o acampamento cigano de provas na varanda fechada, muni-me de muito chá, tanto, e para aqui estou. Pelo meio, inventei um almoço com massa (what else?!) e comprometi-me a visitar uma amiga doente. Tenho uma banda sonora baixinha e calminha e a cidade aos pés e no horizonte. Como a varanda é toda fechada com vidro, está aqui morninho e volta meia volta o sol espreita ali nas nuvens que desde cedo se acomodaram do meu lado direito, por cima do rio. Já que é para penar dias a fio a ler letras difíceis, ao menos que se vão inventando escapes para o mau humor. Agora vou sair e fazer uma caminhada de uma meia hora até casa da amiga, estar com ela e voltar. Depois retomo a saga peregrina. E assim sucessivamente. Ainda são só os primeiros 135. E gostava muito de lançar estas notas até sexta feira, mas a minha vida não é só isto, embora, nestas alturas, frequentemente, pareça. São sábados, pessoas, são sábados.
sexta-feira, 13 de janeiro de 2012
Sexta Feira Treze
Podia dizer que cumpriu a sua função, mas depois penso no que a Sónia manda pensar aqui e digo...
Eh pah, não, estou bestial, óptima, diria mesmo!!!
quinta-feira, 12 de janeiro de 2012
Muito bom!
E quando uma mulher se habitua de tal maneira a estar sozinha que quando ao fim de uns tempos dorme com um homem e lhe perguntamos "então e depois?", ela responde "já tinha havido tanta actividade e ele continuava a falar e eu estava tão morta que só pensava "Eh pá já te calavas, não?!"?! Ahahahahahahahahahah :) Eu, que sou uma romântica incorrigível, embora disfarçada, desanquei-a, com pena do mocinho. Mas agora, que me ponho a pensar na cena, só me dá vontade de rir. De facto, o nosso modo "tanto mel que até escorre" já teve melhores dias, cachopa :)
Hoje, cá por casa!
As minhas violetas de volta :)
Restinhos de perfume a Natal para durarem todo o ano.
Uma túlipa a nascer:)
Salsa.
E um bolinho para as visitas.
Receita daqui.
quarta-feira, 11 de janeiro de 2012
A tia mainóva
A minha tia mais nova tem 34 anos. Isto de os meus avós terem tido 12 filhos deu direito a sobrinhos mais velhos que tios e irmãos padrinhos de irmãos e primos que saem à noite com pais de outros primos. Enfim... é um bocado confuso para quem tem famílias pequenas, acredito, mas a gente lá se vai entendendo. Dá uma trabalheira fazer árvores genealógicas na primária, mas era óptimo para me dar ideias de casos práticos de família e sucessões. Para o que conta, a tia mais nova é, acima de tudo, uma grande amiga. Acontece que a tia mais nova, profissional irrepreensível e reconhecida pela chefia que importa, tem uma alga (peço desculpa às algas pela ofensa!) que está dois postos acima dela e que lhe faz a vida num inferno. A alga está uma série de lugares abaixo de quem manda mesmo e a minha tia podia dedicar-se a fazer-lhe a folha, mas é bem filha da minha avó e rapariga apegada aos melhores valores que regem a humanidade. Assim sendo, a tia chora. E liga-me, às vezes. Hoje precisava de partilhar um mail em que a alga, mais uma vez, decide, com muito sucesso, armar-se em parva. A tia gemeu. Eu fiz mimos telefónicos. A seguir a tia mandou o mail. Eu respondi isto:
Ora bem...
Talvez por me considerar uma moça clássica, eu cá tenho mais facilidade a interpretar o teu relatório que a apresentação de ********, que tem cores a mais e todas um bocado para o garrido, o que me fere a vista.
Entretanto, quanto ao mail:
- não tenho muitas palavras;
- as palavras do senhor dizem tudo;
- a criatura sofre de baixa autoestima e isso é notório;
- só assim se justifica que queira parecer a oitava maravilha... coisa que, tenho a certeza, sabe que não é;
- escreve mal... o que é uma pena... porque ao menos podia ser cagão mas com estilo. Assim não, é só anedótico.
- Alguém lhe diga que é "antes de mais" e não "antes demais".
- Precisa muito de fazer valer a sua hierarquia relativamente a quem está abaixo,
- que é uma coisa que toda a gente sabe ser desnecessária para os verdadeiros líderes.
- Este espécime não é líder, não pode ser chefe e não sabe mandar.
- Peço-te que, de hoje em diante, o olhes com compaixão... sim, compaixão... Compaixão por um triste homem com delírios infundados de superioridade.
Em suma, é um tótó.
Beijinhos*
P.S. Gosto taaaaaaannnnntooooo di ti :)
E entretanto
agora vou aqui fazer uma pausa e comer qualquer coisinha. Está-me a dar a fome. Pudera. Não lanchei, não jantei e são quase onze da noite...
Não é que vos interesse particularmente, estou certa,
mas desde que cheguei a casa, há cerca de 4 horas, ainda não fiz outra coisa senão responder a mails dos meus estimados alunos com dúvidas para o exame de além de amanhã. Ainda vão a tempo, é um facto. Eu também estudei muitas vezes na véspera e lá fui fazendo aquilo com desempenho mediano. Mas a sério... tinham todos de se lembrar de mim? E ao mesmo tempo? Estive hoje duas horas disponível para lhes tirar dúvidas, em pessoa. Apareceram muitos. Achei que eram todos. Afinal não... em casa esperava-me uma noite agradável de escritos que começam por Caro e terminam com Bom estudo. Estou-me a passar.
3 anos
Parece que foi ontem. Mas não. Passaram 3 anos. 3 anos. 36 meses cheios de coisas boas e algumas menos gratas. 156 semanas com sábados, domingos, quintas de cinema, segundas de aulas a contragosto. Foram 3 anos de avanços e recuos na história que lhe deu origem. Pelo menos dois pontos finais e muitas reticências. 3 anos com descobertas desconcertantes, desde os Açores até Madrid, passando pelo regresso a Florença e a escapadela ao Luxemburgo. 3 anos em que me nasceram mais sobrinhos que os dedos de uma mão. Em que dos melhores amigos casaram... ou acabaram os casamentos. 3 anos em que o trabalho do meu pai como o conhecia desde que nasci levou uma volta de 180º. Em que a minha mãe mudou de escola. Em que o mano foi finalista e chegou a caloiro. 3 anos em que revivi a curiosidade morna e doce dos amores de Verão. 3 anos em que descobri novos e grandes amigos, em que passei a morar sozinha, fui contratada como assistente e me tornei mestre. 3 anos em que publiquei um livro e decidi escrever as memórias da minha avó. 3 anos em que assentei que o CEJ, a entrar na minha vida, será só lá para diante, porque agora tenho um doutoramento para fazer. 3 anos em que me envolvi nos projectos profissionais que até hoje me deram mais prazer e, também por eles, encontrei um confidente e melhor amigo. 3 anos em que fumei pela primeira vez e deixei de brindar com sumo. 3 anos em que me senti muitas vezes tão perto de algumas verdades e as afugentei para longe afagando a acomodação que a dúvida me permitia continuar a viver. Até hoje. Em que estava quase a esquecer-me que o poraquipasseieu fazia anos e a vida, às primeiras horas do dia que ainda dorme, me entregou no regaço a confirmação do que sempre soube sem querer saber. Tudo... quando eu menos esperava. Há tanta curiosidade na escolha dos momentos que enformam estes 3 anos como na evidência de que a partir de hoje este blog não é bébé. Temos agora idade para a sala dos 3 anos. Deixámos a creche para trás. E... tal como nas vidas de carne e osso, toda a gente sabe, isto é um passo de gigante para virar crescido. Hoje fazemos anos. São 3. E são felizes.
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Verdades e assim-assim
terça-feira, 10 de janeiro de 2012
Os manos
Acho os manos pessoas tão especiais, mas tão especiais, mas tão especiais, que me custa imaginar como seria se fosse filha única. Fui filha única durante 11 anos. Não doeu. Mas a vida sem mano é uma coisa que mora lá muito atrás. Dou graças a Deus por dar-me com o mano como me dou. É das maiores felicidades que tenho na vida. O mano é diferente de mim... para muito melhor. É uma pessoa preferida. A relação com a mãe, com o pai, com um avô, uma avó, o namorado, a melhor amiga são especiais... mas a relação dos manos que são mesmo irmãos de alma e coração é uma coisa absolutamente maravilhosa. Suporto melhor uma afronta do destino a mim que ao mano. Porque o mano é meu... e eu gosto tudo dele.
A erva doce deixou um comentário sobre isto num post ali abaixo e... eu tinha de acrescentar mais qualquer coisa.
Janeiro que amanhece
Tenho as violetas a dar flor, bolbos de túlipas a romper a terra e o vaso da salsa cheio de verde.
Verdades e assim assim
Saudosismo é... ter posto a gravar programas da RTP Memória. A quem interessar, os clássicos da minha geração "O Justiceiro" e "Duarte e Companhia". Um destes dias mato saudades.
Se alguém souber onde dá o Alf, a menina agradece a dica. Era muito fã!
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
Há dias assim
Consegui, finalmente, que o meu dentista me desse algum descanso. Agora que falta pouco para mais uma dose cavalar, vejo que foi mesmo só algum descanso. Pelo menos, por enquanto. Mas enfim... é melhor que nada! O senhor diz que não sabe como raios tenho eu andado e conseguido até trabalhar. A bem dizer, também me custa responder a essa pergunta. Uma reconstrução antiga deu de si e, ao que parece, andava com o nervo do dente exposto. Dito assim, aposto, até já vos dói a vocês. Pois... agora imaginem a mim. Já me tinha mentalizado a só beber coisas mornas. Nem quentes, nem frias. Água e chá e leite e tudo assim. Já me tinha habituado a comer devagarinho e aproveitar as primeiras horas depois do spidifen para fazer marchar qualquer coisinha. De qualquer modo, os abusos do Natal nem assim cederam... (Não batam mais!). Agora tenho antibiótico para uns tempos e spidifen para acompanhar. Diz que as dores vão começar a ceder. Eu acreditei. Mas agora que se está a aproximar a hora da nova dose e as putas voltaram, já não sei... Detesto dores de dentes. De dentes e de ouvidos e de costas. Na hierarquia das dores, acho que são as piores. Se não, pelo menos, mesmo muito más. Enfim. Não tenho escrito porque entre posts com ais, ais, ais ou a grande novidade de ter hoje experimentado um outro sítio onde fazer a depilação... acho preferível estar calada e parecer estúpida em vez de abrir a boca e comprová-lo.
sábado, 7 de janeiro de 2012
Poema essencial
Não é ainda a pele, apenas
um rumor de lã nas camisolas, um recado
a lembrar tardes no feno, linho lavado, o sol
mordendo um rio pela manhã ―
assim a distância entre a minha mão e o pessegueiro.
Na estrada
as flores demoram-se até às laranjas,
mas o aroma do pomar faz sede e os olhos cegam
na promessa de gomos novos e doces, os mais doces.
um rumor de lã nas camisolas, um recado
a lembrar tardes no feno, linho lavado, o sol
mordendo um rio pela manhã ―
assim a distância entre a minha mão e o pessegueiro.
Na estrada
as flores demoram-se até às laranjas,
mas o aroma do pomar faz sede e os olhos cegam
na promessa de gomos novos e doces, os mais doces.
Talvez por isso se continue a viagem sem olhar para trás.
Maria do Rosário Pedreira
sexta-feira, 6 de janeiro de 2012
Pequena R. pede ajuda ao leitor
Alguém me explique como se eu fosse muito burra o que leva uma mulher que sabe que o marido a trai a sentar-se calmamente com ele e optar por, com paciência, pedir-lhe só que seja discreto.
Não entendo.
quinta-feira, 5 de janeiro de 2012
Aiiiii
A minha dor de dentes não está a dar tréguas. O Dr. Filipe chega segunda e acho que não passo sem me apresentar no consultório logo às primeiras horas da manhã. Até já me dói o ouvido, a cabeça, tudo. Odeio dor de dentes.
quarta-feira, 4 de janeiro de 2012
Be in love
Tenho andado a pensar (uuuuu) e, que me lembre, há uns 10 anos que não me encontrava em tamanho oco de paixão. Mais coisa, menos coisa, tinha-se acabado a telha pelo M. e já tinha percebido que aquilo com o P. tinha piada, até tinha, mas eu não gostava dele como ele gostava de mim e não queria fazer o moço sofrer, pelo que o melhor era mandá-lo embora com jeito mas o quanto antes. Depois desse oco que não lembro exactamente quanto durou, chegou a fase D., levada ao limite a acabada na esplanada da Vasco da Gama da Solum porque lhe deu para se armar ao pingarelho e me caiu na consideração de tal maneira que me levantei e o deixei a falar sozinho. Já nos tínhamos chateado. E foi por essa altura que, no quintal da casa onde morava (sim, tínhamos um mini quintal, ali aos Arcos de Jardim), queimei as cartas, os bilhetes, os postais das férias, as fotografias e essas coisas. Aquilo era uma coisa séria. Quando recuperei do afastamento que nos impus, fui abalroada por uma paixonite aguda pelo B. Durou muito, com altos e baixos, mas aí não fui eu que me pus a andar, foi ele que nunca me ligou especialmente. E uma rapariga não pode levar com gente assim para sempre. Numa viagem a Barcelona, convenci-me que tinha mais o que fazer que esperar por quem não prometia. Quando voltei, andei uns meses em modo prospecção de mercado. Estava longe de imaginar, naquele comecinho de 2007, o que uma mensagem recebida na segunda feira da festa lá de uma aldeia vizinha traria à minha vida. Começou assim, lembro-me como se fosse hoje. Pelo pior motivo de todos. E durou, com a convicção de eternidade, tempo demais. Houve direito ao melhor do Mundo... e, para o fim, ao pior. Muitas quedas, esfoladelas e tentativas de me reerguer sem ele depois, fui-me convencendo que mais do que aquilo talvez não fosse merecido. Pelo meio, em fase de profunda negação, como quem foge da droga em clínicas de recuperação, mostraram-me as cores todas do be in love assim de repentemente. Estava capaz de me atirar sem pára quedas... e a história deu de si. Qual imprescindível, voltei a cair-lhe, ao anterior, na teia de mel e coisas doces noites dentro. Até me ver, anos a fio depois, mais uma vez, à espera de quem não prometia. Pior, de quem sabia (porque eu já sabia, que sou esperta!!!) que não dava mais do que aquilo. E, no caso, o tudo que pode dar não me chega. Pois. Alguns meses depois da derradeira conversa, do ponto final que fez os amigos lamentar o desenlace tanto ou mais do que imagináramos, assim me encontro. Num oco de be in love que dá o conforto do saber com o que se conta, mas, não escondo, a inquietação dos espaços por decorar, das casas por acabar, dos livros por ler, das músicas por ouvir, daquele mais resto da vida por viver. É estranho. Chegar aqui assim. Há menos de nada tive-o como ex homem da minha vida a dizer que se eu fosse uma cor seria pink. Por semelhante data, encheram-me muitos seres especiais a vida de esperança e gratidão por tê-los comigo para sempre. Sou uma filha, uma irmã, uma neta, uma sobrinha e uma prima de que muitos, quase todos, gostam muito. E fazem questão de mostrar. Tenho alguns amigos. Não são muitos, assim uma multidão, mas são pessoas que admiro profundamente e que não me desiludem. São anjos da guarda. São homens como quero acreditar que os outros podem ser e mulheres a que me quero equiparar em virtudes. Sou, profissionalmente, suficientemente reconhecida para já não achar inúteis os esforços de escola desde os 5 anos. Tenho coisas. Mais do que preciso, até. Tenho as pessoas. Tenho o tempo, a concentração e o discernimento para entender o meu copo meio cheio. Não sou infeliz. De todo. E, no entanto, encontro, a tempos, no peito e na alma, o desconforto do oco do be in love que só quem acredita no felizes para sempre a dois pode entender. Isso e tic tac por crianças que se querem com pai. Deve ser da idade. Impunha-se o balanço. Destravei a língua. Sou a R.. Tenho 30 anos. Tenho tudo. Sou algumas das coisas que quero ser. Vou a caminho. Sozinha.
Longe da vista,
longe do coração!
Sempre achei isto um disparate. Sempre achei que para as coisas grandes e importantes do coração a distância era mito que apenas aumentava o sofrido desejo de voltar para perto. Mas, ou é da idade ou não sei, hoje dei por mim a pensar que talvez tudo se resolvesse se o que faz mal ao coração estivesse longe da vista. E que, melhor ainda, resolve mesmo. Mas deve ser só da idade... e isto amanhã já me passa.
Do Estado das coisas...
19 das 20 empresas do PSI20 já estão sediadas fora de Portugal
Enquanto acabo de fazer um exame e dou uma espreitadela no peixe que está no forno, dou de caras com esta nota de rodapé no noticiário da SIC. A tv está sem som, como de resto está quase sempre, só para companhia, e portanto já não apanhei mais nada. Tudo quanto aqui ficar escrito pode, por isso, pecar por ignorância. Mas não creio que o faça em larga escala. Eu sei que a situação é péssima, que são necessários sacrifícios, que há uma dívida surreal para pagar, que a Troika nos bateu à porta, que o FMI está de olho em nós, que se usaram mal os fundos comunitários (e o dinheiro do ouro do Brasil e das especiarias da Índia e dos escravos de África) e tudo e tudo e tudo. Eu nem me atrevo a queixar muito, embora tenha 395 alminhas inscritas e só à minha conta e a partir deste mês, para tentar poder acumular uma bolsa, passe a ganhar menos que o ordenado mínimo, o que me obriga a desdobrar em mil e uma nicas que me componham o saldo bancário. Eh pá... pronto, tá-se. Mas custa-me ver o caminho e a proporção que a descrença no país está a tomar. Se não formos nós a olhar por ele, quem mais olhará?! Vamos agora virar rebeldes inconsequentes e dar de frosques às mais variadas adversidades?! Vamos aceitar que a tirada do Primeiro Ministro ao mandar-nos emigrar não foi uma saída infeliz mas uma coisa consequente que lhe saiu a propósito?! Vamos?! Deixo a sugestão... inocente, talvez, concedo: e que tal arregaçar as mangas e fazer frente à crise? E que tal apostar as fichas todas, arriscar? E que tal não optar pelo óbvio? E que tal baixar impostos e financiar PME consistentes? E que tal voltar a dar corpo e alma à agricultura, à pecuária, à pesca? E que tal aceitar que ter formação não equivale a ter educação e que não é preciso dar cursos de barato a ninguém? E que tal permitir às pessoas ter os bolsos compostos a ponto de deixarem de temer comprar mais um par de meias? E que tal por euros a circular, a mexer? Estou a ficar com dores na esperança de nos ver a todos encolhidos e de ver quem nos podia impulsionar para diante abandonar, como os ratos, o navio que ainda não afundou. Não sei. É uma sugestão... inocente, talvez, concedo. Fica aqui. Se alguém dos que manda nisto mais que eu me vier ler de quando em vez e quiser pegar na dita, é servir-se. Estamos cá para ajudar.
terça-feira, 3 de janeiro de 2012
Verdades e assim assim
Ando um bocadinho alheada. Talvez por isso não saiba muito bem o que escrever, embora tenha muita coisa para dizer. Mas está tudo baralhado na cabeça. E sinto como se tivesse perdido o treino para, juntando palavras, formar frases com nexo. É isto, pronto. Não estou triste, nem estou chateada. Também não estou a fazer balanços, mas parece que fico em dívida comigo se os não fizer. E, no entanto, não consigo fazê-los. Será grave?! Deve ser da dor de dentes. Só pode. Ou da altura do mês. Não estou a perceber nada de mim. Oh... pessoínha complicada.
Quem te liga ao minuto 1
Durante anos tive a ilusão de acreditar que quem te liga ao primeiro minuto do ano ou à meia noite do Natal te tem na vida como indispensável. Importante, muito, mesmo muito importante. Depois descobri que não. Mas nem isso me deixa não comover quando alguém me diz " E sabes que fui a primeira pessoa a quem ligou no ano?!". Pois. As histórias não têm de ser todas iguais, não é?!
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