sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Insultá-lo faz-me subir a tensão

e é por isso que o/me poupo.


Cavaco diz que as reformas dele não chegarão para

pagar despesas*


Ainda assim, quero só esclarecer que não estou aborrecida (não quero dizer isto em linguagem asneirenta, entendem?!) porque o senhor ganha 10.000 euros e acha pouco. Cada um sabe de si. Acho lindamente que haja gente a ganhar valores com zeros a perder de vista. A sério. A minha indignação advém da lata do senhor em mencionar a supressão do seu vencimento, não passível de acumulação com as pensões. Isso é que me choca. Porque haver quem ganhe muito no privado, quem construa empresas e vire rico, por mim está óptimo desde que contrate pessoas e as trate com decência. E quem ganhe muito pelo que faz no público, bem, mesmo, abrace cada tarefa como uma profissão, idem. Agora achar que a política (que deve, na minha opinião, ser missão de altruísmo, razão pela qual odeio o carreirismo político, acho uma cambada de gente inútil quem nunca deu provas em mais lado nenhum, nunca desceu ao mundo cá de baixo, nunca viu como era na vida, a experimentar, quem se embonecou em imberbe e desenvolveu aos trambolhões nos corredores dourados onde se decide a vida de todos nós) é para ganhar dinheiro, que o serviço à nação é para pagar despesas, que é legítimo ser choramingas diante do povo que, tristemente, o fez alapar-se nas cadeiras do poder, isso, minha gente, é que eu considero um insulto. E se há coisa de que eu não gosto é de ser insultada. A fila anda, meu caro. Há muito que tínhamos percebido que por aí cirandava mais por si que por nós. Juro-lhe: não é obrigado. É um favor que nos faz por-se a andar. Eu sei o que vai dizer-me, descanse. Que não há alternativas e mimimi. Concedo. Só não me peça é que me cale e insista em caçar os piolhos com as mãos por preguiça de ir buscar o pente de dentes juntos.

Os piolhos são uma coisa que me dá nos nervos. Achei que assentava que nem uma luva a comparação. Não a tome a peito. Sou uma reinadia. E sei que é maior. E mais perigoso. E, pior, que não há quitoso que nos valha.

*Não consegui copiar o link. Vão ler ao Público.

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