quarta-feira, 30 de junho de 2010

The end, mesmo, mesmo


A Pipoca diz que faz o teste no messenger. Eu não. Talvez por não usar messenger. Já usei. Agora deixei de lhe achar piada. E percebi que se tiver aquilo ligado não faço nada dias e dias seguidos, sempre com alguém a querer meter conversa. Não uso, é o que conta para o caso. Por isso, o meu teste é outro. O meu teste é a bela da mensagem no telemóvel. Se, naquele segundo em que ainda não abri o envelope virtual, desejo muito que ele seja de determinada pessoa... nada feito. Pode ser um momento, mas sei que o que queria mesmo era que fosse. E sorrio, feita babaca, se é... Uma tristeza! Enquanto a minha prioridade, sendo o envelope daquela pessoa, for responder a qualquer custo, sempre com a secreta esperança que haja mais um envelope e depois outro e outro e outro, até fazer colecção no telemóvel... estou perdidinha, um caso crónico. Se me custar apagar as mensagens antigas porque parece que são cartas de amor em que coube tudo, mesmo que nunca se tenha falado de amor, assim, com as letras todas... não há caminho para andar. Quando a minha primeira mensagem depois da meia noite no Natal ou no Ano Novo vai direitinha para a pessoa... ai... pessoas, ai saudades... O tempo todo em que fizerem sentido mensagens como "Estou a sair", "Vou comer um gelado", "O mar está mau", "Odeio esta matéria", "Bom dia", "Vou dormir", "Que fazes?" e "Dorme bem"... nem atadinha de pés e mãos a coisa se cura. Mas... há sempre um mas nestas coisas... quando eu já não tenho urgência em abrir o envelope e em ver de quem vem, quando me é indiferente, quando o meu coração deixa de disparar se é o nome dele que aparece e se se despede com "bons sonhos", quando não ter saldo ou bateria deixa de ser relevante, sobretudo quando não fico a pensar naquilo, não sonho com o desenho no visor e o som de quando pisca, quando nada disto acontece... é o fim. Demoro sempre muito tempo até atingir este estado ausente da história comum. Mas, quando chego lá, não há como voltar atrás. De todas as vezes em que já gritei "the end", contam-se pelos dedos de uma mão, e sobram, aquelas em que passei neste teste. O meu teste. Porque dizer "acabou" é tão fácil como mentir a toda a gente. Basta querer. E, às vezes, queremos. Ou isso, ou que nos deixem em paz, que nos desamparem a loja, que nunca mais nos falem nisso, que nunca por nunca ser voltem a sugerir que aquela história ainda pode acontecer. Porque há vezes em que tudo o que desejamos é que repetir que acabou, fingir que acabou, viver como se tivesse acabado... mate a história. Mas há o teste. E só nós sabemos até quando chumbamos nele. Redondamente.

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