sexta-feira, 31 de julho de 2009
Pessoas
quinta-feira, 30 de julho de 2009
quarta-feira, 29 de julho de 2009
Hoje
E morder a verdade que diz que "quem quer, vê amor até numa cuspidela".
Para a engolir.
HUC
sexta-feira, 24 de julho de 2009
Aqui Onde se Espera
- Sossego, só sossego -
Isso que outrora era,
Aqui onde, dormindo,
- Sossego, só sossego -
Se sente a noite vindo,
E nada importaria
- Sossego, só sossego -
Que fosse antes o dia,
Aqui, aqui estarei
- Sossego, só sossego -
Como no exílio um rei,
Gozando da ventura
- Sossego, só sossego -
De não ter a amargura
De reinar, mas guardando
- Sossego, só sossego -
O nome venerando...
Que mais quer quem descansa
- Sossego, só sossego -
Da dor e da esperança,
Que ter a negação
- Sossego, só sossego -
De todo o coração?
Fernando Pessoa, in Cancioneiro
quarta-feira, 22 de julho de 2009
Intimidade
No interior do fruto mais distante,
Na vibração da nota mais discreta,
No búzio mais convolto e ressoante,
Na camada mais densa da pintura,
Na veia que no corpo mais nos sonde,
Na palavra que diga mais brandura,
Na raiz que mais desce, mais esconde,
No silêncio mais fundo desta pausa,
Em que a vida se fez perenidade,
Procuro a tua mão, decifro a causa
De querer e não crer, final, intimidade.
José Saramago, in Os Poemas Possíveis
Se por acaso (me vires por aí)
JP Simões [dueto com Luanda Cozetti]
Se por acaso me vires por aí - Disfarça, finge não ver - Diz que não pode ser, diz que morri - Num acidente qualquer - Conta o quanto quiseste fazer - Exalta a tua versão - Depois suspira e diz que esquecer - É a tua profissão
E ouve-se ao fundo uma linda canção - De paz e amor
Se por acaso me vires por aí - Vamos tomar um café - Diz qualquer coisa, telefona, enfim - Eu ainda moro na Sé - Encaixotei uns papeis e não sei - Se hei-de deitar tudo fora - Tenho uma série de cartas para ti - Todas de uma tal de Dora
E ouvem-se ao fundo canções tão banais - De paz e amor
Se eu por acaso te vir por aí - Passo sem sequer te ver - Naturalmente que já te esqueci - E tenho mais que fazer - Quero que saibas que cago no amor - Acho que fui sempre assim - Espero que encontres tudo o que quiseres - E vás para longe de mim
E ouve-se ao fundo uma velha canção - De paz e amor
Na sexta-feira acho que te vi - À frente da Brasileira - Era na certa o teu fato azul - E a pasta em tons de madeira - O Tó talvez queira te conhecer - Nunca falei mal de ti - A vida passa e era bom saber - Que estás em forma e feliz
E ouve-se ao fundo uma triste canção - De paz e amor.
Seguidores anónimos
terça-feira, 21 de julho de 2009
Amor e uma cabana
segunda-feira, 20 de julho de 2009
Verdades e assim-assim
Mia Couto, in Terra sonâmbula
domingo, 19 de julho de 2009
Pessoa,
sábado, 18 de julho de 2009
Gota de água!
sexta-feira, 17 de julho de 2009
Sugestão
serena, isenta, fiel.
Flor que se cumpre,
sem pergunta.
Onda que se esforça,
por exercício desinteressado.
Lua que envolve igualmente
os noivos abraçados
e os soldados já frios.
Também como este ar da noite:
sussurrante de silêncios,
cheio de nascimentos e pétalas.
Igual à pedra detida,
sustentando seu demorado destino.
E à nuvem, leve e bela,
vivendo de nunca chegar a ser.
À cigarra, queimando-se em música,
ao camelo que mastiga sua longa solidão,
ao pássaro que procura o fim do mundo,
ao boi que vai com inocência para a morte.
Sede assim qualquer coisa
serena, isenta, fiel.
Não como o resto dos homens.
Cecília Meireles, in Mar Absoluto
Há esperança!
Ooops...
quarta-feira, 15 de julho de 2009
Praia
terça-feira, 14 de julho de 2009
Num balão!
segunda-feira, 13 de julho de 2009
domingo, 12 de julho de 2009
Fui!
sexta-feira, 10 de julho de 2009
Grandes asneiras, pequenas maravilhas!
(Verdadeiros diamantes!)
"Antes dos casados serem conjugês eles são noventes."
(E às vezes caem em cada novelo... com cada nó!)
"Eles podem fazer, se quizerem, uma convenção antinupcial."
(É o que se chama ser precavido: fazer uma convenção contra o casamento para o caso de aquilo um dia dar para o torto.)
"Se são casados penso que não podem vender nem os seus bens próprios porque afinal são um casal."
(Porque o amor, afinal, é lindo!)
"Pode haver compensação se a mulher perdeu tempo a decorar melhor a casa de morada de família que era dele já antes do casamento."
(Uma pessoa apaixona-se por eles sem lhes ver as casas... Um perigo!)
Eu vou!
Armando Del Carlo tem um filho Ricardo, estudante universitário que está apaixonado por Bárbara Alarcão, filha do deputado portuense Arnaldo Alarcão, vice-presidente do Futebol Clube do Porto. A jovem Bárbara convence o seu pai conservador que Ricardo é filho de um Adido Cultural na Grécia. A família do Porto resolve ir a Lisboa conhecer a família do futuro genro o que obriga Armando del Carlo e o seu companheiro a passar por uma família tradicional e conservadora.
As situações de equívoco sucedem-se num ritmo vertiginoso e hilariante nesta adaptação de La Féria à tradição das melhores comédias portuguesas: a rivalidade Porto/Lisboa, a actualidade do nosso meio, a dualidade conservadores/liberais, a rivalidade dos clubes desportivos, na linha dos filmes portugueses dos anos 40 que alcançam ainda hoje as maiores audiências nas reposições da televisão.
A Gaiola das Loucas, de Filipe La Féria, no Teatro Rivoli.
Tanti auguri a te :)
quinta-feira, 9 de julho de 2009
Superiores interesses
Metam-se juízes e procuradores no sítio, que não têm nada que fazer o seu trabalho.
Técnicos da Segurança Social e Comissões de Protecção de Crianças e Jovens? Fogueira com eles!
A partir de hoje, cala o Estado, cala o Direito, cala a Democracia. E vivam os anarcas mais a "vida loca"! Cada um por si, olho por 500 euros, dente por dez minutos de tempo de antena.
Dá-me náuseas até às entranhas saber que há disto a vingar por aí!
quarta-feira, 8 de julho de 2009
Pois... outra vez!
terça-feira, 7 de julho de 2009
Breve explicação para alguns cabelos brancos
ou
"A imputação fazerá-se por meio de..."
segunda-feira, 6 de julho de 2009
Asneira
Vidas
Hoje vi uma prostituta de calças. Umas calças tão discretas que só lhe faltava serem vincadas e terem virola.
Mais adiante, vi uma prostituta a vender o corpo em cima de uma rotunda. A beira da estrada está batida.
Nada contra. Nada mais além de espanto.
Depois, vi uma prostituta grávida.
Mas isso, isso sim, está a fazer-me muita confusão.
Verdades e assim-assim
domingo, 5 de julho de 2009
Sebastião
sábado, 4 de julho de 2009
Travessuras
À cautela, vou incluir nos pré-requisitos a profissão. Portanto, que leia, porque ler faz bem. Mas que leia coisas que não me interessem muito, para não me dar a tentação de lhe ir cuscar os livros. E que trabalhe num sítio onde eu não possa de todo arranjar um cantinho para também me concentrar... Não vá apetecer-me, na fase da loucura, não desgrudar nem no período laboral. Tenho para mim que um cozinheiro reúne estas características: estou consciente da minha limitação visceral para compreender as artes da culinária e nunca me concentraria com o som de uma varinha.
Daqui: http://icanread.tumblr.com/