sábado, 4 de julho de 2009

Gaffes

Uma vez, logo nos primeiros meses de estágio, estava eu de escala e calhou-me um arguido acusado de tráfico de estupefacientes dentro do estabelecimento prisional. Deram-nos a privacidade de um banco nos claustros do Palácio da Justiça, seguidos de perto por dois agentes. Ouvi o relato com atenção e fiz uns tópicos para a defesa. Em escala, é assim. Depois soube que havia uma testemunha e optei por recomendar ao meu "cliente" que a testemunha devia confirmar a história e tal e tal. Levantou-se e foi falar com o colega, enquanto eu permaneci a organizar artigos e argumentos. E, de repente, concentrada como raro, só ouço a testemunha gritar, do lado de lá, viradinha para mim: "TÁ-SE, BACANA. TRANQUILO."
Agora, tenho uma aluna (que nunca vi mais morena) que decidiu que pode tratar-me por TU. E aquilo está a fazer-me muita confusão. Os mais conservadores e atiçados na arte da esparrela dirão que estou com tiques e que a criatura começa a imitar um dos criadores. Mentira. Quem me conhece minimamente sabe bem que sou a maior adepta do tu e da falta de formalidades. Mas há limites. Até para uma bacana, há limites.

Sem comentários:

Enviar um comentário