sexta-feira, 31 de julho de 2009

Pessoas

Morreu o Ti Marcelino. Ontem. Com 99 anos.
Há precisamente 5 anos, faz hoje, vivia-se cá em casa a minha festa de curso. Por volta das seis, um pouco depois da Missa, deu-me um beijo em cada uma das mãos, fez-me o sinal da cruz na testa e pediu-me para nunca me esquecer de quem fui.
O Ti Marcelino era marido da Cecília, de quem já vos falei, que me punha camélias no cabelo e me chamava guapa. A Cecília já morreu na minha infância. O Ti Marcelino morreu ontem. Com 99 anos. Parou de respirar. E, com ele, foram-se, definitivamente, as crianças de há muito com quem partilhei os meus primeiros saberes. Recordo-os hoje, que se juntam finalmente todos a jogar uma cartada ou a conversar sob uma oliveira do céu. Os meus avós de baixo, a Mã e o Ti Ribeiro, o Grazino, o Neco, o Tibério, a Cecília e o Ti Marcelino. Esforçar-me-ei por nunca me esquecer de quem fui, numa doce luta por nunca me esquecer de cada um de vocês. Pessoas.

Sem comentários:

Enviar um comentário