Definitivamente, o tic-tac de que já vos falei anda a bater-me cada vez mais forte.
Hoje foi a festa de final de ano lectivo da escolinha da afilhada minuin. Lá fui, como sempre, qual madrinha capaz de chorar baba e ranho de cada vez que os pequenos mudam de sala na pré. Emociono-me com aquilo. Não sou mãe deles, mas tenho com cada um o desvelo que só os que amam tudo podem e sabem ter. Hoje, a minha minuin recebeu cartola e bengala porque vai para a escola dos crescidos. Tem seis anos. É uma senhora. E lá me correram duas gotas traiçoeiras na parte do ballet e todo um rio quando se atreveu a tocar piano sem contar os tempos (andamos há meses a dizer que no dia de hoje não podia contar os tempos alto porque tinha lá o micro, mas em rigor nunca acreditámos que se safasse tão bem).
E depois, é como já em tempos aqui adiantei. Aquilo é uma casa de gente da minha família do coração. Sou madrinha adoptada de muitos e é sempre com o coração aos pulos que os recebo para me lambuzarem de beijos a cheirar a chupeta. E aquele quentinho de quando fazem birra e só se ficam no colo?!
O mano kiko frequenta a escola de música da dita Instituição e actuou hoje. Também me arrepiei enquanto lhe batiam palmas. E depois, quando se chegou aqui ao ouvido e, homem feito de barba aparada, me soletrou "Achas que correu bem?" e me deu um beijinho ao de leve. Porque os manos mais pequenos, quando são assim tão mais pequenos como o kiko é em relação a mim, são manos e mais qualquer coisa. São sempre pequenos. Cortam-nos os dias piores em fatias quando esfriam as mazelas com beijinhos, abraços e declarações formais de que a sua mana é a melhor do Mundo.
Sabem... e o tic-tac bate cada vez mais forte. Porque aquelas chupetas e aqueles caracóis suados pelas azáfamas e canseiras dos dois ou três anos, mais ou menos como os choros de fome dos que só agora nasceram, fazem-me parar e permanecer. E sentir o bater do tic-tac. Assim... a crescer.
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