segunda-feira, 1 de junho de 2009

Bordel

Lá na casa de onde eu venho correm bocas muito amargas. Lá na casa de onde eu venho não há espaço sem trapaça. Lá na casa de onde eu venho cantam galos e garnizos. Lá na casa de onde eu venho mora gente quase inerte. E gente que mexe... mal. Lá na casa de onde eu venho cheira a farto e a miséria. Lá na casa de onde eu venho há dias de pouca fé. Lá na casa de onde eu venho há galinhas poedeiras. Parvas, matreiras. Lá na casa de onde eu venho há tescarias de meter tique. Lá na casa de onde eu venho corre fumo muito negro. E habemus papam. Lá na casa de onde eu venho, arre... e nada feito. Lá na casa de onde eu venho há peritos no azar. E especialistas do azarar. Lá na casa de onde eu venho corre pouco quem mais perna leva. Lá na casa de onde eu venho é sentado que se engorda. Lá na casa de onde eu venho escorre pus de feridas fechadas. Lá na casa de onde eu venho fecham-se olhos e portas para se abrirem algumas janelas. Lá na casa de onde eu venho mora a solteirona da culpa. Lá na casa de onde eu venho cai de bêbado o que grita. Lá na casa de onde eu venho não há cama para todos. Arre... Que é... Lá na casa de onde eu venho... que se perde a inocência e se desperta para a guerra. Lá na casa de onde eu venho. Bordel. Lá na casa.

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