quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Eu e as ofertas pelo telefone

É sabida a minha dificuldade em lidar com contactos telefónicos para sondagens, ofertas, vendas e o diabo a sete. Parto para cada um desses telefonemas com muitas pedras na mão e não vale a pena mascarar esta verdade. Acabam de me ligar para me oferecer TODOS os canais do Meo. A bem dizer, pela quantidade de canais que me ofereceriam, para bem ser havia de me despedir de qualquer actividade profissional e alapar-me no sofá uns seis meses só para ficar mais ou menos a par da programação de tanta oferta. O menino explicou tudo, com aquelas frases feitas que eu acho que eles têm escritas num papel à sua frente e repetem a toda a gente por chapa cinco. Quando acabou, agradeci muito a amabilidade da oferta, mas, já agora, gostava que me informasse sobre a fidelização que a minha aceitação operaria no meu contrato com a PT. E a resposta veio pronta: 24 meses. Agradeci mais uma vez a amabilidade do contacto (hoje estou virada para o meu lado simpático, pronto), que, porém, não seria frutífero, uma vez que não pretendo aderir a nada que implique qualquer tipo de fidelização. Baralhei-o, coitado. Porque então perguntou-me da satisfação e eu respondi que era muita. E, incrédulo, perguntou-me ainda, como, sendo muita a satisfação, me recusava assim a aceitar a gentil oferta que me depositavam nas mãos, ou melhor, na box, sem que para tanto eu tivesse de mexer uma palha. Ajeitei-me na cadeira e expliquei-lhe com muita calma que o facto de eu estar satisfeita não quer dizer que eu queira ser obrigada a ficar com eles para sempre. E mais. Que se há coisa que eu aprecio é a liberdade, pelo que projectos de fidelização a dois anos, salvo com pessoas por quem o meu coração acelere, é uma cena que me causa uma certa espécie. E ainda mais. Que não gosto que me obriguem a nada. Portanto, eu não lhes pedi porra de canais nenhuns para além dos que contratei. Se me quiserem dar mais alguns, estão à vontade, mas é dar por lhes apetecer, não é dar a mascarar um novo contrato. O menino tentava convencer-me ainda e eu estava há tempo demais a ser tolerante. Disse-lhe que já faço muitas coisas obrigada, como pagar impostos e outras peculiaridades semelhantes da vida adulta, ainda agora era o que mais me faltava ser obrigada a gramar com um contrato de televisão dois anos sem poder mudar para outro que me apareça e seja mais vantajoso. O menino não entendeu. E eu perguntei-lhe: "Tem aí alguma coisa para me dar sem me obrigar a fazer nada?!" E ele, meio irritado, disse-me que não. Despedi-me com um "Então também não quero nada seu. Passe bem e até à próxima." e vim à minha vida. Ele há com cada uma...

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