Quase metade dos estágios na Função Pública estão por ocupar
Nunca entendi quem se enerva e nem dorme só de pensar que há ricos e que o patrão tem um carro de topo e vai de férias de avião. O patrão, Deus o proteja, tem mais é de ser muito rico, para dar muitos empregos e poder pagar cada vez melhor, para toda a gente viver cada vez menos na penúria. Vá-se lá perceber, tenho para mim, até, que, quem estuda mais, quem trabalha mais, quem luta mais e quem arrisca mais... vença mais. Porque paradinho, deitado no sofá a ver a novela, é que não se pode ficar rico. É que aquilo da roda que dá dinheiro e das adivinhas com palavras tão difíceis como "gato" não é forma certa de ganhar a vida. Sabem que sou toda da solidariedade, a sério que sim. Mas é preciso que seja solidariedade, porque pena é sentimento que não faz bem nenhum à Nação. Eu já tenho muita pena, de muita coisa, não me venham pedir que tenha pena de quem, ora bolas, não está para ganhar só 600 euros. Explico, correndo o risco grande de passar a constar no vocabulário de uns quantos como uma grandessíssima cabra, mas, enfim... Estamos cá para desabafar, que também é muito do que levamos desta vida. Se me custou um estágio não remunerado (Zero. Zeróvski. Niente. Nadica de nada.)? Custou. Se os 4 anos a ordenado mínimo não me puseram a pensar que mais valia não comprar mais livros? Tem dias. Acontece, almas boas, que a malta tem de fazer pela vidinha. E, à falta de melhor, apostar tudo no que existe. Também acho graça a quem tem para si a presunção de que tudo o que lhe acontece de bom, todos os que se lembram de si, mais não fazem que a sua obrigação. Não há cá génios por aproveitar. Quando muito, pagam-lhes mal. Mas não me venham dizer que "ai o estágio por 600 euros é que não". Pois não. Se ficarem com um qualquer subsídio podem ganhar o mesmo e sempre podem continuar a seguir a novela. Entendo. Pois é, pessoas. Há direitos. Então não há?! Todos! Cada vez mais! Mas os direitos são como as moedas. Têm um reverso. Chama-se deveres! Enquanto acharmos todos que isto não é nada connosco, a coisa fica complicada. E olhem que bem me apetece fazer voodu ao senhor que se lembra dos aumentos dos impostos. Mas não é com gente que quer ficar rica à pressa que chegamos longe, minha gente. Enquanto se recusarem serviços que sujam as mãos, se prolongam noite dentro ou cansam as pernas ou a cabeça, então, quem trabalha tem muito corpinho para dar ao manifesto. E com pena. Com pena? Pelo amor da Santa...
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