Não é que me incomode particularmente. Sou menina para me adaptar. E os preços convidam. Mas... este fim de semana viajei pela primeira vez numa companhia aérea low cost. E senti-me entrar no regional a uma sexta feira ao fim da tarde. Só faltam os tropas. Eu enjoo a andar de Alfa, pelo que tenho alguma propriedade para falar de comboios menos bons. Durante 5 anos, viajei todas as sextas feiras no regional que vai para o Porto. E, se essa é uma experiência de mergulho no Portugal profundo, muito próxima, diga-se, da Liga dos Últimos, a verdade é que não me traumatizou. Bem pelo contrário. Às vezes até tenho vontade de dar uma volta de regional. Acontece que o avião, por mais viagens que faça, parece-me sempre uma entrada no mundo mais à tona, qual melodia de civilização. Não me interpretem mal. Sou fã da massificação de todos os meios de transporte, de tudo, mais ainda quando isso potencie a possibilidade das pessoas, todas, acrescentarem mundo ao seu mundo... mas é preciso algum bom senso. Eu não peço salto agulha nos aeroportos. Pelas alminhas. As pessoas querem-se à vontadinha para partir em busca de muito boa vida. Peço, vá, contenção. Ele é gritos pelo Zé que vai na outra ponta, ele é filas para o WC, ele é sandes de tudo embrulhadas em papel prata. Mas pior, pior, são as conversas como se os interlocutores fossem surdos. O silêncio... o som do silêncio... é uma coisa tão em desuso que até tenho medo que deixe de saber fazer-se. É que eu preciso dele. Muito. Sobretudo quando vou no ar e preciso de me concentrar na oração.
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