A minha mãe é a minha mãe. Não é a minha melhor amiga, porque é a minha mãe e nisso entendo que não se devem acumular papéis. Porque ser mãe não é acumulável com mais nada. Esgota-se na plenitude do seu papel. Se um dia for mãe, quero ser a mãe e nada mais que isso. Só a mãe. Porque, se eu for uma boa mãe, serei inteirinha na amizade, na partilha, na ternura, no afecto, no amor, no cuidado, na paciência. E assim serei essencial. Como devem ser as mães. A minha mãe é. Tem defeitos. Temos todos. Mas procura ser melhor todos os dias. Melhor mãe que a mãe que teve. E consegue sempre. Porque, nestas coisas, tentar já é vencer. Da mãe herdei tiques e manias, trejeitos e poses, qualidades e coisas irritantes. Com ela partilho muitas horas, muitas angústias, algumas perdas, algumas escolhas. Às vezes, ser filha é saber ser mãe da mãe na hora certa. Porque as mães também precisam. Esforço-me por não falhar. Pelo menos, muito. Porque falhar a uma mãe é uma mágoa sem cura, uma cicatriz para sempre. Não é nela, que é mãe. É em nós!
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