domingo, 15 de fevereiro de 2009

Cubo mágico


Parece que Erno Rubik, o famoso inventor do ainda mais famoso Cubo mágico, inventou um novo quebra-cabeças. O novo "briquedo" chama-se 360 e consiste numa esfera contendo seis bolas coloridas que é preciso encaixar na respectiva calha. "As bolas estão dentro de três esferas de plástico transparentes (duas por cada) e, para solucionar o quebra-cabeças, é preciso fazê-las passar por uma esfera intermédia (que tem apenas dois buracos) e encaixá-las na calha correspondente da esfera externa. Isto sem tirar do lugar as bolas já colocadas. É tudo uma questão de peso e equilíbrio. E, sobretudo, de muito treino e paciência. Se no cubo o segredo estava na Matemática e na lógica, aqui são a Física e a perícia que ganham protagonismo." (Expresso, 14 de Fevereiro de 2009)
O 360 chega ao mercado em Agosto, altura em que, de férias, poderemos recuperar as memórias dos quebra-cabeças. Não sei como foi a vossa relação com estes objectos, caros leitores, mas a minha foi muito intensa. Tive um cubo mágico e muitos daqueles jogos de encaixe em que só faltava uma peça e era preciso ordenar todas as outras sem as retirar da calha em que estavam. Depois disso, já nos tempos mais recentes, tornei-me adepta dos quebra-cabeças feitos de metal, com formas muito variadas, em que precisamos, por exemplo, de separar duas argolas que parecem de encaixe mas não têm abertura. Os quebra-cabeças são uma espécie de memória de infância, mas quem se vicia neles dificilmente lhes resiste seja lá em que idade for. Quando era mais pequena, tínhamos só dois canais de televisão e horas certas para os desenhos animados. Não havia em casa vídeo ou dvd, muito menos computador. Por isso, era preciso entreter o tempo de outros modos. E por muito que tenha brincado com bonecas, por muito que tenha corrido com cães e gatos, por muitos banhos de rio que me tenham levado as horas, por muitos dias em que tenha vestido a pele de empregada de mesa e cozinheira, estragando ingredientes da loja do meu avô, a verdade é que sobrou sempre tempo, e ainda bem, para puzzles, legos, quebra-cabeças, palavras cruzadas, dominó e jogos de baralho. Teria sido inevitavelmente diferente se me tivessem falhado estes momentos. E, não sei, mas tenho para mim que mais triste. Afinal, o que poderia eu partilhar hoje nas tardes de verão à volta da mesa de casa dos meus avós?! Pouca coisa. Travo a nada. O meu avô nem mexe em máquinas de calcular!

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