domingo, 22 de fevereiro de 2009

Bronze

Deitada numa espreguiçadeira, interrompia a tempos a leitura atenta do acórdão de fixação de jurisprudência para passar pelas brasas. Quando findaram os argumentos, ordenou calmamente as folhas pálidas e resolveu usar o verniz. Vermelho, outra vez. Este sol chama pela cor. E recolheu a mais um espaço de longe, voando em direcção ao inconsciente. Despertou escaldada no peito... manias de querer ganhar côr em Fevereiro e vestir trajes de praia para gozar a casa. Pegou num livro inteiro e pôs-se a contar o que lhe interessava recordar para o dia do espectáculo que ensaia. E depois reclinou-se e começou a estudar o seu papel. Antes, porém, lambeu os dedos suados da manga madura. E sorriu. Para se dar sorte.

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