quinta-feira, 16 de abril de 2009

Se souberes

Se souberes como fazer passar, conta-me com jeitinho. Devagar, devagarinho, para me ir passando aos pouquinhos. Assim agarrado ao fundo, deve custar mais a passar. Penso nisso para me desculpar. Para não desesperar. Se souberes como fazer passar, então conta-me... com jeitinho. Devagar, devagarinho. Não me grites, que não me passa. Não me inventes, que não me passa. Não me ignores. Talvez pudesse passar-me, mas não seria com jeitinho. Devagar, devagarinho, se passar pode não levar tudo atrás. Rasto de passagem, isso não. Sou muito mais que isso. E o que custa tanto a passar é muito mais que eu. Por isso, não. Se é para passar, mesmo, mesmo, que seja devagar, devagarinho, para me deixar ao menos metade de mim inteira. Não sei bem. Se souberes, contas-me com jeitinho?! Não me gritem. Nem me provem. Digam-me só como se faz para passar. Mesmo, mesmo. Sim, mesmo. Só a pensar, não passa. Digam lá. Se não, se não sabem, então calem-se. Não me gritem. Nem me provem. Deixem-me. Se não passar, se me finar em rasto de passagem, peço só que me deixem. E que... me deixem.

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