terça-feira, 14 de abril de 2009
Apeteces
Apetecer, apetecer... apetece-me ficar à espera, até não me apetecer mais esperar. Mas li-te bem, pois li. E pareceu-me seres a madrugada. Sentei-me aqui bem cedo. Larguei tudo para trás. Sem medo. E desde então que não arredei pé daqui. Desde a madrugada que prometias. E nada. Passam outros, em ambas as direcções. Alguns pararam. Não ergui eu sequer a cabeça, toda posta no horário que me repete que és madrugada. Sabes lá o frio que está... Vim mal agasalhada. Sabia-te assim tardio e tinha posto um casaco por cima. Mas larguei tudo. E os outros. Casacos. Homens. Quis-me logo apetecer que eras madrugada em mim. Que era chegar e desandar daqui. Já em rumo ao dia claro, mais ou menos como as vidas a cores. E estou assim, convencida disso, desde que aqui me sentei. Apetecer, apetecer, sabes, apeteces-me. Apetecer, apetecer... ainda me apetece ficar. Mas caiu a noite devagar. Sem casaco, apetece-me menos. Se ao menos passasses. Mesmo de noite. Porque ia. Caladinha. E prometo. Lá adiante, havíamos de madrugar.
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E num sofá branco, macio, com as vozes da bethânia e do chico em "sem fantasia", esperar que o menino vadio cresça ...
ResponderEliminarLindíssimo o texto! Acho deliciosa esta forma "naif" de escrever, com muitas "pendurezas" de sentir.
Bj.
C (EN)
A C. lê-me inteirinha e isso tem cada vez mais piada!
ResponderEliminarPorque, na incógnita de um texto assim, é preciso alguém que nos sinta que há sentido. Há dias em que até nós duvidamos. São tantas coisas misturadas. Tantos nunca e sempre a guerrear...
Obrigada!
Volte sempre! Faz-me bem :)
Um beijinho*