... não sei porquê, mas também me lembrei do João Marcos. Onde andará ele?
O João Marcos fez-me esquecer o primeiro amor e cometer algumas loucuras. O João Marcos fazia mestrado na minha faculdade enquanto eu andava no 3.º ano, mas éramos do mesmo grupo. O João Marcos era giro que se fartava. Foi com o João Marcos que fui a última vez a Conímbriga. O João Marcos ia comigo às noites de fado do Santa Cruz. O João Marcos ensinou-me a gostar de Djavan. O João Marcos foi-se embora. E não voltou. E nunca mais nos vimos. E às vezes tenho saudades do João Marcos. Ou então, talvez não. Talvez só do tempo em que gastava noites a comer brigadeiros e a tentar aprender a sambar numa cave da Rua Figueira da Foz. O João Marcos não é um personagem. Existiu. Mas um dia, puff, saiu da minha vida. E não doeu. Ou doeu só um bocadinho. Mas quase nada. Deixou só coisas boas. Só boas memórias. Falhou o beijo numa dada noite, mas mesmo assim nunca deixou de ser perfeito. Como os que, puff, vão e não deixam ferida. Mas que só podiam, puff, ir.
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