sexta-feira, 8 de abril de 2011

Vidas


Devagarinho, foi mesmo devagarinho, a ternura em cada gesto, que lhe afastou a mecha de cabelo. Via agora melhor o contorno do nariz, dos lábios, a espessura das pestanas. Não lhe tocou. Calou-se por dentro, à espera de ouvir o som de quem descansa. Quente, lento, suave. E ficou assim, até vir o sono.

2 comentários:

  1. A proósito:

    BILHETE
    Se tu me amas, ama-me baixinho
    Não o grites de cima dos telhados
    Deixa em paz os passarinhos
    Deixa em paz a mim!
    Se me queres,
    enfim,
    tem de ser bem devagarinho, Amada,
    que a vida é breve, e o amor mais breve ainda

    Mário Quintana

    C(en)

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  2. Merece destaque na página principal... Uma pérola, C.!
    Merci :)

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